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Programa ampliará colaboração franco-brasileira em humanidades e ciências sociais

por Flávia Dourado - publicado 14/09/2010 00:00 - última modificação 03/04/2013 15:12

Divido em três eixos de trabalho, o programa será coordenado por um comitê composto por representantes da França e do Brasil.

IEA sediará, de 3 a 5 de novembro, o seminário inaugural do "Programa Saint-Hilaire — Estudos sobre o Brasil Contemporâneo, Pesquisa e Formação em Ciências Sociais", iniciativa proposta pela Embaixada da França.

O objetivo do programa é complementar os instrumentos de cooperação entre os dois países em humanidades e ciências sociais já existentes, como o Programa Capes-Cofecub, a Rede Francesa de Estudos Brasileiros (Refeb) e o Colégio Doutoral Franco-Brasileiro.

EIXOS

De acordo com a proposta francesa, o programa terá três eixos de trabalho:

    - apoio à edição de obras científicas a serem publicadas em francês e português, com o objetivo de promover parcerias entre instituições de pesquisa dos dois países sobre temáticas consideradas prioritárias para a cooperação política e econômica (direito, economia, ciências políticas, relações internacionais, questões urbanas, entre outras).

    - realização de um seminário anual reunindo pesquisadores franceses e brasileiros e que será o evento de referência na área de cooperação do programa; os objetivos do seminário serão: apresentar o andamento dos projetos selecionados no ano anterior; escolher as temáticas para edição de obras científicas no ano seguinte; apresentar os trabalhos realizados pelos bolsistas do Refeb e pelos titulares das cátedras francesas no Brasil e das brasileiras na França;

    - colaboração das cátedras francesas e brasileiras nas temáticas escolhidas nos seminários anuais, com a promoção de viagens de intercâmbio de média duração (em torno de um semestre) de pesquisadores seniores; a atuação do programa nesse eixo será de apoio ao funcionamento das cátedras já existentes no Brasil (Pierre Monbeig e Roger Bastide na USP, por exemplo) e aquelas em funcionamento em instituições francesas (como a Sérgio Buarque de Holanda e a Celso Furtado).

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O botânico francês Auguste de Saint-Hilaire (1779-1853) da nome ao programa proposto pela Embaixada da França

GESTÃO

A coordenação do programa estará a cargo de um comitê integrado por representantes de quatro instituições de cada país. A parte francesa incluirá o Ministério das Relações Exteriores e Europeias, o Ministério do Ensino Superior e da Pesquisa, o Instituto das Américas e a Embaixada da França. A parte brasileira contará com a participação da Capes, Ministério da Ciência e Tecnologia, Ministério da Cultura e Ministério das Relações Exteriores.

A direção científica do projeto será de um comitê integrado por uma entidade de cada país e composto por personalidades de competência renomada em humanidades e ciências sociais. Caberá aos dois co-presidentes do comitê científico indicar seis integrantes brasileiros, a partir dos coordenadores de temáticas científicas da Capes, e seis integrantes franceses, a partir dos membros do Conselho Científico do Instituto das Américas e dos membros do Departamento América do Ministério das Relações Exteriores e Europeias da França.

O geógrafo francês Hervé Théry, professor visitante da Cátedra Pierre Monbeig, sediada na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP, integrará o comitê científico do programa e coordenará a participação do IEA na iniciativa.

Segundo a Embaixada da França, a escolha do nome do botânico Auguste de Saint-Hilaire (1779-1853) para dar título ao programa constitui-se numa referência ao cientista francês cujas obras, baseadas em longas viagens pelo Brasil de 1816 a 1822, "renovaram profundamente a maneira como seus leitores — franceses e também brasileiros — percebiam as singularidades do país".