Filantropia: Ciência e/ou Prática?
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a 25/06/2025 - 15:30
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A história da filantropia nos mostra que o sentido da solidariedade sempre esteve presente como mecanismo de proteção da espécie e de defesa dos mais fracos. Seu entendimento começa a ser trabalhado por diferentes sociedades, ora por razões filosóficas, ora por razões religiosas, ora por razões sociais e culturais. Assim, aparecem novos elementos como a caridade, o altruísmo e a justiça social como forças individuais de ajuda aos necessitados.
Essa evolução chega aos dias de hoje, quando se consolida uma filantropia estratégica que busca maximizar os impactos dos recursos doados para transformações da realidade socioeconômica-ambiental-cultural. Isto leva à multiplicação de livros e artigos que se aprofundam na ideia de que a filantropia deveria ser tratada como uma Ciência, ou pelo menos como uma Ciência derivada de outras Ciências. Para tanto se valem da ideia de que: (i) a filantropia possui um objeto de estudo bem definido (ato de doar e seus efeitos sociais); (ii) emprega métodos científicos (hipóteses, mensuração, análise rigorosa); (iii) formula teorias explicativas oriundas e dialogando com as Ciências Humanas e Sociais Aplicadas; e (iV) gera conhecimento aplicável a políticas e organizações. Assim constitui-se como uma disciplina científica legítima, derivada, mas com identidade própria, dentro do amplo “guarda-chuva” das Ciências Humanas e Sociais Aplicadas (Sociologia, Ciência Política, Economia, Antropologia etc.)
Por outro lado, autores defendem a ideia de que a filantropia é uma prática, enfatizando o aspecto instrumental, focado em eficiência, processos e resultados mensuráveis. Assim, a gestão e governança são enfatizadas pela importância de estruturas formais (conselhos, comitês de auditoria, estatutos) para assegurar transparência e responsabilização (accountability), planos estratégicos, indicadores de desempenho (como os KPIs) para monitoramento de projetos e alocação de recursos, bem como o uso de métodos quantitativos (avaliações quasi‑experimentais, indicadores de resultados), que permitem comparar antes/depois e otimizar investimentos. Dessa maneira, embora seja uma prática, utiliza a racionalidade econômica (teoria dos incentivos, assim como modelos de “Retorno Social sobre Investimento” (no inglês a sigla é SROI), que traduzem em números o valor social gerado. Dessa maneira o setor busca a profissionalização de gestores de ONGs e de fundações. Em suma, a filantropia como prática busca profissionais gestores com formação específica para o setor.
Este segundo seminário reúne participantes identificados pelo interesse acadêmico, pelo interesse no pensar e agir da filantropia.
Abertura e moderação:
Marcos Kisil e Guilherme Ary Plonski, professores sêniores do IEA
Exposição:
Amâncio Jorge de Oliveira, coordenador do CAENI-IEA
Marcos Silveira, coordenador do Lab for Economics and Applied Ethics da FGV/ pesquisador-chefe do Departamento de Pesquisa da FJLES
Maria Dolores Montoya Diaz, diretora da FEA
Transmissão
Acompanhe a transmissão do evento pelo canal do YouTube do IEA
Inscrições
Organização
Apoio
Fundação José Luiz Egydio Setúbal (FJLES)
Grupo de Institutos Fundações e Empresas (GIFE)