Rede IEA
Helena Nader é a primeira mulher eleita presidente da Academia Brasileira de Ciências
Nesta terça-feira, 29 de março, a biomédica Helena Nader foi eleita presidente da Academia Brasileira de Ciências (ABC). Professora da Unifesp e ex-titular da Cátedra Olavo Setubal de Arte, Cultura e Ciência (parceria do IEA com o Itau Cultural), Nader é a primeira mulher a ocupar a presidência da ABC nos 106 anos da instituição.
Em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo publicada hoje, 30 de março, ela afirmou que atuará na presidência da ABC em favor da "reconstrução da educação brasileira, desde o ensino pré-escolar até o superior".
Quanto ao foto de ser a primeira mulher a presidir a ABC, disse "não significar uma mudança propriamente, mas um reconhecimento para a sociedade de como chegamos lá". Na mesma entrevista, Nader criticou os cortes de verbas para a ciência e defendeu o reajuste das bolsas de pós-graduação, a parceria público-privada no investimento em ciência e a laicidade no sistema educacional.
Professora titular da Unifesp e bolsista de produtividade do CNPq (nível 1A), Nader é também membro titular da Academia de Ciências do Estado de São Paulo (Aciesp). Ela graduou-se em ciências biomédicas pela Unifesp e em biologia pela USP. Obteve o titulo de doutora em ciências biológicas pela Unifesp e cumpriu programa de pós-doutorado na Universidade do Sul da Califórnia, EUA. Foi copresidente da Rede Interamericana de Academias de Ciências (Ianas, na sigla em inglês), vice-presidente da ABC e presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC).
As pesquisas de Nader envolvem glicoquímica e glicobiologia, estando voltados para o estudo da estrutura e e da função biológica dos proteoglicanos heparina e heparam sulfato, especialmente quanto ao papel desses compostos na hemostasia, no controle da divisão celular e na transformação celular.
Foto: Leonor Calasans/IEA-USP
Pesquisa do grupo nPeriferias e da EACH embasa livro sobre a história de mulheres imigrantes
No dia 3 de fevereiro foi lançado o livro "Mulheres vizinhas de terras distantes", publicado pelo IdeiaSUS/Fiocruz. A publicação é resultado do estudo "Saúde Perinatal em Imigrantes Grávidas: Compreendendo e Intervindo no Contexto Familiar", uma parceria entre a USP e a Universidade do Porto, e é produto de uma colaboração entre os Grupos de Pesquisa "Mulher & Saúde: Violência doméstica no período gravídico puerperal", da EACH, e "nPeriferias", do IEA.
Com a temática da atenção à saúde da mulher imigrante, o livro aborda a história de três mulheres gestantes, imigrantes e vítimas de violência que sonham com um futuro melhor para seus filhos, encarando diferentes tipos de preconceitos e discriminações. O livro é de autoria de Dora Salcedo Barrientos, docente do curso de Obstetrícia da EACH-USP e integrante do nPeriferias; Vitória Gabriela Picolo (EACH-USP), Michele Barros de Souza Simões (UNIFESP), Jadson Marques Dantas (EACH-USP), Nathalya Tavares dos Santos (EACH-USP), Cintia Magalhães Neia (USP) e Stefanie Sussai (USP).
Na transmissão de lançamento, os participantes agradeceram ao nPeriferias por "todo o apoio e espaço gerador de ideias e discussões". O grupo investiga as periferias no que diz respeito às violências e estigmatizações sofridas por grupos periféricos, com o objetivo de produzir trabalhos que tenham impacto social e desenvolvam novas teorias e conhecimentos junto às pessoas que vivem as realidades sociais estudadas.
Mais informações sobre o lançamento podem ser encontradas aqui.
Colóquio sobre questões ambientais nas eleições tem chamada aberta para exposição de trabalhos
O Pólo Brasil do Institut des Amériques (IdA) abre chamada de trabalhos para colóquio a ser realizado nos dias 15 e 16 de setembro sobre o tema "Questões ambientais nas próximas eleições presidenciais no Brasil: avaliações e perspectivas".
O evento acontece das 13h45 às 18h30 (CET), em formato online, para permitir a participação do público e dos palestrantes brasileiros, e presencial, no Campus Condorcet (Aubervilliers, França). A organização é parceria do IdA com o Centre de Recherche et de Documentation sur des Amériques (CREDA) e a Associação de Pesquisa sobre o Brasil na Europa (ARBRE).
Pesquisadores interessados em contribuir com a discussão poderão enviar suas propostas até 14 de fevereiro de 2022, acompanhadas de um resumo em português ou em francês, para jebresil2022@gmail.com.
O resumo deve ter no máximo 600 palavras e conter título, assunto, metodologia, principais resultados, palavras-chave e referências bibliográficas. As apresentações deverão ter entre 15 e 20 minutos.
Os autores precisam indicar afiliação institucional e disciplina e fornecer uma biografia de no máximo 10 linhas destacando sua experiência. Além disso, terão que comunicar se poderão financiar sua participação nas datas indicadas. A prioridade para frequentar o campus será para os pesquisadores residentes na Europa.
O comitê organizador indicará os resumos selecionados em meados de março e os proponentes terão até maio de 2022 para fornecer a última versão de seu trabalho, que aparecerá no programa do evento.
Sobre o tema
O Colóquio propõe abrir a discussão entre pesquisadores de diversas disciplinas com análises do mandato do presidente Jair Bolsonaro e dos efeitos de sua atuação sobre questões ambientais. As contribuições poderão enfatizar as dinâmicas sociais e políticas em jogo, como as relações de poder, estratégias, conflitos e resistências ou, ainda, uma análise com perspectiva histórica ampla.
Os trabalhos buscarão identificar continuidades e rupturas, avanços e retrocessos e desafios em vários contextos e escalas, além de novas perspectivas ambientais colocadas pela eleição presidencial marcada para outubro deste ano.
Os organizadores buscam propostas baseadas em análise de dados; pesquisas de campo ou no estudo de estruturas institucionais, de políticas públicas ou de atividade legislativa e judicial.
Como exemplo, as contribuições podem abordar os seguintes temas:
-
Questões climáticas e engajamento brasileiro
-
Lobby e defesa das pastas da agricultura e do meio ambiente
-
Desmantelamento de políticas ambientais (ou tentativas de desmonte)
-
Meio ambiente, mobilização da sociedade civil e movimentos sociais
-
Produção, uso e difusão de dados ambientais
-
Relações entre o Estado federal e entes federativos na gestão ambiental
-
Meio ambiente, relações internacionais e comércio
-
O meio ambiente durante a crise de Covid-19
-
Questões ambientais na nova campanha presidencial
Pesquisa liderada por Jorge Hallak recebe Prêmio Dasa de Inovação Médica com Veja Saúde 2021
Um estudo liderado por Jorge Hallak, pesquisador do IEA, foi um dos vencedores do Prêmio Dasa de Inovação Médica com Veja Saúde 2021, que teve o resultado divulgado no dia 15 de dezembro. A iniciativa premia ideias, ações e experiências concebidas por brasileiros consideradas disruptivas e capazes de mudar os caminhos da ciência e os cuidados com a saúde.
O trabalho de Hallak, intitulado “Efeitos do coronavírus na saúde reprodutiva e sexual dos homens”, recebeu o troféu na categoria Inovação em Prevenção e Promoção à Saúde. Nele, o andrologista e outros pesquisadores (entre eles Paulo Saldiva, ex-diretor do IEA) demonstraram que o Sars-CoV-2 consegue chegar aos testículos e agredir tanto as células precursoras de espermatozoides quanto as produtoras de testosterona e os vasinhos que irrigam a região, independentemente da gravidade da doença.
Para entrar nas células, o vírus se liga a uma enzima conversora de angiotensina 2 (ACE2), abundante tanto nos testículos quanto nos pulmões. Ali, pode provocar sequelas que comprometem a produção de testosterona e espermatozoides.
Por isso, alerta Hallak, homens que tiveram a infecção devem realizar avaliações no sistema reprodutivo por pelo menos dois anos após a doença. A descoberta também deve estar no radar daqueles que buscarão descobrir as causas de infertilidade no pós-pandemia, já que indivíduos mais novos e adolescentes podem ser infectados sem saber.
6 professores da USP recebem o Prêmio Trajetória pela Inovação 2019
- Professores premiados (a partir da esq.): Guilherme Ary Plonski e Marco Henrique Terra; e os representantes de Benedicto Wladermir de Martin (José Soares Ferreira Neto), Ivanildo Hespanhol (Alexandra Hespanhol) e José Carlos Pettorossi Imparato (Giulio Gavini); Myriam Krasilchik foi representada pelo diretor da Faculdade de Educação, Marcos Garcia Neira
Os professores Benedicto Wlademir de Martin (FMVZ), Guilherme Ary Plonski (FEA, EP e IEA), José Carlos Pettorossi Imparato (FO), Marco Henrique Terra (EESC), Myriam Krasilchik (FE) e, in memoriam, Ivanildo Hespanhol (EP) receberam o Prêmio Trajetória pela Inovação 2019 em cerimônia na Sala do Conselho Universitário no dia 1º de dezembro.
Concedido pela Reitoria, Pró-Reitoria de Pesquisa e Agência USP de Inovação, o prêmio é um reconhecimento pela excelência dos resultados de pesquisas e ações atingida pelos laureados em suas contribuições para inovações científicas, tecnológicas ou culturais, cooperando assim para a excelência do resultado institucional e para o desenvolvimento socioeconômico do país. A cerimônia da premiação referente a 2019 ocorreu este mês devido aos impedimentos provocados pela pandemia para que se realizasse em abril de 2020.
Participaram da solenidade o reitor Vahan Agopyan, o vice-reitor Antonio Carlos Hernandes, o pró-reitor de Pesquisa, Sylvio Canuto, a pró-reitora de Cultura e Extensão Universitária, Maria Aparecida Machado, o diretor da Agência USP de Inovação, Marcos Nogueira Martins, dois premiados (Guilherme Ary Plonski e Marco Henrique Terra) e representantes dos outros quatro (Benedicto Wlademir de Martin, José Carlos Pettorossi Imparato, Ivanildo Hespanhol e Myriam Krasilchik). Coube a Plonski fazer o discurso de agradecimento pelos seis agraciados.
Ele destacou o fato de o adiamento da cerimônia ter permitido que ela ocorresse apenas um dia depois de o Conselho Universitário aprovar a Política de Inovação da USP, que deverá ser revisada no prazo máximo de um ano pela nova gestão da Universidade, que terá início com a posse dos novos reitor e vice-reitor em de janeiro.
Interdisciplinaridade
Plonski observou que a busca de maior interdisciplinaridade é "um desafio ainda presente na USP e no meio universitário brasileiro em geral", além de uma das diretrizes do IEA desde sua criação há 35 anos. Afirmou que o Instituto tem dado atenção especial nos anos recentes em atividade que contribuam para o incremento da interdisciplinaridade também na graduação, em particular na formação voltada ao ensino de ciências, por intermédio da Cátedra Alfredo Bosi de Educação Básica, parceria do IEA com o Itaú Social.
Uma das variáveis-chave para o êxito nas inovações mais ousadas "é uma bem cuidada transformação cultural", disse. "Por isso, é importante reconhecer que mudanças dessa natureza não podem ser feitas 'por decreto'. Requerem escuta, diálogos e investimento paciente – certamente de tempo e, quando necessário, também de recursos materiais". Plonski saudou a acolhida e o envolvimento da Pró-Reitoria de Graduação nesse movimento: "Temos convicção de que essa participação ativa prosseguirá na próxima gestão".
A essência da inovação é criar realidades novas, tenha a inovação ênfase tecnológica, social, educacional, cultural, sanitária, artística, administrativa ou qualquer outra pela qual se queira segmentá-la, segundo ele. "O vigor da ideia-força da inovação depende, primeiro e acima de tudo, da capacidade de estabelecer e manter conexões robustas e honestas entre agentes diversos, constituindo o que alguns chamam de ecossistemas de inovação. Tão fácil de entender, tão desafiador conseguir", afirmou.
Novas demandas
Plonski concluiu propondo uma reflexão sobre a inovação do futuro: "No Brasil e no mundo, por várias décadas, ligávamos inovação à geração de empregos e ao crescimento econômico. Agora também esperamos da inovação resultados 'inclusivos', resultados 'sustentáveis' e, nestes tempos de COP26, resultados 'verdes'.
Isso é o que parcelas crescentes da sociedade esperam da inovação, inclusive os gestores públicos, disse. Frisou, no entanto, que a satisfação dessa demanda depende de respostas a duas questões: "Como incorporar essas novas expectativas nas políticas públicas voltadas à inovação? E qual a métrica adequada para verificar não apenas o quanto geramos de inovação, mas também para que e para quem ela foi gerada?".
Livro que resgata a importância do arroz e feijão na nutrição é publicado pela Embrapa
Alimentos de grande valor nutricional e que caracterizam o padrão tradicional de consumo alimentar no Brasil, o arroz e o feijão são importantes também do ponto de vista econômico, sociológico e ambiental. Apesar disto, o consumo destes grãos vem caindo no país, ao mesmo tempo em que refeições baseadas em preparações culinárias são substituídas por produtos que aumentam o risco para adoecer. É o que afirmam os autores do livro "Arroz e Feijão - tradição e segurança alimentar", editado pela Embrapa e que será lançado no dia 29 de novembro, às 9h, em seminário online. O evento de lançamento do livro é uma parceria entre o Grupo Nutrição e Pobreza do IEA e o SIG-Dietética/NutriSSAN.
Universidades latino-americanas discutem reconstrução do desenvolvimento econômico e social
De 13 a 15 de julho, a revista britânica “Times Higher Education” (THE) e a USP realizam o Latin America Universities Summit, cujo tema geral é “Universidades para o Bem Público: Reconstruindo o Desenvolvimento Econômico e Social”.
O objetivo do encontro virtual é examinar como o ensino superior latino-americano pode desenvolver estratégias para melhor capacitar-se, adaptar-se à digitalização, aumentar seu impacto estratégico e ampliar a percepção pública do papel das universidades em sociedades em evolução.
Lideranças de universidades latino-americanas e parceiros delas de outras partes do mundo tratarão da internacionalização das universidades da região, de como elas podem fortalecer seu trabalho em ciências sociais e humanidades, reforçar parcerias com o setor privado e reposicionar-se como agentes de mudanças positivas.
Os temas específicos dos três dias são, respectivamente: “As Universidades Maximizando seus Impactos”, “O Desafio da Internacionalização” e “Construindo Capacidade para Construir Impacto”.
O encontro terá expositores do Brasil, Peru, Colômbia, Chile, Canadá, Estados Unidos e Reino Unido. Entre os brasileiros estão o reitor Vahan Agopyan e outros dirigentes da USP, o diretor do IEA, Guilherme Ary Plonski, e a ex-conselheira do IEA Claudia Costin.
Durante o encontro haverá o lançamento do THE Latin America University Rankings 2021, com uma exposição detalhada sobre os dados mais recentes apurados pelo levantamento.
A participação é gratuita para representantes de universidades, organismos governamentais e organizações não governamentais. A inscrição permitirá acesso a todas as sessões bem como solicitar gravações das sessões depois do evento.
Livro comemora 11 anos do Encontro Paulista de Museus
No dia 7 de julho, às 15h, será lançado o ebook "Panorama Reflexivo – 11 anos de Encontro Paulista de Museus”, em evento online organizado pelo Sistema Estadual de Museus de São Paulo (Sisem-SP), organismo da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo, e pelo Fórum Permanente (FP). O livro trata de conceitos, políticas, redes, ações, público e memória a partir das contribuições das 11 edições do Encontro Paulista de Museus (EPM). O lançamento será transmitido no canal do Sisem-SP no Youtube.
Participam do bate-papo virtual: o responsável pelo projeto gráfico do ebook, Arthur Lauriano do Carmo; o coordenador do FP, Martin Grossmann; Diogo de Moraes Silva, integrante do FP; a diretora executiva da Associação Cultural de Apoio ao Museu Casa de Portinari (Acam Portinari), Angelica Fabbri; e o diretor do Grupo Técnico de Coordenação do Sistema Estadual de Museus (GTC/Sisem-SP), Davidson Kaseker. Grossmann, Silva e Diego de Kerchove, também integrante do FP, são os organizadores do volume.
O livro é uma edição do Sisem-SP, da Acam Portinari e do FP. A proposta de sua produção foi apresentada pelo FP ao Sisem-SP e à Acam Portinari no início de 2018. De acordo com os editores, "a obra traz textos dos principais dirigentes envolvidos em mais de uma década de construção e manutenção de uma política pública voltada aos museus paulistas". Também conta com uma seleção de relatos críticos produzidos para cada edição, além de um relato crítico retrospectivo sobre as principais mesas e desdobramentos de cada edição dos EPMs, entre outros materiais inéditos".
O EPM teve sua primeira edição em 2009 e continuou a ser realizado anualmente, com o intuito de colocar em prática as metas do Sisem-SP de divulgação e compartilhamento de informações entre os quase 500 museus que compõem a rede museal do Estado. "Todas as atividades propostas nos EPMs permitiram "a troca de conhecimento e a constituição de uma base sólida de ferramentas para a profissionalização dos museus e suas equipes".
Podcast trata do imaginário das cidades de São Paulo, Lyon e Saint-Étienne
Já está disponível o segundo episódio da série de podcasts "Entre França e Brasil: Atualidades da Cooperação Científica". Desta vez o tema é "Les Imaginaires Urbains: Saint-Étienne, Lyon et São Paulo".
Os entrevistados são Michel Rautenberg, professor de sociologia na Universidade de Lyon, e Artur Rozestraten, professor da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU) da USP. Os dois obtiveram um financiamento dentro do acordo UDL-Fapesp para realizar um projeto sobre as imagens e os imaginários de Lyon e São Paulo.
A série de podcasts apresenta ao público não especializado pesquisas realizadas no âmbito de projeto de cooperação franco-brasileira. A realização é do Consulado Geral da França em São Paulo (CGF) e do Polo Brasil do Instituto das Américas (IdA).
Curta-metragem baseado no projeto Amazônia 4.0 vence prêmio de melhor documentário em festival europeu
O filme Amazônia 4.0 - The Reset Begins, inspirado no projeto homônimo desenvolvido pelo climatologista e pesquisador sênior do IEA, Carlos Nobre, ganhou o prêmio de melhor documentário em competição mensal do Europe Film Festival UK. A obra tem 25 minutos de duração e pode ser assistido gratuitamente no link. O festival é composto por seletivas mensais em que o júri analisa curtas e longas-metragens. Na competição de abril, a produção venceu como Melhor Documentário na categoria Prêmio Especial do Júri e se qualificou para participar da principal cerimônia do festival, realizada anualmente. O projeto Amazônia 4.0 propõe um novo modelo de desenvolvimento econômico e social que tem a manutenção da floresta como base de produção, articulando o uso de novas tecnologias, potencial biológico e conhecimento tradicional. “Nosso papel é tornar a Amazônia a primeira potência socioambiental da biodiversidade. Os povos indígenas vivem há 12 mil anos na Amazônia com a floresta em pé e promovendo o bem-estar a partir dos recursos da floresta. Temos, então, que criar algo novo, como combinar os conhecimentos tradicionais com os modernos conhecimentos científicos e desenvolver essa nova bioeconomia”, afirma Nobre. Lançado no Dia da Terra, 22 de abril, o documentário foi dirigido por Alan Teixeira e produzido pelos executivos Ricardo Assumpção e Ione Anderson, respectivamente CEO e COO da Plataforma Grape ESG. A produção visa aumentar a conscientização do público nacional e internacional sobre as principais questões em torno da sustentabilidade da Amazônia, bem como discutir as dificuldades enfrentadas pelos povos tradicionais da floresta e as populações urbanas locais. No curta, o climatologista apresenta explicações sobre a origem das políticas de desmatamento, as ameaças que a floresta enfrenta e as possibilidades para reverter a situação. Didaticamente, Nobre também comenta sobre os perigos de savanização das florestas tropicais, afirma ser possível zerar o desmatamento e conclui: “Uma bioeconomia que mantenha as florestas, os rios e a biodiversidade, com justiça social e com sustentabilidade é totalmente possível de ser implementada na Amazônia.” O filme é permeado por imagens da Amazônia e junta as falas de Nobre com depoimentos de outros especialistas, como Nicole Schwab, codiretora da plataforma para acelerar soluções baseadas na natureza do Fórum Econômico Mundial; Mercedes Bustamante, professora da UNB eleita membro da Academia de Ciências dos EUA; Luiz Fernando Furlan, ex-ministro de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior; e o CEO da Grape ESG.