Rede IEA
Unicamp, Unesp, Ministério Público e grupo do IEA realizam curso multidimensional de direitos humanos
O Grupo de Pesquisa em Direitos Humanos, Democracia e Memória (GPDH) do IEA é um dos realizadores do “Curso Internacional de Direitos Humanos: uma Abordagem Multidimensional", que acontece até o dia 16 de abril. A formação foi elaborada em conjunto com a Diretoria Executiva de Direitos Humanos (DeDH) da Unicamp, Instituto de Políticas Públicas e Relações Internacionais (IPPRI) da Unesp e o Ministério Público do Trabalho da 15a Região.
Em duas semanas de aula, o curso objetiva proporcionar uma compreensão ampla, multifacetada e interdisciplinar dos direitos humanos, de modo a oferecer aos participantes formação abrangente e referências atuais que sirvam para orientar sua atuação judicial e extrajudicial na defesa, reparação e promoção dos direitos humanos.
Com uma perspectiva relacional entre direito, política e sociedade, a formação assume um ponto de vista histórico e político para apresentar a criação das instituições e normativas institucionais, desenvolvendo uma abordagem sociocultural a fim de discutir problemas relacionados aos direitos humanos que se colocam no cotidiano de juristas e outros atores. Assim, propõe-se a analisar as relações entre direito internacional e interno, as complementaridades e tensões entre normas jurídicas e práticas sociais, assim como as formas de interação entre agentes e destinatários nas políticas de promoção.
Para os organizadores do curso, a defesa, proteção e promoção dos direitos humanos supõem a transversalidade de diversos temas, campos e problemas sociais desde a Conferência de Viena de 1993, através dos princípios da indivisibilidade, interdependência e inter-relação de todos os direitos humanos, bem como de sua complementaridade com a democracia e desenvolvimento.
Eles argumentam que formação em direitos humanos deve ter caráter multidisciplinar. "Isso é especialmente relevante para o cenário atual em que enfrentamos desafios inéditos de caráter sistêmico, postos pela crise do capitalismo financeiro, crise ecológica global, epidemias e pandemias, problemas urbanísticos, além da ascensão de movimentos abertamente autoritários e contrários aos direitos humanos, tanto no plano internacional quanto nacional”, afirmam os organizadores. Para eles, em uma sociedade desigual, que preserva insulamento burocrático no Estado e padrões culturais autoritários, a promoção e implementação dos direitos humanos enfrenta grandes dificuldades para sua efetiva realização.
Livro "Afetando Tecnologias, Maquinando Inteligências" é lançado em versão digital e aberta
Desdobramento de uma conferência realizada com apoio do IEA no início de 2020, o livro Afetando Tecnologias, Maquinando Inteligências foi lançado em versão online e gratuita. Realizado por um grupo de cerca de 20 pesquisadores, o livro tem textos e exercícios experimentais envolvendo tecnologia e Inteligência Artificial a partir de perspectivas do Sul Global, feminista, decolonial, ou antirracista.
Segundo os organizadores, o livro foi pensado para ser, “concomitantemente, um registro histórico de um poderoso encontro entre pesquisadores internacionais que pensam o campo tecnológico sob um ponto de vista crítico; e um material em português e em inglês que supra parte da falta de bibliografia sobre o tema para além do discurso hegemônico do Norte Global”.
Clique aqui para acessar gratuitamente a obra.
Yvonne Mascarenhas receberá prêmio da Sociedade Brasileira de Física por suas contribuições acadêmicas
A pesquisadora Yvonne Mascarenhas receberá neste ano o prêmio Joaquim da Costa Ribeiro, concedido pela Sociedade Brasileira de Física (SBF) aos que contribuíram, ao longo da carreira, para a Física da Matéria Condensada e de Materiais no Brasil. Ela é a primeira mulher a receber a homenagem. O prêmio será entregue durante o Encontro de Outono da Sociedade Brasileira de Física, programado para ocorrer em junho.
Com mais de 60 anos de trajetória acadêmica, Yvonne é professora aposentada do Instituto de Física de São Carlos, onde também foi diretora. Na última década, passou a se dedicar à difusão científica voltada para o apoio ao ensino fundamental e médio. No IEA, foi vice-coordenadora do Polo São Carlos, que ajudou a criar, e hoje é professora honorária e pesquisadora colaboradora da Cátedra de Educação Básica.
Em seu site, a SBF destacou as contribuições de Yvonne como pesquisadora, orientadora acadêmica e gestora de instituições de pesquisa e ensino de Física e Química. Leia mais clicando aqui.
Lançada versão digital do livro 'Crises da Democracia'
O livro "Crises da Democracia: O Papel do Congresso, dos Deputados e dos Partidos", organizado pelo cientista político José Álvaro Moisés, professor sênior do IEA, agora está disponível também em formato e-book.
Os artigos da obra são resultado de pesquisa realizada pelo Núcleo de Pesquisa de Política Pública (NUPPs) da USP. Vários dos autores integram também o Grupo de Pesquisa Qualidade da Democracia do IEA.
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De acordo com Moisés, o regime democrático ainda não está plenamente consolidado no país, mantendo "déficits e distorções importantes que tornam seu desempenho objeto de críticas cada vez mais severas dos brasileiros".
O livro analisa esses déficits e distorções a partir da avaliação do desempenho dos parlamentares brasileiros e dos principais partidos políticos no período entre 1995 e 2010, explica o organizador.
"A capacidade dos representantes eleitos de desempenharem o seu papel na produção de leis e políticas públicas e de fiscalizar e controlar o Executivo é examinada com base em sua atuação concreta, como no caso das parlamentares brasileiras."
Quanto aos partidos, a desconfiança pública de que são objeto é analisada a partir de sua "incapacidade de efetivamente servirem como canais de mediação das preferências dos eleitores no sistema político", afirma Moisés.
Com 227 páginas, o e-book pode ser adquirido no site da Editora Appris ao preço de R$ 25,00 (a versão impressa, lançada em outubro, custa R$ 57,00).
Pesquisa internacional expõe o panorama global dos institutos de estudos avançados
Após visitar, nos últimos anos, mais de 30 institutos de estudos avançados na Ásia, América Latina, Europa, Austrália e Estados Unidos — entre eles, o IEA-USP —, a pesquisadora alemã Britta Padberg publicou em maio o artigo “The Global Diversity of Institutes for Advanced Study” na revista italiana Sociologica. Os institutos pesquisados são vinculados à rede global Ubias, atualmente coordenada pelo IEA.
Gestora do Centro para Pesquisa Interdisciplinar (ZiF, na sigla em alemão) da Universidade de Bielefeld desde 2008, Padberg tem formação em história e em antropologia biológica. Seus principais interesses de pesquisa estão relacionados à interdisciplinaridade e ao desenvolvimento das universidades e da ciência.
Conversando com diretores e colaboradores sobre as estratégias, missões e valores dos institutos, ela reuniu aspectos relacionados ao funcionamento e autonomia em relação às universidades onde estão sediados, além da contribuição destes espaços para a pesquisa. “Os institutos de estudos avançados têm desempenhado um papel notável no desenvolvimento das universidades e das ciências”, diz no artigo. Padberg ainda aborda os desafios futuros destes centros de pesquisa.
Em relação à América Latina, a pesquisadora reforçou que os institutos têm uma “responsabilidade especial” com o desenvolvimento político e social de seus países, com a democracia, e na mediação entre a ciência e a sociedade. Ao destacar o IEA como o maior e mais antigo instituto da região, Padberg citou o intuito traçado em sua fundação, em 1986, de ser um espaço de liberdade acadêmica e intelectual. “Com o fim da ditadura militar em 1985, as universidades buscavam um novo começo e esforçaram-se em desenvolver as relações internacionais na academia”, escreveu.
Revista 'Khronos' recebe até 30 de junho artigos sobre relações entre ficção científica e C&T
- O projétil de ''Da Terra à Lua'' (1865) de Júlio Verne em gravura de Henri de Montaut para a edição ilustrada de 1872
Pesquisadores interessados em participar do dossiê "Ficção Científica e a História da Ciência e da Técnica" da 9ª edição da "Khronos – Revista de História da Ciência" têm até 30 de junho para submeter seus trabalhos.
A revista é uma publicação semestral do Centro Interunidades de História da Ciência (CHC) da USP. Para o dossiê, os editores esperam receber trabalhos históricos sobre as formas da relação entre ficção, ciência e técnica.
O cadastro na área da revista no Portal de Revistas da USP e posterior acesso, por meio de login e senha, são obrigatórios para a submissão de trabalhos, bem como para acompanhar o processo de avaliação do artigo.
A contribuição deve ser original e inédita e não pode estar sendo avaliada por outra revista para publicação. Se esse for o caso, o autor deve justificar a situação.
Todas as informações sobre as normas para submissão de artigos, inclusive sobre formatação e padrões de redação, referências bibliográficas e questões de direito autoral estão em www.revistas.usp.br/khronos/about/submissions#onlineSubmissions.
Revista
A revista "Khronos" trata de história e epistemologia das ciências naturais, da vida, humanas, técnicas e áreas correlatas. A perspectiva é interdisciplinar e visa a estimular as possibilidades interpretativas dos processos de conhecimento científico e técnico em seus contextos históricos.
São publicados resultados de pesquisas originais relativas a temas da Antiguidade ao século 21. A revista também abre espaço para textos de memórias de cientistas ou de instituições, bem como traduções inéditas, resenhas, notícias de projetos de pesquisa e outros assuntos de interesse para historiadores.
Centro
Criado em 1988, o CHC tem como objetivo o desenvolvimento de atividades de pesquisa nas áreas de história das ciências, técnicas e tecnologias. Seu Conselho Deliberativo é formado por representantes docentes e discentes de unidades e grupos de pesquisa da USP.
O atual diretor do centro é o historiador Gildo Magalhães dos Santos Filho, da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) e coordenador do Grupo de Pesquisa Khronos de História da Ciência, Epistemologia e Medicina do IEA
Imagem: Domínio público, Wikipedia
Pesquisadores do IEA farão parte da nova diretoria da Aciesp
- Em sentido horário, Hamilton Varela, Fernando Queiroz Cunha, Paulo Artaxo e Guilherme Ary Plonski | Fotos: Leonor Calasans/IEA-USP
A cerimônia terá uma homenagem ao professor Carlos Henrique de Brito Cruz pelo seu trabalho realizado como diretor científico da Fapesp. Para participar, é necessário confirmar presença neste link.
Eleito diretor do IEA no dia 10 de março, na chapa formada com Roseli de Deus Lopes, Guilherme Ary Plonski é vice-diretor do Instituto e integrou seu Conselho Deliberativo por dois mandatos. É professor da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade (FEA) e da Escola Politécnica (Poli) e já presidiu o Instituto de Pesquisa Tecnológica (IPT), entre outras atuações na universidade.
Paulo Artaxo, que toma posse como vice-presidente da Aciesp, é professor do Instituto de Física (IF), integrante do Grupo de Pesquisa Meio Ambiente e Sociedade do IEA e membro da Academia Brasileira de Ciências (ABC). Reconhecido pela comunidade científica por suas pesquisas sobre meio ambiente e mudanças climáticas, Artaxo é membro permanente do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC) da ONU.
Fernando Queiroz Cunha, da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP), e Hamilton Varela, do Instituto de Química de São Carlos, se tornaram membros da Aciesp juntos, em 2015. Naquele momento, Cunha era coordenador do polo do IEA de Ribeirão Preto e Varela, vice. Atualmente, Cunha é integrante do Conselho Consultivo do polo.
Érica Peçanha recebe prêmio por pesquisa sobre a produção cultural das periferias paulistanas
A antropóloga Érica Peçanha recebeu, no dia 10 de março, o Prêmio Cooperifa de Cultura Periférica pela sua contribuição como pesquisadora da produção cultural das periferias paulistanas. Peçanha é autora do livro "Vozes Marginais na Literatura", sobre a projeção de escritores da periferia no cenário literário contemporâneo, e coautora de "Polifonias Marginais”, que apresenta entrevistas com produtores literários negros e periféricos.
Atualmente, ela é pesquisadora de pós-doutorado no IEA e supervisora do Projeto Democracia, Artes e Saberes Plurais, iniciativa da Cátedra Olavo Setubal de Arte, Cultura e Ciência.
Helena Nader vence o 1° prêmio “Carolina Bori Ciência & Mulher”
Helena Nader, uma das titulares de 2019 da Cátedra Olavo Setubal de Arte, Cultura e Ciência, sediada no IEA, recebeu o “Carolina Bori Ciência & Mulher”, oferecido pela Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) às cientistas brasileiras destacadas e às futuras cientistas brasileiras de notório talento. Lançado em 2019 e em sua primeira edição, o prêmio homenageia Carolina Martuscelli Bori, primeira presidente mulher da SBPC.
A premiação ocorrerá anualmente, alternando duas categorias – “Mulheres Cientistas” e “Meninas na Ciência”. A primeira edição homenageia a primeira categoria, dedicada às cientistas brasileiras destacadas de instituições nacionais, que tenham prestado relevantes contribuições à ciência, gestão científica e ações em prol da ciência e tecnologia nacional.
Bacharel em ciências biomédicas pela Unifesp, Helena Nader tem licenciatura em biologia pela USP, doutorado em biologia molecular na Unifesp e pós-doutorado na University of Southern California. É professora na Unifesp desde 1989 e membro titular da Academia de Ciências de São Paulo (Aciesp) e da Academia Brasileira de Ciências (ABC). Seus trabalhos na área de glicobiologia são referência internacional, o que rendeu a ela dezenas de prêmios importantes. Em 2002, foi agraciada com o título de Comendador e Grã-Cruz da Ordem Nacional do Mérito Científico. Além da brilhante trajetória científica, Nader também é conhecida por sua trajetória de defesa da ciência e da educação brasileira. Foi diretora da SBPC e, em 2019, foi eleita vice-presidente da ABC.
A cerimônia de premiação será realizada no dia 11 de fevereiro, no Salão Nobre do Centro Universitário Maria Antonia da USP, em São Paulo, durante o Simpósio Mulheres e Meninas na Ciência, em celebração ao Dia Internacional das Mulheres e Meninas na Ciência, instituído pela UNESCO.
Alice Rangel de Paiva Abreu, professora emérita da UFRJ, receberá a “Menção Honrosa”.
Com informações da Academia Brasileira de Ciências
Vice-coordenador do Polo São Carlos ganha prêmio por projeto de microbateria de gelatina vegetal
- O pesquisador Frank Nelson Crespilho (à direita) recebendo o Prêmio Kurt Politzer de Tecnologia
Seu projeto vencedor foi desenvolvido por pesquisadores do IQSC e da Universidade Harvard, nos Estados Unidos, e criou uma microbateria inédita, produzida a partir de gelatina vegetal, para ser usada em dispositivos eletrônicos da área da saúde. Menos tóxicas que as baterias tradicionalmente usadas, feitas de prata ou lítio, o novo dispositivo pode ser inclusive ingerido, para exames, sem apresentar riscos ao paciente.
A microbateria é feita à base de agarose, um biopolímero constituído de açúcar que pode ser extraído de algas marinhas, e, por isso, é financeiramente viável, garantem os pesquisadores: com cerca de R$ 4, é possível comprar agarose para produzir até 700 microbaterias.
Crespilho é pesquisador do Instituto de Química de São Carlos (IQSC) e desenvolve pesquisas nas áreas de bioeletrônica e eletroquímica, com interesse em interação entre biomoléculas e nanoestruturas; nanoeletrodos; biocélulas a combustível; bioeletrodos implantáveis; e simulação e teoria Cinética em eletroquímica de bioeletrodos.
O Prêmio Kurt Politzer de Tecnologia foi criado em 2001 pela Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim) e tem o objetivo de estimular a pesquisa e a inovação na área química no país. Cerca de 30 empresas e 20 pesquisadores já foram premiados.
Foto: Divulgação