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Genocídios e violência política na nova ordem internacional

por Sandra Codo - publicado 05/06/2010 00:00 - última modificação 02/04/2014 11:15

A cientista política Marina Calloni da Universidade dos Estudos de Milão-Bicocca, Itália, faz a conferência “Genocides and Political Violence in a New Geopolitical Order" ("Genocídios e Violência Política na Nova Ordem Geopolítica") no dia 30 de junho. Calloni pesquisa sobretudo temas ligados à filosofia e política social, direitos humanos e justiça; os conflitos culturais e a crítica da violência, entre outros temas, que também serão abordados em sua conferência.

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Marina Calloni

Apesar de as guerras mundiais e o Holocausto terem motivado o constante alerta para que a humanidade evitasse que tragédias como aquelas voltassem a acontecer, o fechamento do século 20 testemunhou a perpetração de genocídios como os de Ruanda e da Bósnia e Herzegovina. Para a filósofa e cientista política Marina Calloni, da Universidade dos Estudos de Milão-Bicocca, Itália, a violência política organizada produziu rastros de sangue ligando o último século ao novo milênio e instrumental para a nova ordem geopolítica e os poderes econômicos.

Além disso, segundo ela, as guerras em torno de identidade e do fundamentalismo islâmico estão entremeadas por conflitos armados de natureza "preventiva" e pela "guerra total ao terror", e assim, "as guerras tornaram-se sem-lei, são amorfas, indefinidas e ubíquas".

Calloni tratará dessas questões na conferência “Genocides and Political Violence in a New Geopolitical Order" ("Genocídios e Violência Política na Nova Ordem Geopolítica") no dia 30 de junho, às 10h, na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP (veja o endereço abaixo).

A partir do novo caráter adquirido pelas guerras e à luz de uma abordagem dos direitos humanos contextual e que procura atravessar fronteiras, Callloni comentará na conferência os testemunhos de sobreviventes, de modo a não apenas denunciar aqueles que adotam uma atitude de negação frente às atrocidades e formas da violência organizada, cada vez mais próxima da vida cotidiana de cada um, mas, acima de tudo, voltar-se contra aqueles que tendem a esquecer as histórias das vítimas e os sofrimentos dos sobreviventes.

A conferência é uma realização da Cátedra Unesco de Educação para a Paz, Direitos Humanos, Democracia e Tolerância (sediada no IEA), do Núcleo de Estudos da Violência (NEV) da USP e da Associação Nacional de Direitos Humanos — Pesquisa e Pós- Graduação (Andhep). O evento será em inglês, sem tradução, e terá como apresentadora e moderadora Ana Lúcia Pastore Schritzmeyer, do Departamento de Antropologia da FFLCH-USP e vice-presidente da Andhep.

Calloni é professora titular de filosofia social e política na Universidade dos Estudos de Milão-Bicocca desde 2002. Representa a Itália no corpo administrativo da Agência da União Europeia para Direitos Fundamentais, dirige a Rede Internacional para Pesquisa sobre Gênero e Empowerment e é co-fundadora da Plataforma Europeia de Mulheres Cientistas e da Rede da Unesco de Mulheres Filósofas. Em 2011, assumirá uma Fulbright Distinguished Chair no Departamento de Ciência Política da Universidade Notre Dame, EUA. Entre seus principais temas de trabalho estão: filosofia e política social; direitos humanos e justiça; questões de gênero; democracia, conflitos culturais e a crítica da violência; cidadania europeia e a esfera pública; política e ciência em países pós-socialistas; e redes de pesquisa e cooperação internacionais.

Entre seus últimos livros estão: "Umanizzare l’Umanitarismo? Limiti e Potenzialità della Comunità Internazionale" ("Humanizar o Humanitarismo? Limites e Potencialidade da Comunidade Internacional"), de 2009; "Violenza senza Legge — Genocidi e Crimini di Guerra nell’Età Globale" ("Violência sem Lei — Genocídio e Crimes de Guerra na Era Global"), de 2006; "Gender Stereotypes in South-Eastern European Countries — A Unesco Report" ("Estereótipos de Gênero nos Países do Sudeste da Europa — Relatório da Unesco"), de 2007.

Assista ao vídeo do evento
Genocides and Political Violence in a New Geopolitical Order