Novo livro de Dária Jaremtchuk examina relações artístico-culturais Brasil-EUA nos anos 60-70
(Com informações da Assessoria de Imprensa da Editora Unesp)
Nos dias 19 (hoje), 22 e 27 de setembro acontecem os debates de lançamento de “Políticas de Atração: Relações Artístico-Culturais entre Estados Unidos e Brasil (1960-1970)” (Editora Unesp), novo livro da historiadora da arte Dária Jaremtchuk.
O primeiro debate (hoje) será online, às 19h, com transmissão na página da editora no Facebook e no seu canal no YouTube. Participam a autora, James Naylor Green e Maria de Fátima Morethy Couto.
No dia 22 de setembro (sexta-feira), o lançamento será na Livraria da Travessa Ipanema (Rua Visconde de Pirajá, 572, Rio de Janeiro), às 18h30. Os debatedores serão Jaremtchuk, Frederico Coelho e Silviano Santiago.
O lançamento em São Paulo será no dia 27, na Livraria Megafauna, no Edifício Copan (Avenida Ipiranga, 200, loja 53). Jaremtchuk discutirá o tema de seu livro com Maria de Fátima Morethy Couto e Ana Gonçalves Magalhães.
A autora - Dária Jaremtchuk é professora de história da arte da Escola de Artes, Ciências e Humanidades (Each) da USP), pela qual é livre docente. É bacharel em filosofia pela UFRJ (1991), mestre (1999) e doutora (2004) em artes pela Escola de Comunicações em Artes (ECA) da USP. Foi pesquisadora visitante na Universidade Brown (2011-12) e na Universidade de Georgetown (2017-2018), ambas nos EUA. Esteve como professora visitante na Cátedra de Estudos Brasileiros (financiada pela Fundação Fullbright) na Universidade Emory, EUA, em 2019. Seus temas de trabalhos são arte contemporânea, arte conceitual e exílios artísticos. Esse último foi objeto de sua participação no Programa Ano Sabático do IEA em 2016, quando desenvolveu a pesquisa “Exílio Artístico: Trânsito de Artistas Brasileiros para Nova York Durante as Décadas de 1960 e 1970”, trabalhou que contribuiu para a a produção do livro "Políticas de Atração". Ela é autora também dos livros “Arte e Política: Situações” (Alameda Casa Editorial, 2010) e “Anna Bella Geiger: Passagens Conceituais” (Editora C C/Arte e Edusp, 2007). |
Na obra, Jaremtchuk parte do princípio de que havia uma distância entre a realidade, os silêncios tácitos e os objetivos camuflados nas iniciativas dos Estados Unidos dirigidas ao meio artístico brasileiro nas décadas de 1960 e 1970.
Durante a Guerra Fria, dispositivos de sedução e de atração se tornaram frequentes nas relações internacionais caracterizadas por disputas entre modelos políticos e econômicos. Dentro dessa perspectiva, as "políticas de atração" se conectam a esse ambiente por se referir a um conjunto de estratagemas colocados em prática por setores do governo estadunidense no ambiente artístico e cultural brasileiro nas décadas de 1960 e 1970, segundo a autora.
Os propósitos eram explícitos, explica: reverter – dentro da América Latina e não apenas do Brasil – a imagem negativa dos Estados Unidos e tornar o país referência hegemônica no campo artístico, sobretudo após a Revolução Cubana, em 1959.
Jaremtchuk trabalha com a hipótese de que as “políticas de atração” americanas e as ações promovidas pela ditadura militar para o campo artístico não estão necessariamente relacionadas entre si, embora haja convergência de interesses em algumas conjunturas específicas.
Desse modo, a instrumentalização da arte e da cultura durante o governo militar é discutida por ela a partir de casos particulares e de ações específicas.
O livro está organizado em quatro capítulos. O primeiro recupera brevemente o percurso histórico e bibliográfico sobre a aproximação dos Estados Unidos em relação ao Brasil no campo das artes, bem como discute o conceito de “políticas de atração”.
O segundo capítulo examina a conexão entre mostras circulantes promovidas pelo MoMA (The Museum of Modern Art), de Nova York, e as “políticas de atração”.
O envolvimento de instituições com as “políticas de atração” - com destaque para o Instituto Brasil-Estados Unidos (Ibeu) do Rio de Janeiro - é o tema do terceiro capítulo;
O capítulo final examina as relações do Itamaraty com as “políticas de atração” por meio de um estudo de caso: a recuperação da história do Brazilian-American Cultural Institute (Baci), fundado oficialmente em 1964.
Foto: Leonor Calasans/IEA-USP