Novos grupos tratam de políticas para a metrópole, saúde masculina e saúde infantil
A metrópole paulistana será o caso de referência dos trabalhos de novo grupo |
Como as políticas públicas se articulam com os problemas da metrópole paulistana, a conscientização dos homens para o cuidado com a saúde e o mapeamento da incidência de doenças infantis em função do contexto biopsicossocial são os temas dos três novos grupos de estudos do IEA. As propostas foram aprovadas pelo Conselho Deliberativo do Instituto no dia 24 de abril.
Politicas urbanas
O Grupo de Estudos de Políticas Públicas para a Metrópole Contemporânea tem a cidade de São Paulo como caso de estudo. O objetivo é investigar como a formulação e implementação de políticas públicas multissetoriais dialogam com os problemas urbanos enfrentados pela população de toda Região Metropolitana da capital paulista.
Integrantes dos gruposPolíticas Públicas para O grupo é constituído por 12 docentes de várias unidades da USP. A coordenação é de João Whitaker, da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU). Ana Estela Haddad, da Faculdade de Odontologia (FO), é a vice-coordenadora. Os demais membros são: o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad, da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH); o ex-vereador Nabil Bonduki, da FAU; a ex-secretária municipal de Finanças Leda Paulani, da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade (FEA); Maria Paula Dallari Bucci, da Faculdade de Direito (FD); Eugênio Bucci, da Escola de Comunicações e Artes (ECA); Renata Bichir, da Escola de Artes, Ciências e Humanidades (Each); Eduardo César Marques, da FFLCH; Luciana Royer, da FAU; Fábio Mariz Gonçalves, da FAU; e Luís Fernando Massonetto, da FD. O grupo conta também com três pesquisadores colaboradores: o urbanista Fernando de Mello Franco, ex-secretário municipal de Desenvolvimento Urbano; a especialista em saúde pública Tereza Campello, ex-ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome; e o sociólogo Patrick Le Galès, do Instituto de Estudos Políticos de Paris (SciencesPo), França. Saúde do Homem O urologista Jorge Hallak, professor colaborador da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP), é o coordenador do grupo. Os demais membros permanentes são: da FMUSP, o patologista Paulo Saldiva, diretor do IEA, e a endocrinologista Elaine Frade Costa; o economista Roberto Luis Troster, do Instituto Millenium; a pedagoga Silmara Rascalha Casadei, da PUC-SP; a médica Andréa de Carvalho e a coordenadora de projetos Daniela Sallum, ambas do Centro Androscience; e o urologista Thiago Celestino Teixeira, da Unifap. Os consultores colaboradores são: da USP, o professor Alexandre Faisal Cury, a andrologista Juliana Risso Pariz e a pediatra Graziela Zlotnik Chehaibar; Maria Cristina Werneck de Avellar, da Unifesp; Ivo Lourenço Dias Fouto, do Cenerbio; Fernanda Giordano Leite, da PUC-SP; Inari Ciccone, do Centro Androscience; Luiz Renato de França, da UFMG; e Luis Carlos Hespanhol Jr., da Unicid. Saúde Infantil O grupo é coordenado pelo pediatra José Luiz Setúbal, presidente da Fundação José Luiz Egydio Setúbal e vice-presidente do Instituto Pensi, instituições vinculadas ao Sabará Hospital Infantil. Os demais membros permanentes são: a médica Fátima Rodrigues Fernandes, diretora executiva do Instituto Pensi; a geógrafa Lígia Vizeu Barroso, da FFLCH-USP e coordenadora do Grupo de Pesquisa Espaço Urbano e Saúde do IEA; e três professores da Unifesp: Dirceu Solé e Gustavo Wandalsen, especialistas em alergia, imunologia clínica e reumatologia, e o especialista em nutrologia Mauro Fisberg. Os membros colaboradores são: o doutorando em geografia física pela FFLCH William Cabral de Miranda; a geógrafa Priscilla Venâncio Ikefuti, analista em geoprocessamento; o radiologista Edson Amaro, professor da FMUSP; a neurologista infantil Marcília Martyn, do Sabará Hospital Infantil; e a pediatra Edina Mariko Koga da Silva, professora da Unifesp. |
Para isso, os pesquisadores irão investigar o marco regulatório da cidade nas áreas urbanística, habitacional, de saúde, educacional e cultural.
Ao longo de um ano, o grupo pretender desenvolver um projeto de pós-graduação (mestrado e doutorado profissional) em políticas pública para a metrópole contemporânea, a ser submetido à Pró-Reitoria de Pós-Graduação da USP e à Coordenadoria de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes).
De acordo com os pesquisadores, em função da crescente urbanização e necessidade de articulações de políticas para os vários municípios das áreas metropolitanas, está se constituindo uma área do conhecimento que em breve poderá ser chamada de ciência da metrópole.
No Brasil, aproximadamente 80% de população já vive em cidades. Diante disso, os integrantes do grupo consideram que "refletir sobre caminhos para buscar a sustentabilidade social e ambiental e a melhoria da qualidade de vida nos sistemas urbanos é uma agenda prioritária.
Para eles, a questão deve ser enfrentada por toda a sociedade, mas requer o suporte de pesquisa e inovação produzidas pela universidade.
Saúde
O Grupo de Estudos em Saúde Masculina, com duração prevista de três anos, tem como uma de suas principais finalidades disseminar entre o público em geral a importância do conceito de “homem saudável”, principalmente no que se refere à participação masculina nos processos de contracepção e fecundação.
Os pesquisadores destacam que o II Relatório da Pesquisa Saúde do Homem, Paternidade e Cuidado, publicado pelo Ministério da Saúde em 2017, aponta que quase 35% dos homens entrevistados não buscam atendimento médico (desses, 48% disseram não fazer isso porque "não precisam"). Também é de 35% o total de homens que nunca recebeu orientação sobre planejamento familiar.
Apenas 65% dos homens brasileiros buscam atendimento médico |
O grupo pretende se dedicar também à causa da saúde do adolescente. Para isso, buscará avaliar modelo aplicado junto a comunidade escolar pautado na construção de diferentes competências técnicas locais.
Outra meta é facilitar o acesso a informações e promover campanhas preventivas de autoexame contra doenças nos testículos causadoras de infertilidade masculina e outras afecções sexuais e reprodutivas, além de doenças crônicas.
Entender os fatores de risco à saúde infantil relacionados com as condições socioeconômicas e ecológicas em que vivem as crianças da cidade de São Paulo é o objetivo do Grupo de Pesquisa em Saúde Infantil. Para isso, os pesquisadores irão mapear geograficamente desordens e agravos, sempre entendendo a saúde da criança a partir do seu contexto biopsicossocial.
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Com esse mapeamento, o grupo espera estabelecer as evidências de risco sobre as quais seja possível atuar, propondo intervenções que influenciem políticas públicas para a cidade. Na primeira etapa de trabalho, serão mapeados os agravos à saúde infantil relacionados com problemas nutricionais, respiratórios e do neurodesenvolvimento típico, considerando fatores de risco nos âmbitos biológico, ambiental e socioeconômico.
O plano de trabalho do grupo prevê três três atividades principais:
- realizar quatro seminários temáticos (nutrição, doenças respiratórias, neurodesenvolvimento e um final integrativo das três áreas) para a identificação das pesquisas prioritárias a serem desenvolvidas;
- produção de um dossiê, com base nos quatro seminários, para divulgação das áreas de pesquisa em saúde infantil prioritárias para São Paulo;
- desenvolvimentos de pesquisas nas três áreas do projeto, tendo como referência inicial o tratamento dos dados secundários existentes para a capital paulista.
Fotos (a partir do alto): Kaique Rocha/Pexels e Rádilson Carlos Gomes/Ministério da Saúde