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Em novo livro, Paulo Saldiva analisa problemas das metrópoles que impactam na saúde

por Vinícius Sayão - publicado 15/03/2018 11:35 - última modificação 27/03/2018 07:57

A análise é focada principalmente na cidade de São Paulo, que, para Saldiva, é um laboratório natural para o estudo dos problemas urbanos e sua relação com o viver humano

Capa Livro - Vida urbana e saúdeO médico Paulo Saldiva, diretor do IEA, lançará no dia 3 de abril o livro "Vida Urbana e Saúde - Os Desafios dos Habitantes das Metrópoles" (Editora Contexto, 128 páginas), no qual analisa os principais problemas que atingem os grandes aglomerados urbanos. A sessão de autógrafos acontecerá às 19h, na livraria Cultura do Conjunto Nacional (Av. Paulista, 2073).

Professor da Faculdade de Medicina da USP, Saldiva reúne na obra o que considera suas duas paixões: a medicina e a cidade de São Paulo, onde nasceu. Segundo ele, pela sua complexidade, a metrópole pode ser entendida como um laboratório natural para o estudo dos problemas urbanos e sua relação com o viver humano. “Uma cidade saudável é aquela em que seus cidadãos têm boa qualidade de vida”, defende.

A obra aborda, nos primeiros capítulos, o desenvolvimento urbano desde o início das cidades, apresentando mapas como do aumento da mancha urbana em São Paulo. Em seguida, Saldiva analisa doenças como obesidade, ansiedade, infecções. O professor discorre, ainda, sobre problemas tipicamente urbanos, como violência, ilhas de calor, imobilidade e poluição, com dados como os do aumento dos casos de internação por leptospirose em relação a pluviosidade na cidade.

Por sua formação como patologista, Saldiva trata a cidade como um ser vivo. Ao fazer diversas comparações entre o funcionamento da cidade e do corpo humano, o autor facilita o entendimento dos problemas urbanos e como eles afetam o próprio habitante da cidade.

“Obesidade é um deles [dos problemas]. A cidade cresceu mais do que o seu esqueleto e articulações podem suportar, vergando-se ao excesso de peso e de prédios. Calvície, representada pela expressiva destruição da sua cobertura vegetal, é outro achado importante. Importantes também são a bronquite crônica, resultado de anos de inalação de um ar poluído, como também insuficiência renal, definida pela incapacidade de excretar os resíduos de forma adequada e eficiente”, exemplifica um trecho da apresentação do livro.

Na apresentação, o autor destaca que 54% da população mundial é urbana, enquanto no Brasil este número é ainda maior: cerca de 84%. “O encantamento da convivência humana, porém, habita o mesmo espaço do adoecimento, provocado pela falta de saneamento, pela contagiosidade de moléstias que chegam por mosquitos, pela poluição do ar, pela violência, e pela premência do viver moderno”, explica Saldiva.

O livro já está à venda e pode ser encontrado em algumas livrarias online.