Livro reúne análises sobre iniciativas culturais de jovens nas periferias paulistanas
O IEA lançou em junho o livro "Periferias Insurgentes - Ações Culturais de Jovens nas Periferias de São Paulo", fruto de pesquisa coordenada pelo professor Dennis de Oliveira, do Departamento de Jornalismo e Editoração da Escola de Comunicações e Artes (ECA) da USP, durante sua participação no Programa Ano Sabático do IEA em 2019. [Clique aqui para baixar a versão digital.]
Os textos do livro são de autoria de Oliveira, que coordenou a edição, e das pesquisadoras Juliana Salles de Souza, Maíra Carvalho de Moraes e Mariana de Sousa Caires, integrantes do Centro de Estudos Latino-Americanos sobre Cultura e Comunicação (Celacc), um núcleo de apoio à pesquisa (NAP) da Pró-Reitoria de Pesquisa da USP. O prefácio é de Tiaraju Pablo D’Andrea, músico e professor da Unifesp Campus Zona Leste, onde coordena o Centro de Estudos Periféricos.
Na apresentação da obra, Oliveira explica que ele e as três pesquisadoras do Celacc analisaram durante quase um ano os projetos culturais financiados pelo Programa Valorização das Iniciativas Culturais (VAI) da Prefeitura de São Paulo, existente há 18 anos.
"Observamos que essas ações culturais são uma demonstração das potencialidades dos territórios periféricos expressas em outras ações, como a do movimento hip-hop, das comunidades de samba, das redes de mulheres na periferia, entre outros."
Para a pesquisa, foram selecionados projetos desenvolvidos principalmente nas Zonas Leste e Sul da cidade. A partir desse levantamento inicial, foram identificados os proponentes dos principais projetos, que foram entrevistados na segunda parte do projeto. Os dados empíricos coletados foram objeto de análises e interpretações dos quatro pesquisadores. Parte das entrevistas gravadas em vídeo deram origem ao documentário "Periferias Insurgentes", disponível nos sites do IEA e do Celacc.
O grupo de pesquisadores tem trabalhado em conjunto desde a realização, em 2017 e 2018, do projeto “Movimentos Sociais, Cultura, Comunicação e Território em São Paulo, Bogotá e Buenos Aires”, financiado pela Fapesp.
"No atual estágio de acúmulo intelectual do grupo, concebemos a periferia como lugar não só de carências, como de potências, problematizamos os conceitos clássicos de movimentos sociais no sentido de abarcar também as ações da periferia que possuem um sentido político dado pela ressignificação dos territórios a partir das ações socioculturais", afirma Oliveira.