Você está aqui: Página Inicial / NOTÍCIAS / Novo grupo de pesquisa analisará os reflexos da aceleração do tempo na cultura

Novo grupo de pesquisa analisará os reflexos da aceleração do tempo na cultura

por Flávia Dourado - publicado 14/04/2014 17:35 - última modificação 10/09/2014 16:48

Em reunião do Conselho Deliberativo realizada no dia 4 de abril, foi aprovada a criação do Grupo de Pesquisa Humanidades e Mundo Contemporâneo, que ficará sob a coordenação da filósofa Olgária Matos.

"Aceleração do Tempo e Pós-Democracia: Violência e Comunicação" é o tema a ser explorado pelo Grupo de Pesquisa Humanidades e Mundo Contemporâneo do IEA-USP, aprovado pelo Conselho Deliberativo (CD) em reunião realizada no dia 4 de abril.

Coordenado por Olgária Matos, professora sênior do Departamento de Filosofia da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP, o novo grupo será voltado para a influência da temporalidade acelerada na cultura contemporânea. De acordo com o projeto de pesquisa, o objetivo é analisar "as relações entre a aceleração do tempo, a cultura da inovação e a guerra com o fenômeno urbano como sociedade da comunicação, da informação e do saber".

O projeto é construído em torno de quatro eixos: a cultura do excesso; o distanciamento com as formas de sociabilidade da tradição iluminista; o capitalismo contemporâneo; e a incidência das transformações socioculturais da contemporaneidade no aparelho psíquico do ser humano.

Esses eixos serão investigados a partir de uma perspectiva ampla, que abrange a ética, a política, a ciência e a estética, com foco em núcleos temáticos, como a crise de valores e de identidade, a ruptura com a tradição, o declínio das noções de democracia e de república; o aumento da violência; o capitalismo contemporâneo; o advento da tecnociência; e a obsolescência do gosto.

Entre as questões-chave a serem abordadas pelo grupo estão a crescente desagregação da comunidade política; as lutas por hegemonia; o enfraquecimento dos ideais de direitos universais, espaço público e vida em comum; a emergência do individualismo; o arrefecimento do sentimento de culpa e da preocupação com o outro; a intensificação de diferentes formas de incivilidade; e o desaparecimento do simbólico e do transcendente como estruturantes da vida social e cultural.

PESQUISADORES

De caráter multidisciplinar, o novo grupo é composto por pesquisadores de diversas áreas, entre as quais filosofia, história, literatura, antropologia e psicanálise. A ideia é que cada integrante se dedique a um subtema do projeto, relacionado à sua linha de investigação e a seu domínio de conhecimento. De dois em dois meses, o grupo se reunirá para que os integrantes possam apresentar os resultados parciais, relatar em que estágio da pesquisa se encontram e dialogar com os outros integrantes.

Além de ter como integrantes permanentes professores da USP, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), o grupo contará com pesquisadores convidados da Accademia de Belle Arti Di Frosinone, Itália, do Centre National de la Recherche Scientifique (CNRS), França, e da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).