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Carl Friedrich Phillipp von Martius

por Marilda Gifalli - publicado 05/06/2013 10:40 - última modificação 22/11/2017 18:30

Dieter Anhuf

Coordenador:  Dieter Anhuf

Assinado em 3 de novembro  de 2000 com acordo que vigorou até novembro de 2005. Foi criada no IEA, financiada pelo Serviço Alemão de Intercâmbio Acadêmico (DDAD) e pela FAPESP. Teve por objetivo relações mútuas de cooperação acadêmica, de incentivo a pesquisa e docência nas disciplinas dedicadas às questões ecológicas, assim como o intercâmbio de professores, publicações, programas acadêmicos e projetos de pesquisa, que beneficiarão outras universidades brasileiras. Transferida para a FFLCH, visando novo enfoque, em novembro de 2005.

Visite a página da Cátedra no site do Serviço Alemão de Intercâmbio Acadêmico (DAAD).

Notícia

Inauguração da Cátedra de Ecologia Von Martius

No dia 25 de março de 2002, às 13h30, no IEA, será inaugurada a Cátedra de Ecologia "Carl Friedrich Philipp von Martius", resultado de convênio entre a USP e o Serviço Alemão de Intercâmbio Acadêmico (DAAD, na sigla em alemão).

A cerimônia será às 13h30, com a presença do reitor Adolpho José Melfi, José Fernando Perez (diretor científico da Fapesp), Gerhard Malnic (diretor do IEA), Dieter Anhuf (primeiro ocupante da cátedra), Dieter Zeisler (cônsul-geral da República Federal da Alemanha em São Paulo) e Friedhelm Schwamborn (diretor do DAAD). Depois da cerimônia, acontecerá o simpósio "Biodiversidade na Floresta Tropical", com a participação de Dieter Anhuf e de outros pesquisadores alemães.

O objetivo da cátedra é propiciar a cooperação acadêmica no incentivo à pesquisa e à docência nas disciplinas dedicadas às questões ecológicas, bem como o intercâmbio de professores, publicações, programas acadêmicos e projetos de pesquisa, que beneficiarão outras universidades brasileiras. O convênio é válido até novembro de 2005.

O geógrafo Dieter Anhuf, primeiro ocupante da cátedra, desenvolverá a pesquisa "Impactos de Diferentes Tipos de Vegetação no Microclima (Floresta Tropicais e Cerrado)". Além disso, ministrará o curso "Mudanças Globais" no Programa de Pós-Graduação em Ciências Ambientais (Procam) e colaborará em disciplinas do Instituto Astronômico e Geofísico (IAG). Outras atividades de Anhuf compreendem a participará de eventos de divulgação sobre as temáticas de interesse da cátedra e atuação como consultor ou assessor em uma série de pesquisas desenvolvidas por vários grupos da USP.

Realizações

2002

I - Projeto: Impactos de diferentes tipos de vegetação no microclima (Floresta Tropicais e Cerrado) 2002

Coordenador: Prof. Dr. Dieter Anhuf (Professor Visitante )

Atividades do Projeto:

  • Determinação do índice da área foliar, albedo e outras características físicas em florestas tropicais e cerrado.
  • Análise da estrutura do dossel
  • Balanço de radiação na superfície nos diferentes ecossistemas característicos das florestas tropicais e cerrado
  • Impacto no microclima e implicações para a biodiversidade

 

II - Projeto: "FAClLITATING NEGOTIATIONS OVER WATER CONFLICTS IN  LATIN-AMERICAN PERIURBAN UPSTREAM CATCHMENTS: COMBINING MULTI-AGENT MODELLING WITH ROLE GAME PLAYING"

  • Coordenação: Dra.Raphaele Ducrot (ClRAD/França) - Pesquisadora Visitante

Objetivos do Projeto: O projeto em questão trata de questões ambientais típicas de regiões com crescimento urbano rápido onde a densidade populacional é tal que não mais permite o acesso livre à água potável. O projeto NEGOW A T deverá elaborar  estruturar e testar uma metodologia de análise e previsão que combina a modelagem multi-agente com o jogo de papéis como ferramenta de mediação e discussão para facilitar a negociação sobre gestão de água e solos, no contexto específico das mananciais peri-urbanas da América Latina. O trabalho visa o desenvolvimento de (I) uma ferramenta conceitual que permita analisar os processos de gestão de águas e solos, (II) uma metodologia (incluindo o desenvolvimento de aplicativos) e os manuais de implementação para explorar, testar e discutir cenários.

O processo permitirá ao mesmo tempo capacitar os atores marginalizados das áreas peri-urbanas e melhorar sua participação em todas as etapas do processos participativo de decisão sobre gestão de mananciais. A área de estudo é a Bacia do Alto Tietê.

Novas evidências sobre o paleoclima da Bacia Amazônica e áreas adjacentes.

  • Conservação de Florestas Tropicais através do desenvolvimento sustentável não relacionado com o uso comercial da madeira. (setembro)
  • O Papel da biodiversidade no clima. (novembro)
  • Bio-prospecção. (dezembro)
  • Simpósio – “Instalação da Cátedra von Martius e Simpósio – Biodiversidade na Floresta Tropical”.

Coordenador: Pedro Leite da Silva Dias e Dieter Anhuf

Palestrante: Stephan Robbert Gradstein (Universidade de Gottingen); Joachim Adis (Max-Planck Institut fur Limnologie); Cristopher Martius (Universidade de Bonn) e Dieter Anhuf (Cátedra Von Martius de Ecologia do IEA/USP).

25 de março

The Paleoenvironment in Brazil – with special emphasis on Amazonia and adjacent areas – Time span 21,000 – 6,000 BP. (workshop)

Coordenador: Dieter Anhuf e Marie Pierre Ledru

Palestrantes: Pedro Leite da Silva Dias (IAG- USP); Luiz Pessenda (CENA-USP); Tânia Sanaittti et al.)(presented by M. P. Ledru); Francisco William da Cruz Junior, Ivo Karmann (USP) & Warren Sharp (Berkeley Geochronology Center); Renato Cordeiro Campello (UFF-Niteroi); Hermann Behling (Center for Tropical Marine Ecology –ZMT); Paulo de Oliveira & Maria Judite Gracia (UNGC); Thomas van der Hammen (Tropenhos-Bogota) e Abdel Siffedine (IRD).

Data: 17 e 18 de junho

Local: Salão nobre do Instituto de Geociências

Estratégias da Política Ambiental e Regional para a Amazônia. O exemplo do Programa Piloto para a Proteção das Florestas Tropicais do Brasil.

Palestrante: Gerd Kohlhepp

Coordenador: Dieter Anhuf

24 de setembro

Patents On Biotechnological Inventions in Europe

Palestrante: Tade Mathias Spranger da Universidade de Bonn

Coordenador: Dieter Anhuf

18 de outubro

Local: sala 3 do prédio ICB IV

Acesso aos Recursos Biológicos e Genéticos e o Compartilhamento dos Benefícios

18 de Novembro

Recursos Biológicos e Genéticos: Como Regular o Acesso sem Paralisar a Pesquisa

Providências Institucionais para a Regulação do Acesso e do Compartilhamento de Benefícios

A CBD e a Necessidade de Implantação de Normas Nacionais de Acesso e Compartilhamento de Benefícios

Braulio Dias, diretor do DCBio/Ministério do Meio Ambiente

Sovereignity as a Trojan Horse: How the Convention on Biological Diversity Morphs Biopiracy into Biofraud

Joseph Vogel, professor de economia e integrante da Flacso, Equador)

ALGUMAS EXPERIÊNCIAS

Acesso aos Recursos Genéticos no Brasil: Normas depois do Estabelecimento do Conselho de Gestão do Patrimônio Genético

Rinaldo Mancin (secretário executivo do Ministério do Meio Ambiente)

Access and Benefit Sharing Experience of Costa Rica: the Biodiversity Law and the Contract Negotiation in INBio

Jorge Cabrera, consultor jurídico do INBio, Costa Rica

Peruvian Experience in Regulating Access and Benefit Sharing Regarding Traditional Knowledge

Flavia Noejovich, consultura do Instituto Nacional de Recursos Naturais (Inrena) do Peru
Dicussão (coordenada por Cristiane Derani)

Normas para Acesso e Compartilhamento de Benefícios: Ponto de Vista Acadêmico

A Experiência do Programa Biota/Fapesp

Carlos Joly, coordenador do Programa Biota/Fapesp

Acesso aos Recursos Genéticos e Compartilhamento de Benefícios em Coleções de Jardins Botânicos - um Cenário Atualizado

Tania Sampaio Pereira, do Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro, RJ

Estudos Genéticos da Floresta Tropical: Conservação e Uso

Paulo Kageyama, da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz/USP

Discussão (coordenada por Rinaldo Mancin)

Normas para Acesso e Compartilhamento de Benefícios: Ponto de Vista dos Bioprespectores

Descoberta de Novas Moléculas Bioativas por intermédio de Bioprospecção Indireta em Biomas Brasileiros: Resultados Concretos e Mecanismo para o Retorno de Beneficios e Transferência de Tecnologias para o Brasil e dentro do Brasil

Antonio Paes e Carvalho, presidente da Extracta Moléculas Naturais S.A., Rio de Janeiro, RJ

Discussão (coordenada por Carlos Joly)

19 de Novembro

Compartilhamento de Benefícios Acesso à Tecnologia, sua Transparência e Capacitação

The Possible Outcomes of the Launching, during the World Summit on Sustainable Development (WSSD) in Johannesburg, of the Group of Like-Minded Megadiverse Countries

Carlos Joly, coordenador do Programa Biota/Fapesp

Strategies for Improving Developing Country's Global Competitiveness in Natural Products

John Kilama, do Global Bioscience Development Institute, EUA

Biotecnologias e Acordos Trips: uma Visão a Partir da Pesquisa Brasileira

Ester Dal Poz , do Instituto de Geociências/Unicamp

Discussão (coordenada por Cristina Maria do Amaral Azevedo)

Compartilhando os Benefícios Resultantes da Comercialização

Construindo Formas de Bem Viver

Elaine Elisabetsky, da UFRS, RS

Discussão (coordenada por Braulio Dias)

Aspectos Legais do Acesso e Compartilhamento de Benefícios

Patrimônio Genético e Conhecimento Traditional Associado: Considerações Juridicas sobre seu Acesso

Cristiane Derani, da Faculdade de Direito/USP

Regimes Legais Sui Generis para Proteção do Conhecimento Tradicional Associado com a Biodiversidade

Juliana Ferraz da Rocha Santilli, do Ministério Público e sócia fundadora do Instituto Socioambiental, Brasília, DF

Intelectual Propriety and Sharing Benefits of Genetic Materials

Salvador D. Bergel, da Cátedra de Bioética da Unesco, Buenos Aires, Argentina

Discussão (coordenada por Braulio Dias)

Pontos de Vista dos Povos Indígenas, Comunidades Tradicionais e ONGs

Valorizando o Conhecimento Tradicional

Ailton Krenak, líder indígena, Belo Horizonte, MG

Comunidades Locais: Atores-Chave para a Definição de Normas sobre o Acesso à Diversidade

Angela Cordeiro, do Projeto Cultivando Diversidade, Florianópolis, SC

Discussão (coordenada por Elaine Elisabetsky)

Local: auditório rosa do prédio ICB IV

Custos e Benefícios do Ecoturismo e sua Contribuição para a Conservação. (workshop)

Palestrantes:  Prof. Paul Dale (Coordenador da UICN e SMA- SP); João Allievi – (Prof. Do Senac e Cedenpt); Mario Mantovani (Diretor Executivo da SOS); Edgar Werblowsky (Diretor de Ações Sócio-Ambientais da FreeWay e membro da Toi – Tour Operators Initiative, UNEP, ONU); Prof. Dr. Issao Minami; Prof. Zysman Neiman (Diretor presidente da Physis – Cultura & Ambiente); Patrícia Spina; Paula Arantes; Profª Cecília Gaeta (SENAC); Zélia Paralego e Profª Dra.ª Doris Ruschmann (Diretoria Técnica da Empresa Ruschmann) e Prof. Eliezer Diniz – (FEA/USP, FEARP, IPE E PROCAM).

Coordenador: Dieter Anhuf

Custos e Benefícios do Ecoturismo e sua Contribuição para a Conservação

10 de dezembro

Programa
Cerimônia de abertura – Gerhard Malnic, diretor do IEA, e Dieter Anhuf, da Cátedra de Ecologia Von Martius

POLÍTICA E PLANEJAMENTO DE ECOTURISMO E SUA CONTRIBUIÇÃO PARA A CONSERVAÇÃO

Paul Dale, coordenador de Ecoturismo/Turismo Sustentável da Comissão Mundial Áreas Protegidas da UICN e coordenador do Programa de Ecoturismo da Fundação Florestal da Secretaria do Meio Ambiente do Estado de São Paulo – “Ecoturismo e Unidades de Conservação”

Roberto Mourão, diretor técnico do programa Melhores Práticas para o Ecoturismo (MPE) Fundo Brasileiro para a Biodiversidade (Funbio)

REGULAMENTAÇÃO DO ECOTURISMO: CERTIFICAÇÃO, AUTO-REGULAMENTAÇÃO E PAPÉIS DOS DIFERENTES INVESTIDORES

Mario Mantovani, diretor executivo da SOS Mata Atlântica e integrante do Conselho Brasileiro de Turismo Sustentável – “Certificação de Turismo Sustentável e a Carta de Quebec”

Edgar Werblowsky, diretor de Ações Socioambientais e integrante do Tour Operators Initiative (TOI) da FreeWay Adventure – “O ecoturismo na recepção internacional: benefícios sociais, ambientais e políticos"

ECOTURISMO COMO UMA FERRAMENTA PARA A EDUCAÇÃO AMBIENTAL

Issao Minami, da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU) da USP – "Complexo Turístico Itaipu: projeto de comunicação visual como ferramenta de disseminação da educação ambiental e sustentabilidade"

Zysman Neiman, diretor presidnete da Physis – Cultura & Ambiente, professor do Senac, da Universidade Anhembi Morumbi e Universidade do Grande ABC

CAPACITAÇÃO EM COMUNIDADES LOCAIS E DESENVOLVIMENTO DE RECURSOS HUMANOS

Patricia Spina, do Instituto de Ecoturismo de Mamirauá – “Implementation of Ecotourism in Mamirauá”

Paula Arantes, consultora de planejamento em ecoturismo – “O pólo de turismo sustentável de Lagamar”

Cecília Gaeta, coordenadora da Faculdade de Turismo e Hotelaria do Senac – "Aprendizagem e Desenvolvimento do Profissional de Ecoturismo”

ALGUMAS EXPERIÊNCIAS

Zelia Paralego, presidente da Sociedade de Preservação e Resgate de Paranapiacaba (SPR) – "Paranapiacaba - proximidade com a megalópolis - Oportunidade ou Alto Risco?"

Doris Ruschmann, diretora técnica da Ruschmann Consultores de Turismo e do projeto desenvolvido para o Proecotur-MMA-BID – "Vilas de Ecoentretenimento como Alternativa de Viabilização do Ecoturismo em Bases Econômicas, Sociais e Ecologicamente Corretas" (colaboraão de Jens Ruschmann e Joaquim Rondon)

Discussão, coordenada por Eliezer Diniz, da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade (FEA) da USP

2003

Kickoff Meeting Negowat

Palestrante: José Galizia Tundisi

Coordenadora: Raphaele Ducrot

Data: 3 a 5 de fevereiro

Local: Auditório do IAG/USP

Second International Symposium on the Paleoenvironment in Brazil – The Mid-Holocene (6.000 C yr B.P.) in Brazil. (workshop)

Palestrantes: Jefferson Simões, Nivaor Rodolfo Rigazo, Francisco W. da Cruz Jr., Ivo Karmann, Ilana Wainer, Bruno Jean Turq, Ana Luiza S. Albuquerque, Dieter Anhuf, Gabriel Clauzet, Herman Behling, José Marengo, Luciene Dias de Melo, Tatiana Jorgetti, Pedro Leite da Silva Dias e Alan Prestes

Coordenação: Dieter Anhuf

Data: 9 e 10 de outubro

O Balanço de Carbono e Água em diferentes ecossistemas brasileiros. (simpósio internacional)

Palestrantes: Antonio Nobre (INPE); Humberto Rocha (IAG), Alexandre Santos (UnB); Nicolau Priante Filho (LBA); Regina e Plínio Alvalá (INPE); Christopher Martius (ZEF-Bonn); Marcos H. Costa (Univ. Viçosa); Oswaldo Cabral (EMBRAPA) e Florian Wittmann (INPA).

Coordenadores: Dieter Anhuf e Pedro Leite da Silva Dias

4 e 5 de dezembro

Local: Anfiteatro do IAG/USP

2003 e 2004

Projeto

Facilitating negotiations over water conflicts in latin american periurban upstream catchments: combining multi-agent modelling with role game playing”.

Coordenação: Dra. Raphaele Ducrot (ClRAD/França) - Pesquisadora Visitante

Objetivos do Projeto: O projeto em questão trata de questões ambientais típicas de regiões com crescimento urbano rápido onde a densidade populacional é tal que não mais permite o acesso livre à água potável. O projeto NEGOWAT deverá elaborar estruturar e testar uma metodologia de análise e previsão que combina a modelagem multi-agente com o jogo de papéis como ferramenta de mediação e discussão para facilitar a negociação sobre gestão de água e solos, no contexto específico das mananciais peri-urbanas da América Latina. O trabalho visa o desenvolvimento de (I) uma ferramenta conceitual que permita analisar os processos de gestão de águas e solos, (II) uma metodologia (incluindo o desenvolvimento de aplicativos) e os manuais de implementação para explorar, testar e discutir cenários.

O processo permitirá ao mesmo tempo capacitar os atores marginalizados das áreas peri-urbanas e melhorar sua participação em todas as etapas do processo participativo de decisão sobre gestão de mananciais. A área de estudo é a Bacia do Alto Tietê.

Notícia

março de 2003

Negowat: novo recurso para negociações ambientais

Uma nova ferramenta será testada este ano como auxílio na negociação de conflitos sobre água e ocupação do solo na Bacia do Alto Tietê. É o Projeto Negowat, que utilizará a modelagem computacional multi-agente e jogos de papéis entre os envolvidos nessas questões. A iniciativa é financiada pela Comissão Européia, Centro de Cooperação Internacional em Pesquisa Agronômica para o Desenvolvimento (Cirad) da França e Fapesp, com a participação de várias instituições brasileiras, européias e da Bolívia, onde experiência similar será feita.

A coordenadora é a pesquisadora francesa Raphaèle Ducrot, do Cirad. Ph.D. em agronomia e especialista em modelagem multi-agente, ela trabalha sobretudo com problemas de gerenciamento de processos de decisão em sistemas de irrigação.

Há três problemas centrais no gerenciamento da Bacia do Alto Tietê, segundo Ducrot e outros integrantes do projeto: 1) melhoria da qualidade da água e proteção dos recursos, especialmente nas nascentes; 2) adequação dos recursos hídricos versus a demanda num contexto de crescimento populacional e aumento das tensões; 3) gerenciamento das inundações. A ferramenta a ser elaborada pelo Negowat será testada em casos ligados a esses problemas tanto na cabeceira do rio Tietê quanto na Represa Guarapiranga e também nas proximidades de Cochabamba, na Bolívia.

A modelagem multi-agente é uma nova forma de representação computacional desenvolvida nos últimos 15 anos e que utiliza a chamada linguagem orientada a objetos. Segundo Ducrot, isso tem sido utilizado nos últimos 10 anos na indústria, nos robôs, no controle de tráfego aéreo em aeroportos e na análise do trânsito urbano, entre outros casos. Nos últimos 3 anos passou a ser utilizada em centros de pesquisa para gestão de recursos naturais.

A pesquisadora explica que o interesse nesse tipo de modelagem deve-se ao fato de ele possibilitar um modelo muito aberto e permitir representar, simultaneamente, fenômenos biofísicos e sociedades virtuais, onde agentes representam seres humanos, com comportamentos básicos como a possibilidade de tomar decisões, ter uma representação do ambiente e dos outros, de se comunicar e de agir. Entretanto, ela considera que esses modelos são bons para representar sistemas complexos, mas não são adequados para fornecer previsões: “São mais interessantes para ajudar os atores a discutir a partir de cenários possíveis”.

“Não tenho certeza se uma representação muito complexa de um sistema ajude na tomada de decisão, por isso nossa primeira hipótese é trabalhar com um modelo muito simples. O importante é que os atores concordem com a representação feitas sobre eles”, comenta Ducrot. A modelagem será refeita até que todos concordem com a forma com estão sendo retratados. Feito isso, acontecerão os jogos de papéis entre os envolvidos no problema. “Outra vantagem de articular a modelagem multi-agente com o jogo de papéis é que a modelagem é fechada, depois da concordância com as representações, enquanto o jogo de papéis é aberto, com as pessoas podendo propor outros enfoques e posturas.”

Exemplos de casos possíveis são os conflitos que podem surgir com agricultores, que podem alegar não concordar em pagar pela água que ajudam a conservar. Outro caso pode ser a negociação entre municípios que possuem recursos hídricos abundantes mas não os consomem e os municípios que usufruem desses recursos. Outra possibilidade é a situação das invasões de áreas de mananciais por loteamentos irregulares.