Continuidade e Ruptura na Construção Nacional do Brasil

A proclamação da independência do Brasil foi um marco na construção nacional e representa, simultaneamente, ruptura e continuidade. Ruptura pela quebra do domínio direto de Portugal e pelo estreitamento de relações com outras nações. Continuidade pela permanência do herdeiro da casa real portuguesa no poder e das estruturas administrativas e políticas coloniais. A construção do Brasil que segue a independência é paulatina e acompanhada, até os dias atuais, pela dicotomia original. Entendê-la requer identificar a dicotomia nos agentes e estruturas bem como contextualizá-la dentro da busca de um lugar para o Brasil no mundo em um cenário de transformações globais substantivas e que se aceleraram nesses 200 anos.

Neste evento inaugural do Grupo de pesquisa Economia Política Internacional, Variedades de Democracia e Descarbonização, alguns de seus membros apresentam os avanços e desafios na construção do Brasil desde a independência por três perspectivas. A primeira é a construção das estruturas do governo formal. A segunda é o papel do Judiciário como ator político. A terceira, a governança ambiental e descarbonização. Os artigos que serão apresentados formam parte do dossiê “200 anos da Independência do Brasil” da Revista USP, planejado e coordenado pelo prof. José Álvaro Moisés.

As perspectivas apresentam focos diferentes, mas, cada uma a seu modo, apontam a dicotomia continuidade-ruptura: a independência do Judiciário dos demais poderes, mas seu engajamento com pautas amplas da sociedade brasileira; a continuidade dos governos locais e a emergência de uma esfera central que lhe parece ter pouca permeabilidade; a desconexão, seguida de alinhamento parcial e/ou não-duradouro, com a agenda global de descarbonização e os desafios para seu avanço no Brasil. Apresentam, também, pontos de inflexão, nos quais um dos lados da dicotomia ganham maior força, com consequências substantivas na realidade nacional.

Transmissão:

Acompanhe o evento online em www.iea.usp.br/aovivo

Palestrantes:

Lourdes Sola (IEA)

Jorge Caldeira (cientista político)

Maria Tereza Sadek (IEA)

Eduardo Viola (IEA)

Debatedores:

José Álvaro Moisés (IEA)

Larissa Basso (IEA)

Inscrições

Organização