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Cátedra Unesco discute a responsabilidade social dos cientistas

por Sandra Codo - publicado 01/11/2007 00:00 - última modificação 29/04/2013 23:20

No dia 10 de dezembro, às 14h, no IEA a Cátedra Unesco organiza o seminário "A Responsabilidade Social dos Cientistas". O evento será coordenado pelos professores Dina Lida Kinoshita e Sérgio Adorno que destaca alguns tópicos que serão discutidos no seminário: a aplicação da ciência para fins militares, o impacto do avanço tecnocientífico no meio ambiente entre outros.

cienciaesociedade2.jpgA história social da ciência testemunha a contribuição do desenvolvimento científico para o progresso e bem-estar da humanidade. Inúmeras descobertas conduziram a importantes avanços tecnológicos. Paradoxalmente, em alguns momentos da história universal recente, o uso do conhecimento científico e tecnológico foi responsável por grandes desastres e tragédias para a humanidade, entre os quais se destaca o lançamento de bombas atômicas em Hiroshima e Nagasaki em 1945.

Para o sociólogo Sérgio Adorno, coordenador da Cátedra Unesco de Educação para a Paz, Direitos Humanos, Democracia e Tolerância, há várias questões a considerar sobre as conseqüências sociais do desenvolvimento científico e tecnológico: a aplicaçao da ciência para fins militares; o impacto do avanço tecnocientífico no meio ambiente; a distribuição dos benefícios resultantes do progresso tecnocientífico; e a difusão da ciência como problema da educação para a paz, direitos humanos e tolerância.

Esses aspectos serão debatidos no seminário "A Responsabilidade Social dos Cientistas", no dia 10 de dezembro, às 14h, no IEA. O evento é organizado pela Cátedra Unesco e será coordenado por Dina Lida Kinoshita e moderado por Sérgio Adorno, ambos integrantes da cátedra. Já confirmaram participação José Goldemberg (IEE/USP e IEA), Amélia Hamburger (IF/USP) e Fernando de Souza Barros (IF/UFRJ). O seminário será transmitido ao vivo pela Internet em www.iea.usp.br/aovivo.

O século 20 assistiu a um crescimento da violência em escala jamais vista anteriormente, com duas guerras mundiais na primeira metada do século e uma Guerra Fria na segunda metade com conflitos localizados, mas nem por isso menos violentos. Adorno lembra que a produção de armas químicas e biológicas, bem como de artefatos nucleares para fins bélicos, têm ocupado permanentemente parcela considerável da comunidade científica internacional: "A idéia positivista de que o desenvolvimento científico e tecnológico atua sempre no sentido de uma solução benéfica para a humanidade tem sido contestada pelos fatos".

Novos problemas vêm aflorando graças ao grande avanço nas ciências biológicas nas últimas décadas. As mesmas técnicas destinadas a promover a cura e a prevenção de enfermidades e a produção abundante de alimentos poderiam ser utilizadas para grandes prejuízos à humanidade. Adorno considera que as discussões bioéticas concentram-se sobretudo nas áreas de organismos geneticamente modificados (OGM), da biossegurança (com problemática do bioterrorismo e enfermidades emergentes, como a gripe aviária) e no uso de células-tronco embrionárias para fins terapêuticos.

Imagem: montagem com fotos de Balakov e Grant