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Mário Eros de Andrade

por Cláudia Regina - publicado 10/05/2022 09:50 - última modificação 23/05/2022 09:28

Detalhes do evento

Quando

de 24/05/2022 - 19:00
a 26/05/2022 - 21:00

Onde

Biblioteca Mário de Andrade, Rua da Consolação, 94, República, São Paulo

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Telefone do Contato

11 3091-1686

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O evento Mário EROS de Andrade tem como ponto de partida o livro Seleta Erótica de Mário de Andrade, organizado por Eliane Robert Moraes e lançado no dia 21 de Maio pela Editora Ubu. O volume traz um ensaio da organizadora sobre o erotismo na obra do modernista, seguido de uma seleção de textos do autor que tematizam ou aludem ao sexo, abarcando toda a sua produção literária.

A obra de Mário de Andrade é, de fato, atravessada por uma profunda inquietação em torno da sexualidade. Pulsante e permanente, essa inquietação se traduz tanto na exploração do domínio erótico, de notável amplitude, quanto na incessante busca formal que o tema lhe impõe sem descanso. Na tentativa de reconhecer a silhueta de Eros nas tantas faces que o próprio escritor se atribuiu, sua produção literária se vale dos mais diversos recursos formais para dar conta de uma dimensão que parece continuamente lhe escapar. Daí que o sexo venha a ser alçado ao patamar das suas grandes interrogações, onde se oferece na obscura qualidade de incógnita.

As três mesas que compõem o evento Mário EROS de Andrade buscam justamente interrogar essa incógnita em distintos ângulos, na tentativa de iluminar uma faceta do criador de Macunaíma ainda pouco estudada.

O livro Seleta Erótica de Mário de Andrade foi organizado em 2021, durante o período em que Eliane Robert Moraes desenvolveu o projeto O Mangue: erótica das passagens, poética das margens no âmbito do Programa Ano Sabático IEA/PRP-USP.

Inscrições

Evento público e gratuito | sem inscrição prévia

Ingressos serão distribuídos na recepção do evento, a partir das 18h.

Organização

Biblioteca Mário de AndradeSecretaria Municipal de Cultura

Instituto de Estudos Avançados - USP

 

Programação

24/05

Mário Eros de Andrade

Abertura:

Guilherme Ary PlonskiJurandy ValençaEliane Robert Moraes

Palestrantes:

Verônica Stigger e a compositora Beatriz Azevedo (uma escritora e uma artista, ambas estudiosas do Modernismo brasileiro e de Mário de Andrade, abordam aspectos da erótica do autor, mediadas por uma pesquisadora da obra marioandradina)

Mediação: Gênese de Andrade (Unicamp)

A mesa visa a discutir tópicas de relevância para a compreensão do autor e de sua produção literárias, nas quais o domínio da erótica ganha relevo. De um lado, Verônica Stigger -- que assinou a adaptação do mais conhecido livro do escritor para o espetáculo Macunaíma: Uma Rapsódia Musical dirigido por Bia Lessa (2019) – discute a centralidade do erotismo no canônico romance sobre “o herói da nossa gente”. De outro, Beatriz Azevedo -- autora de Antropofagia: palimpsesto selvagem (2016) – traz à baila a conturbada relação de Mário de Andrade e de Oswald de Andrade, em que o sexo tem particular importância, para examinar as inesperadas afinidades entre o poeta da Pauliceia desvairada e a antropofagia oswaldiana.

Tendo como mediadora a pesquisadora Gênese Andrade, a mesa formada por três mulheres sugere um pano de fundo que também põe em pauta a questão do gênero sexual, notadamente em seus aspectos homoeróticos, instigante tema que ganha contornos próprios na obra de Mário de Andrade.

25/05

Estudiosos e Autores de Diversos Livros sobre Mário de Andrade

Palestrantes:

Marcos Antonio de Moraes (IEB-USP) e André Botelho (UFRJ) - (Três intelectuais brasileiros se reúnem para discutir aspectos privados e públicos de Mário de Andrade que permitem iluminar mais uma faceta de um escritor que se reconhecia multifacetado: “Eu sou trezentos, trezentos e cinquenta”)

Mediação: Roberto Zular (FFLCH-USP)

Vida e obra de Mário de Andrade se cruzam nas palestras dos professores e pesquisadores André Botelho (Área de Sociologia - UFRJ) e Marcos Antonio de Moraes (Área de Literatura Brasileira - IEB-USP), mediadas pelo crítico literário Roberto Zular (Área de Teoria Literária - USP). Nesse cruzamento, o homem Mário é confrontado com o autor para revelar uma persona literária tão rica quanto contraditória. O exame atento da qualidade das intervenções do escritor na vida intelectual do país tem, nessa mesa, uma contrapartida na leitura minuciosa da enorme quantidade de cartas enviadas por ele a seus contemporâneos, em particular aos amigos mais íntimos. O resultado dessas abordagens, que se valem de perspectivas distintas mas não contrárias, é um diálogo produtivo que joga luz na recorrente oposição entre “a vida de cima” e a “vida de baixo” do o criador de Amar verbo intransitivo, para citar os termos com que ele mesmo definia os seus conflitos mais candentes.

26/05

Conversa sobre Erotismo, Música e Literatura, com leituras de poesia erótica, entre o Compositor Zeca Baleiro e a Ensaísta

Palestrantes:

Zeca BaleiroEliane Robert Moraes (FFLCH e IEA-USP) - (Conversa entre um compositor e uma ensaísta que cultivam particular interesse pelas artes eróticas, abordando as relações entre o popular e o erudito na literatura sensual de Mário de Andrade, com leituras de poemas do escritor e de seus herdeiros nos séculos XX e XXI)

A mesa reúne a pesquisadora Eliane Robert Moraes, organizadora da Seleta erótica de Mário de Andrade, e o artista multifacetado Zeca Baleiro -- autor de quatro livros e de duas peças muito atento à literatura, como testemunha seu disco em parceria com Hilda Hilst (Ode descontínua e remota para flauta e oboé – de Ariana para Dionísio) – num diálogo que realça as linhas de força da erótica literária de Mário de Andrade. De um lado, a dupla propõe abordar o grande interesse que o escritor modernista dedicou à pesquisa da cultura popular brasileira, com especial destaque à literatura oral que tematizava temas obscenos. De outro lado, os palestrantes pretendem sublinhar o alcance dessas pesquisas que, somadas à produção poética marioandradina, reverberaram na literatura brasileira até os dias de hoje. Para tanto, serão lidos poemas e outros escritos eróticos de autores como Roberto Piva, Hilda Hilst, Glauco Mattoso e outros herdeiros do criador de Macunaíma.