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Paulo Saldiva e Ary Plonski tomam posse em cerimônia no Tomie Ohtake

por Fernanda Rezende - publicado 27/06/2016 15:55 - última modificação 30/06/2016 17:11

Ao promover evento fora do ambiente acadêmico, nova diretoria do IEA pretende demonstrar a importância da relação entre universidade e sociedade.
Debate eleições - 2016
Saldiva e Plonski durante o debate em que apresentaram suas propostas para o IEA

Uma cerimônia no Instituto Tomie Ohtake marcará a posse dos novos diretor e vice-diretor do IEA, os professores Paulo Saldiva e Guilherme Ary Plonski, respectivamente. Restrito a convidados e a imprensa, o evento acontece no dia 29 de junho, às 20h, e terá a presença do reitor da USP, Marco Antônio Zago. A posse fora do ambiente universitário simboliza a importância que a nova gestão do IEA dará à relação com a sociedade, a qual, segundo os diretores, deve estar mais próxima do conhecimento produzido no ambiente acadêmico.

Saldiva e Plonski foram designados pelo reitor em 12 de abril, após serem eleitos pelo Colégio Eleitoral do Instituto no dia 18 de fevereiro com 92 votos de um total de 101. De acordo com o projeto de gestão entregue pela dupla, o IEA buscará, entre 2016-2020, “reforçar a sua tríplice função acadêmica de local de reflexão crítica, sensor de avanços na fronteira internacional do conhecimento e incubadora de ideias propositivas”.

Projeto de gestão

Além da continuidade de programas de sucesso como o Ano Sabático no IEA, a nova gestão pretende, ao final de quatro anos, dobrar a produção de artigos científicos e aumentar em 30% o número de colaboradores internacionais e recursos obtidos com projetos de pesquisa. Também serão implementados quatro projetos especiais, além de outros que possam surgir ao longo dos quatro anos:

1) Seminários Avançados de Formação de Lideranças Políticas – Inspirada no modelo da Harvard Kennedy School of Government, mas adequada à realidade brasileira, a proposta prevê que o IEA abrigue, inicialmente por um ano, pessoas com potencial expressivo de ocupar posições de liderança na sociedade, para um processo de semi-imersão. Neste período, elas serão expostas a diversas situações relacionadas à gestão de questões complexas e importantes para a formulação de políticas públicas. As atividades serão centradas em dois eixos: um com seminários e discussões quinzenais, onde serão discutidos os aspectos centrais da gestão democrática e princípios republicanos necessários para a consecução de Políticas de Estado exitosas; o outro, baseado no desenvolvimento de projetos temáticos específicos por parte dos participantes, nos quais o participante trabalharia com especialistas de diferentes áreas de conhecimento pertinentes ao tema. Os seminários serão liderados pelo professor José Álvaro Moisés, além de docentes da USP que funcionarão como tutores em temas de interesse dos participantes. No primeiro ano de atuação, espera-se receber 10 participantes entre alunos de doutorado, mestrado e de iniciação científica.

2) Estudos sobre a urbanidade e qualidade de vida - Espaço de diálogo e convergência de grupos interessados na proposição de estudos científicos e pesquisas voltadas para a qualidade de vida dos habitantes das regiões metropolitanas, levando em consideração temas como acesso a serviços fundamentais, mobilidade, clima, matriz energética e uso e ocupação do solo. A proposta está alinhada a um movimento global que busca estreitar o relacionamento entre as universidades e as cidades onde estão localizadas. O núcleo será coordenado pelo professor Marcos Buckeridge, do Instituto de Biociências da USP, e prevê receber pós-doutores, alunos de doutorado e mestrado.

3) Da transformação da Universidade à Universidade transformadora – Em formato de Observatório, o IEA deve consolidar iniciativas voltadas ao entendimento profundo dos processos e perspectivas de transformação da Universidade que prosperam no próprio Instituto ou em outros espaços da USP, como o da “Universidade em Movimento”, sempre em contato com grupos, entidades e redes, no Brasil e no exterior, que tenham objetivos convergentes. Além disso, o IEA também irá incubar iniciativas inovadoras de atuação da USP como universidade transformadora da sociedade. Espera-se, por exemplo, tornar o IEA um canal de conexão da USP com as Casas Legislativas (Assembleia Legislativa do Estado, Congresso Nacional e Câmaras de Vereadores dos municípios em que há campus), em harmonia com ações de articulação naturalmente exercidas pela Reitoria. O objetivo é contribuir para a qualificação da legislação sobre temas como saúde e educação, geração de trabalho e renda, saneamento e meio ambiente, energia e transportes, segurança pública e segurança alimentar, sustentabilidade e emancipação social, mediante internalização do conhecimento acadêmico abundante na USP, adequadamente transposto. Parceiros potenciais na Câmara dos Deputados são o Conselho de Altos Estudos e Avaliação Tecnológica ou o Centro de Estudos e Debates Estratégicos, enquanto na Assembleia Legislativa o ponto focal pode ser o Instituto do Legislativo Paulista. A coordenação será do vice-diretor, Ary Plonski.

4) Núcleo de estudo sobre novas metodologias de aprendizado voltadas ao ensino fundamental e médio – Inspirada no trabalho da extinta Funbec (Fundação Brasileira para o Desenvolvimento do Ensino de Ciências), este núcleo buscará convergir educadores, professores, cientistas, alunos e game designers, entre outros, para desenvolver games educacionais e aula interativas voltados ao letramento e desenvolvimento do raciocínio lógico, na tentativa de recuperar o encantamento pela ciência e aumentar a eficácia do aprendizado dos jovens que, cada vez mais cedo, são expostos às mídias eletrônicas. A coordenação do projeto será de Hamilton Varela, do Instituto de Química da USP-SC e presidente da Comissão de Pesquisa do IEA, com a participação de professores, alunos de doutorado e estudantes de iniciação científica.

Perfis

Paulo Saldiva - PerfilPaulo Saldiva é médico patologista e professor do Departamento de Patologia da Faculdade de Medicina da USP. Foi vice-diretor do IEA até abril de 2016. Ele assumiu o cargo no final de fevereiro do ano passado, substituindo Carlos Roberto Ferreira Brandão, do Museu de Zoologia (MZ) da USP. Sua pesquisa se concentra nas áreas de patologia pulmonar, patologia ambiental e poluição atmosférica. Foi membro do Comitê da Organização Mundial de Saúde que estabeleceu os padrões de qualidade do ar e do Comitê da Agência Internacional de Pesquisa em Câncer da OMS que definiu o potencial carcinogênico da poluição atmosférica. De 2004 a 2014, integrou o Science Advisory Committee sobre poluição do ar da Harvard School of Public Health, da Harvard University, EUA. Como diretor do IEA, seu mandato terá duração de quatro anos.

 

 

Guilherme Ary Plonski - PerfilGuilherme Ary Plonski, que ocupará o cargo de vice também por quatro anos, é engenheiro e professor do Departamento de Administração da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade (FEA) e do Departamento de Engenharia de Produção da Escola Politécnica (Poli), ambas da USP. Foi diretor superintendente (2001-2006) do Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo (IPT) e presidente da Associação Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimentos Inovadores (Anprotec). Integra a Junta de Governadores do Technion – Israel Institute of Technology. De dezembro de 2012 a abril deste ano, foi membro do Conselho Deliberativo do IEA, deixando seu segundo mandato como conselheiro para assumir a vice-diretoria do IEA.

 

 

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Fernanda Rezende
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