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Carlos Nobre e Magda Lombardo são os novos pesquisadores colaboradores do IEA

por Victor Matioli - publicado 16/05/2018 16:55 - última modificação 11/01/2019 15:11

Dois novos pesquisadores colaboradores integrarão o quadro do IEA pelos próximos dois anos: Carlos Afonso Nobre, cientista e pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), e Magda Adelaide Lombardo, geógrafa e professora titular da Universidade Estadual de São Paulo (Unesp).

Dois novos pesquisadores colaboradores integrarão o IEA pelos próximos dois anos. Carlos Afonso Nobre, cientista e pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), pretende mobilizar uma abrangente comunidade civil para estabelecer trajetórias de desenvolvimento sustentável  para o Brasil em 2050. A geógrafa e professora titular da Universidade Estadual de São Paulo (Unesp) Magda Adelaide Lombardo analisará profundamente a dinâmica da ilha de calor e o uso da terra nas Subprefeituras da cidade de São Paulo.

Ambos foram acolhidos pelo Programa Pesquisador Colaborador (resolução CoPq Nº 7413, de 06 de outubro de 2017), desenvolvido pela Pró-Reitoria de Pesquisa da USP para oferecer a oportunidade de pesquisadores externos, vinculados ou não a outra instituição, colaborarem em projetos de pesquisa da Universidade. Os novos pesquisadores foram nomeados pelo Conselho Deliberativo (CD) do IEA no dia 24 de abril e devem desenvolver suas atividades até 2020.

Carlos Nobre - Perfil

Carlos Afonso Nobre
Paulistano e engenheiro eletrônico de formação, Nobre se tornou um dos maiores especialistas em mudanças climáticas globais do Brasil. Membro titular da Academia Brasileira de Ciências (ABC) e Secretário Nacional do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) durante 4 anos, ele se dedica há mais de 40 anos a estudos relacionados ao clima.

No projeto Brazil in 2050, o cientista pretende estabelecer uma rede de pesquisa para analisar e construir trajetórias de desenvolvimento sustentável para o Brasil em 2050. Segundo ele, farão parte desta rede cientistas sociais, naturais e da saúde, engenheiros, profissionais, tomadores de decisão e representantes das organizações da sociedade civil.

Apesar de direcionar sua apuração para 2050, Nobre garante que a análise de alguns fatores deve ultrapassar o ano 2100. Isto é necessário, segundo ele, para levar em consideração os processos a longo prazo do sistema terrestre e a dinâmica de transformação socioeconômica. “O objetivo é transformar o Brasil em direção a um futuro justo, inclusivo e sustentável para todos dentro dos limites planetários.”

O projeto se associa a iniciativa internacional The World in 2050 (TWI2050), criada pelo International Institute for Applied Systems Analysis (IIASA), mas apresenta uma proposta de regionalização para o Brasil. Segundo Nobre, há duas áreas fundamentais para o desenvolvimento sustentável do país e que precisam receber atenção especial: a Amazônia e a região Nordeste.

Quanto à motivação do seu esforço de pesquisa, o cientista revela que se apoia em duas perguntas fundamentais: “que futuro queremos para a humanidade?” e “que futuro queremos para o planeta?”.

Magda Adelaide Lombardo

Magda Adelaide Lombardo
Este não será o primeiro contato da professora Lombardo com a Universidade de São Paulo. A especialista em Geoprocessamento, Cartografia Temática e Clima Urbano desenvolveu seu mestrado (1978) e doutorado (1984) na USP, onde também conquistou sua livre-docência (1995). Ela acredita que, com o projeto Análise da dinâmica da ilha de calor e uso da terra nas Subprefeituras do Município de São Paulo, pode contribuir para avaliar as condições ambientais em diferentes áreas da cidade, melhorando a qualidade de vida dos moradores das Subprefeituras de São Paulo.

Segundo Lombardo, um dos efeitos mais comuns dos aglomerados urbanos são as ilhas de calor, que caracterizam-se pelo incremento da temperatura nos centros urbanos em relação às áreas circundantes. Para ela, isto se deve à má gestão dos espaços urbanos, onde geralmente se observam as finalidades individuais em detrimento das coletivas. “Na maioria das vezes, o resultado é uma paisagem urbana biologicamente estéril e esteticamente deprimente”, argumenta.

A professora acredita ser necessário, portanto, compreender “os processos naturais no contexto urbano, suas relações com o planejamento e desenho das cidades”. Com esse fim, ela traçou quatro objetivos específicos para a pesquisa que será desenvolvida no IEA: 1) Mapear o uso e a ocupação da terra nas diferentes Subprefeituras do município de São Paulo. 2) Com o uso de imagens termais, mapear a ilha de calor do município. 3) Relacionar as classes de uso e ocupação da terra com as diferentes temperaturas. 4) Subsidiar as políticas públicas locais.

Fotos: Maria Leonor de Calasans / IEA-USP