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Grupo do IEA integra rede latino-americana sobre água

por Sandra Codo - publicado 15/04/2009 00:00 - última modificação 02/04/2013 15:40

A Rede de Pesquisa Waterlat dedica-se a analisar temas relacionados com a ecologia política da água e reúne pesquisadores da América Latina e da Europa.

Em maio aconteceu a primeira reunião no Brasil da rede de pesquisa Waterlat (www.waterlat.org), que congrega pesquisadores da América Latina e da Europa dedicados a analisar temas relacionados com a ecologia política da água. O objetivo do encontro foi estabelecer metas de ações para o triênio 2009-2011.

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Leo Heller, Pedro Jacobi, Wagner Costa Ribeiro e Norma Valencio, integrantes brasileiros da rede de pesquisa

Estiveram presentes Norma Valencio, da UFSCar, Leo Heller, da UFMG, Pedro Jacobi e Wagner Costa Ribeiro, ambos da USP e integrantes do Grupo de Pesquisa de Ciências Ambientais do IEA. A rede é coordenada por José Esteban Castro, professor da Escola de Geografia, Política e Sociologia da Universidade de Newcastle, Reino Unido.

Os conflitos socioambientais em torno do acesso à água de qualidade têm crescido em todo o mundo. No caso da América Latina, apesar da abundância natural do recurso em muitos países, a população, principalmente a urbana, não é abastecida adequadamente. Além disso, surgem disputas entre usuários da água, como os grandes agricultores e empresas de abastecimento público e pequenos usuários, como os agricultores familiares.

Um dos pontos destacados pelos pesquisadores foi a necessidade de aprofundar o conhecimento das diversas linguagens que se estabelecem em torno da água. Muitas vezes o discurso técnico impõe uma maneira de tratar os recursos hídricos que exclui demandas de certos grupos sociais. Também são frequentes embates entre os atores importantes, que usam muita água para fins distintos, como, por exemplo, setores produtores de bebidas e grandes agricultores que atuam em uma mesma bacia hidrográfica. Compreender todas essas demandas e justificativas é fundamentalmente para evitar o acirramento de tensões na busca pelo acesso à água.

Outro aspecto discutido foi a ausência, na América Latina, de tratamento das águas servidas em uma escala importante. O agravamento da crise de abastecimento pode ser amenizado se forem adotadas medidas concretas de reúso e de recuperação da água. Esse tema será foco de análise da rede de pesquisa.

A próxima reunião do Waterlat será em outubro, na Universidade Autonoma de Barcelona, para que sejam conhecidos os projetos sugeridos nas reuniões que ocorreram nos países que integram o grupo.

Foto: Mauro Bellesa/IEA-USP