Abertura da Intercontinental Academia destaca originalidade e relevância do projeto
Mesa de abertura da Intercontinental Academia contou com a presença do ministro da Educação, Renato Janine Ribeiro (segundo a partir da direita) |
A sessão de abertura da Intercontinental Academia (ICA), realizada na noite de 17 de abril na Faculdade de Medicina da USP, foi marcada pelo entusiasmo dos presentes diante da originalidade do projeto e sua de importância para a colaboração científica e cultural entre pesquisadores de diferentes países, instituições e áreas do conhecimento.
O ministro da Educação, Renato Janine Ribeiro, que integra o Comitê Científico do IEA no projeto, destacou a relevância da iniciativa ao integrar pessoas diferenciadas acadêmica e culturalmente no atual momento, quando palavras como "conhecimento" e "sabedoria" já não possuem sentidos únicos, ao mesmo tempo em que "há dúvidas sobre o que fazer com o conhecimento e a sabedoria não é mais uma constante na ciência".
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O presidente do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Hernan Chaimovich, também integrante do Comitê Científico do IEA, afirmou que a ICA é um exemplo de atividade "não canônica" que deve ter mais espaço na formação dos pesquisadores: "A escolha de um tema para ser analisado por pessoas de diferentes culturas e formações é de uma relevância intelectual extremamente rica, um exemplo de como se pode suplantar a interdisciplinaridade e atingir uma transculturalidade academicamente competitiva em qualquer lugar do mundo." Chaimovich também sublinhou a qualidade do perfil científico dos jovens pesquisadores selecionados para o projeto.
O pró-reitor de Pesquisa, José Eduardo Krieger, representou o reitor da USP, Marco Antônio Zago, na solenidade. Krieger, presidente do Comitê Científico do IEA, disse que o projeto contribui para a exploração dos formatos mais produtivos de constituição de redes de colaboração científica. Ele também chamou a atenção para o fato de a ICA caracterizar-se pela interdisciplinaridade e integração de jovens pesquisadores, "que terão importante papel nas sociedades de seus países".
O diretor do IEA, Martin Grossmann, apresentou o histórico e as características do projeto, explicando que, em paralelo à reflexão sobre os conceitos de tempo nas várias ciências, optou-se por incluir outras atividades e temas de discussão, como a discussão sobre o futuro da universidade e a produção de um Mooc (Massive Open Online Course), um curso livre sobre o tempo a ser oferecido ao público via web.
Participantes do projeto e convidados durante a sessão de abertura |
Carsten Dose, do Instituto de Estudos Avançados da Universidade de Freiburg, Alemanha, secretário geral do projeto, apresentou aos participantes as congratulações dos IEAs integrantes da rede Universisity-Based Institutes for Advanced Study (Ubias), entidade matriz da ICA. Segundo ele, a concretização da proposta surgida em 2012 significa uma demonstração clara das possibilidades de trabalho conjunto entre os IEAs integrantes da Ubias. Dose fez questão de homenagear o diretor anterior do IEA, César Ades (1943-2012), que participou do encontro de formação da Ubias em outubro de 2010 e que impressionou a todos pelo seu entusiasmo com criação da entidade.
Dapeng Cai, do Instituto de Pesquisa Avançada (IAR) da Universidade de Nagoya, Japão, parceiro do IEA na realização da ICA, destacou os esforços empreendidos para a concretização do projeto e a importância de o produto final ser um Mooc sobre o tempo. Na sua opinião, a produção de um curso online livre demonstra que a ICA, além de possibilitar o compartilhamento de conhecimentos entre os pesquisadores envolvidos, preocupa-se também em compartilhar com o público os resultados atingidos.
Fotos: Fernanda Resende/IEA-USP