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América do Sul é tema de dois painéis

por Mauro Bellesa - publicado 10/09/2006 00:00 - última modificação 06/02/2014 12:10

Integração, geoestratégia, segurança e aspectos políticos, econômicos e sociais serão debatidos no encontro.

América do SulEspecialistas de várias instituições participam de dois painéis sobre América do Sul organizados pelo IEA. Os encontros acontecem nos dias 20 e 21 de setembro, às 14h, na sede do Instituto. Política, economia, sociedade, integração, geoestratégia e segurança serão os tópicos em discussão.

PAINEL I

No dia 20, o Painel I será sobre "Aspectos Políticos, Econômicos e Sociais", com os seguintes temas e expositores: "Trabalho e Sociedade", com Claudio Salvadori Deddeca, do Instituto de Economia da Unicamp; "Tendências Políticas e Dilemas Econômicos", com Maria Cristina Cacciamali, do Departamento de Economia da FEA/USP; "Relações Internacionais: entre o Multilateralismo e o Regionalismo", com Umberto Celli Junior, do Departamento de Direito Internacional da FD/USP; "Mídia e Cidadania", com Cremilda Medina, do Departamento de Jornalismo e Editoração da ECA/USP. Maria Cristina Cacciamali será a coordenadora.

Para Claudio Salvadori Dedecca, os novos governos eleitos nos países da América Latina trazem mudanças nos enfoques sobre a questão do desenvolvimento e suas relações com as questões social e do trabalho: "A perspectiva de crescimento com geração de emprego voltou à agenda, bem como a retomada dos instrumentos de política social. A precariedade dos mercados nacionais de trabalho e o grau atual de deterioração das políticas sociais em um contexto de elevada restrição orçamentária do Estado criam importantes restrições à nova perspectiva proposta pelos novos governos." Em sua exposição, Dedecca fará uma reflexão a partir desta perspectiva, buscando incorporar o tema da integração regional.

Os acordos regionais e bilaterais em face das regras da Organização Mundial do Comércio e as perspectivas para o Brasil e o Mercosul diante desses acordos serão os tópicos abordados por Umberto Celli Junior.

Maria Cristina Cacciamali analisará a estagnação econômica da América do Sul nos últimos 25 anos, que ela relaciona com a falta de planos e ações governamentais para a retirada de restrições ao crescimento da produtividade. Os principais focos da análise são o "desenvolvimento da economia informal e a falta de concentração de esforços governamentais para a articulação do desenvolvimento tecnológico, fatores que restringem o aumento da produtividade na região". Para Cacciamali, os governos populares da América do Sul – na Argentina, Brasil, Bolívia e Venezuela – até agora não priorizaram em suas agendas políticas ações ou práticas voltadas à superação dessas restrições.

PAINEL II

No dia 21, o Painel II debaterá "Integração, Geoestratégia e Segurança". Os temas e expositores serão: "A Integração da América do Sul no Contexto das Relações Internacionais", com Oliveiros Ferreira, do Departamento de Relações Internacionais da PUC-SP e do Departamento de Ciência Política da FFLCH/USP; "Evolução da Geopolítica e as Novas Configurações Territoriais Sul-Americanas", com Wanderley Messias da Costa, do Departamento de Geografia da FFLCH/USP; "A Evolução do Pensamento da Estratégia Militar e a Segurança Regional Sul-Americana", com Eliézer Rizzo de Oliveira, do Centro Brasileiro de Estudos da América Latina (CBEAL) do Memorial da América Latina; "O Papel do Brasil no Ambiente Geoestratégico Sul-Americano", com o general Augusto Heleno Ribeiro Pereira, chefe do Gabinete do Comando do Exército. A coordenação estará a cargo de Wanderley Messias da Costa.

Oliveiros Ferreira falará sobre como a integração da América Latina poderá enquadrar-se no cenário internacional previsível e qual seria o papel do Brasil nesse processo. Wanderley Messias da Costa abordará a trajetória da integração sul-americana nas duas últimas décadas, com ênfase nos processos de configurações e reconfigurações territoriais na região, tais como os impactos nas zonas fronteiriças e nas logísticas de circulação e energética. Costa também exporá uma análise sucinta das forças de coesão e de dispersão — sobretudo aquelas de inspiração geopolítica — que têm atuado nesse processo, influenciando positiva ou negativamente os arranjos externos e externos da região, do ponto de vista das estratégias nacionais e regionais de integração.

Eliézer Rizzo de Oliveira apresentará ensaio onde define o quadro estratégico da América do Sul e sua evolução recente e analisa o pensamento das Forças Armadas do Brasil à luz do fim da Guerra Fria e do poder estratégico dos Estados Unidos, fator central da atual ordem mundial, relacionando-o com a percepção de ameaças no contexto regional. O general Augusto Heleno Ribeiro Pereira, que comandou a Força de Paz no Haiti de maio de 2004 a agosto de 2005, mostrará a visão estratégica do Exército Brasileiro dentro do quadro geopolítico sul-americano. Apresentará um panorama das missões constitucionais e complementares na atualidade e, com vistas ao futuro, uma análise das prioridades, preparo e emprego da Força Terrestre e dos meios a ela necessários.

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