Os impactos socioambientais das usinas hidrelétricas na Amazônia
Usina de Belo Monte, no rio Xingu, sudoeste do Pará, inaugurada em maio de 2016 |
O debate sobre a utilização da Bacia Amazônica para expansão da hidreletricidade não deve considerar apenas o potencial energético e os benefícios econômicos das novas usinas, mas principalmente os impactos socioambientais na região, segundo os organizadores do seminário A Amazônia como Território para Expansão da Hidroeletricidade?, que será realizado no dia 23 de junho, das 9 às 12h30, na Sala Ruy Leme da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade (FEA) da USP.
Possuindo caráter estratégico para o desenvolvimento brasileiro, a opção pela implantação de hidrelétricas ao longo dos rios da Bacia Amazônica busca atender à necessidade do país por energia elétrica. Para tanto, diversas usinas foram construídas ou são planejadas para a região, como as de Santo Antônio e Jirau, em Rondônia, e de Belo Monte e São Luís do Tapajós, no Pará.
De acordo com os organizadores do evento, casos como os das usinas paraenses levantam questões graves e que devem ser consideradas, como os impactos socioambientais provocados por tais obras, com a inundação de grandes áreas para construção de barragens, afetando todo o ecossistema local, e o remanejamento de comunidades tradicionais e ribeirinhas.
O seminário é o segundo do ciclo Desafios para uma Amazônia Sustentavel e terá como expositores: Roberto Kishinami, especialista em fontes renováveis de energia, planejamento energético e gestão de meio ambiente; Evandro Moretto, professor de gestão ambiental da Escola de Artes, Ciências e Humanidades (EACH) e do Programa de Pós-Graduação em Ciência Ambiental (Procam) do Instituto de Energia e Ambiente (IEE) da USP; Ricardo Baitelo, coordenador da campanha de energias renováveis do Greenpeace Brasil; e Philip Fearnside, pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa).
O seminário é uma realização do Grupo de Pesquisa Políticas Públicas, Territorialidades e Sociedade do IEA, do Instituto Democracia e Sustentabilidade (IDS) e do Centro Alemão de Ciência e Inovação São Paulo (DWIH-SP).