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A estrutura produtiva e as políticas industriais e de inovação no Brasil

por Sandra Codo - publicado 22/10/2009 17:15 - última modificação 27/08/2013 15:47

O Ipea está organizando o seminário "Estrutura Produtiva e Políticas Industriais e de Inovação no Brasil: Desafios Atuais e Mudanças Emergentes", no dia 10 de novembro, das 8h30 às 13h, no Anfiteatro da Escola Politécnica da USP. O seminário faz parte de uma série de debates que o IPEA está promovendo para comemorar seus 45 anos de atuação.

Motivado pelas comemorações de seus 45 anos, o Ipea vem realizando vários debates sobre o curso do desenvolvimento brasileiro na atualidade e sobre os caminhos que podem ser abertos para o país.

Nesse sentido, a Diretoria de Estudos Setoriais (Diset) do órgão, em parceria com o Núcleo de Política e Gestão Tecnológica da USP, o Observatório da Inovação e da Competitividade do IEA e o Departamento de Engenharia de Produção da Escola Politécnica da USP, realizarão o seminário "Estrutura Produtiva e Políticas Industriais e de Inovação no Brasil: Desafios Atuais e Mudanças Emergentes". As conclusões deste seminário serão enviadas ao Comitê Gestor da Política de Desenvolvimento Produtivo (PPD).

O seminário será realizado no dia 10 de novembro, das 8h30 às 13h, no Anfiteatro da Escola Politécnica da USP (Av. Prof. Luciano Gualberto, Travessa 3, Cidade Universitária, São Paulo).

O encontro será aberto pelo presidente do Ipea, Marcio Pochman, que exporá de forma sintética os desafios da instituição em seus 45 anos de existência. Em seguida, haverá duas discussões:

  • condições de competitividade da indústria brasileira no contexto pós-crise econômica, com mapeamento dos principais problemas a serem superados;
  • identificação de pontos prioritários para o aperfeiçoamento das políticas públicas direta e indiretamente vinculadas ao desenvolvimento industrial e à capacidade de inovação no país.

 

NOTA DOS ORGANIZADORES

Muitos concordariam em que, no pós-crise, várias das circunstâncias mundiais que estimularam o crescimento latino-americano do período 2003-2007 mudaram ou estão mudando. As economias centrais se direcionam para mudanças mais fortes em suas matrizes energéticas, aumentam as demandas ambientais, redirecionam-se as prioridades em desenvolvimento de C&T; e as tendências em inovações no setor produtivo (e nos sistemas de proteção social), apenas para ressaltar algumas inflexões mais chamativas. E se diz ainda que a competição para se reposicionar nos mercados globais tenderá a ser muito mais intensa.

Se isso é correto – mesmo que apenas em parte – está sendo alterado significativamente o contexto para a retomada do desenvolvimento brasileiro. Até mesmo para além das certezas de um país capaz de atender às demandas por alimentos e matérias-primas naturais e das dúvidas que assomam com as perspectivas da produção petrolífera e de energias renováveis com que nos credenciávamos para voltar a protagonizar algum papel relevante naquele cenário.

Isto implica dizer que, ademais dos focos de problemas (ou desafios estruturais) que o sistema produtivo brasileiro já enfrentava (e que aqueles especialistas já vinham equacionando), alguns outros emergem desse novo quadro mundial. Talvez imbricados com o que se vem dizendo sobre "intensificar/agilizar a reestruturação produtiva", "ganhar competitividade" (mas em que setores? Em que pontos de cadeias produtivas? Em quais pontos do espaço brasileiro?), "voltar a exportar/ exportar com mais valor agregado" (a partir de que ramos? Para quais destinos? Sob quais condições?). Como enfrentar o "efeito China" na área industrial?

Diante desse quadro, quais poderiam ser "áreas estratégicas" potenciais e/ou virtualmente estimuláveis para retomar o ciclo de desenvolvimento num patamar diverso do que vinha se palmilhando?
Que contribuições os geradores de conhecimento e de capacitação tecnológica - sediados no espaço USP/Unicamp/Unesp e também em seu entorno - poderiam trazer a cada uma dessas áreas, no sentido de adicionar vantagens competitivas ao esforço das próprias empresas e das políticas econômicas?

Como as políticas públicas poderiam incorporar estas visões e proposições - preferivelmente no bojo de uma concepção estratégica de desenvolvimento? Como projetar essas visões e proposições no âmbito das políticas estaduais, dos órgãos de financiamento à inovação (nacional e estaduais), da formação de recursos humanos altamente qualificados e da incorporação de inovações pelas empresas privadas - para o pais ganhar mais competitividade?

Estas são idéias motivadoras de um diálogo e esperamos que os participantes possam não apenas ampliar/focar os temas a serem debatidos, mas também dar concretude e organização à discussão dessas e doutras idéias.