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Comitê inicia busca de candidatos a diretor do IEA

por Mauro Bellesa - publicado 06/04/2007 15:30 - última modificação 04/08/2015 11:45

Trabalho identificará os melhores candidatos a integrar uma lista tríplice a ser definida pelo Conselho Deliberativo e submetida à reitora.

O Instituto de Estudos Avançados (IEA) da Universidade de São Paulo (USP) iniciou o processo de seleção de candidatos a diretor da instituição. A escolha será feita com o auxílio de um Comitê de Busca criado pelo Conselho Deliberativo do Instituto.

Caberá ao comitê identificar dentre os professores titulares em exercício da USP os melhores candidatos a integrar uma lista tríplice a ser definida pelo Conselho Deliberativo e submetida à reitora, que nomeará um dos três relacionados como o novo diretor do IEA, para um mandato de quatro anos a partir de 6 de outubro de 2007.

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Reunião do Comitê de Busca com
o diretor do IEA, João Steiner (à dir.)

O comitê é presidido por Eduardo Krieger (InCor e ABC) e conta com a participação de Carlos Henrique de Brito Cruz (Fapesp e Unicamp), Bertha Becker (UFRJ), Sylvia Leser de Mello (Instituto de Psicologia da USP) e Fernando Leça (Memorial da América Latina).

O IEA dedica-se à análise interdisciplinar de questões fundamentais das ciências e humanidades e à discussão de políticas públicas. A realização dessas atividades o caracteriza como um espaço de convergência multidisciplinar para os departamentos da USP e um canal de interação desta com a sociedade. Em razão desse perfil do Instituto, o comitê avaliará as credenciais dos candidatos nos seguintes requisitos:

  • competência acadêmica reconhecida;
  • reconhecimento junto à comunidade acadêmica, científica e tecnológica;
  • experiência administrativa;
  • capacidade de liderança;
  • visão de futuro da Instituição;
  • capacidade de captar recursos;
  • experiência em cooperação nacional e internacional;
  • motivação para enfrentar novos desafios.

As inscrições para a seleção devem ser feitas até 15 de julho de 2007. Para efetuá-la, o candidato deverá encaminhar curriculam vitae e um texto (até cinco páginas) no qual descreva seu plano de trabalho na direção do IEA para: Eduardo Krieger (a/c Marilda Gifalli),mgifalli@usp.br

Visibilidade e transparência

Na entrevista a seguir, João Steiner, diretor do IEA, explica os objetivos da implantação do novo sistema de seleção de candidatos à direção do Instituto.

contato, — Quais são as vantagens da adoção de um comitê de busca?

Steiner — É importante que fique claro que o Conselho Deliberativo (CD) continua sendo a instância formal que decide sobre a lista tríplice a ser encaminhada à reitora. A diferença é que o CD resolveu utilizar um instrumento adicional para identificar as lideranças aptas a dirigir o IEA: um Comitê de Busca. A grande vantagem é que esse comitê dá visibilidade e  transparência ao processo.

contato, — A atuação de comitês de busca é uma prática adotada em algumas instituições de pesquisa no Brasil e em muitas universidades no Exterior, mas até esta iniciativa do IEA era estranha às universidades públicas brasileiras. Por quê?

Steiner — No Brasil, o processo de seleção por comitê de busca foi introduzido nos institutos do Ministério da Ciência e Tecnologia na gestão do ministro Ronaldo Sardenberg (1999-2002), período em que fui secretário daquelas instituições. Foi uma prática inovadora, que deu certo e que é mantida até hoje. Nas grandes universidades de classe mundial essa prática é corriqueira há muito tempo. Algum dia as melhores universidades brasileiras também vão descobrir as vantagens desse processo. O procedimento está sendo adotado no IEA porque o CD o considerou apropriado ao Instituto. Se alguma universidade brasileira quiser se tornar uma instituição de classe mundial, é bom que comece a pensar em práticas de gestão que possam levá-la a isso.

contato, — O atual comitê não conta com nenhum docente em exercício na USP. Além disso, um dos integrantes é um não-acadêmico externo à USP e dois são docentes de outras universidades. Mas os nomes a serem selecionados têm de ser obrigatoriamente professores titulares da USP. Não há uma contradição nisso?

Steiner — Pelo contrário. A base do sucesso de um comitê de busca é que ele seja formado por pessoas do mais alto nível e credibilidade. O IEA tem como missão, entre outras, fazer a ponte entre a Universidade e a sociedade em geral. Para isso, aliás, conta com um representante da sociedade no seu CD. Inclusive, o membro não academico do comitê já foi conselheiro do IEA no passado. Todos os professores titulares em exercício da USP são candidatos potenciais a diretor do IEA; essa é uma boa razão para que não façam parte do comitê.

contato, — Esses integrantes externos à USP estão familiarizados com o perfil e atuação profissional de possíveis candidatos e com as características do IEA para que possam selecionar com segurança os melhores nomes?

Steiner — O comitê já foi exposto explicitamente às características da missão, estrutura e desenvolvimento recente do IEA. É um fato que o diretor do IEA precisa lidar com a multidisciplinaridade, com a interação com a sociedade, com a discussão de políticas públicas etc. Mas é fundamental que fique claro que o comitê não é estranho à universidade, à sua missão e às suas dificuldades. Pelo contrário. São pessoas com ampla visão e experiência nesse campo. O comitê tem todas as condições de identificar, entre os professores da USP, as melhores lideranças capazes de dirigir o Instituto.

contato, — Qual a sua perspectiva para o interesse que esse processo de seleção possa despertar?

Steiner — O processo se dá com visibilidade e transparência. O nível dos integrantes do comitê lhe confere credibilidade. Penso que nessas condições surja grande interesse entre os professores titulares da USP.

Foto: Mauro Bellesa/IEA-USP