Você está aqui: Página Inicial / NOTÍCIAS / Evento lança contribuições da USP à Rio+20

Evento lança contribuições da USP à Rio+20

por Flávia Dourado - publicado 11/05/2012 00:00 - última modificação 12/09/2015 11:54

Algumas das contribuições da USP aos debates da Rio+20, realizadas com o apoio do IEA, foram apresentadas em evento no dia 25 de abril, no Anfiteatro do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosfércias (IAG). Entre elas estão o lançamento do livro "Governança da Ordem Ambiental Internacional e Inclusão Social", a inauguração do site da USP para a Rio+20 e o pré-lançamento da edição 74 da "Estudos Avançados".

governancaambiental.jpg
Mesa-redonda reuniu alguns dos autores do livro produzido pelo Procam

Algumas das contribuições da USP aos debates da Rio+20, realizadas com o apoio do IEA, foram apresentadas em evento no dia 25 de abril, no Anfiteatro do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosfércias (IAG). Uma delas foi o lançamento do livro "Governança da Ordem Ambiental Internacional e Inclusão Social" (Editora Annablume), produzido pelo Programa de Pós-Graduação em Ciências Ambientais (Procam). Outra iniciativa foi a inauguração do site da USP para a Rio+20, que reúne informações sobre teses e dissertações defendidas na universidade desde 1992 sobre temas vinculados à conferência da ONU. No evento também aconteceu o pré-lançamento da edição 74 da revista "Estudos Avançados", que traz, além do dossiê principal sobre sustentabilidade, um minidossiê sobre o levantamento das dissertações e teses .

Antes do lançamento, quatro dos autores do livro participaram da mesa-redonda "Governança e Inclusão Social: Desafios Centrais da Rio+20". Os debatedores Célio Bermann (IEE), Silvia Zanirato (Each), Pedro Jacobi (FE) e Helena Ribeiro (FSP) abordaram assuntos que consideram estratégicos para a Rio+20 e que foram discutidos por eles na obra.

Bermann abriu a mesa com uma exposição sobre o capítulo "A Questão Energética: Impasses e Desafios na Rio+20". O pesquisador afirmou que, para atingir a meta de 20% de substituição da gasolina por etanol e do óleo diesel por biodiesel, estabelecida por países da União Europeia para 2020, seria preciso ocupar 7% da área arável disponível no mundo com a produção de etanol e 25% com a de biodiesel. Considerando-se um cenário de substituição total, a taxa passaria para 35% e 120%, respectivamente. Para o pesquisador, esses dados demonstram a impossibilidade física dessa substituição e apontam para a necessidade de não limitar o debate energético da Rio+20 à substituição dos combustíveis fósseis pelos renováveis.

Já Zanirato, que assina o capítulo "Uso do Patrimônio Cultural Edificado e os Programas de Erradicação da Pobreza", explorou a questão da sustentabilidade de forma transversal ao falar sobre a carência de moradias dignas para a população de baixa renda. De acordo a pesquisadora, seria possível conciliar redução do déficit habitacional e preservação ambiental aproveitando o estoque imobiliário subutilizado dos centros urbanos. "O principal capital para uma edificação sustentável é a construção já existente, pois um terço da energia mundial é consumido em construções", afirmou.

Na exposição sobre o capítulo "Desafios à Governança e Participação Popular no Brasil", Pedro Jacobi ressaltou que a emergência do conceito de governança traz à tona a necessidade de buscar espaços de consenso nas negociações públicas e de constituir públicos participativos, capazes de se articularem para questionar, defender seus direitos e interferir sem tutela nos processos decisórios, particularmente naqueles relativos às questões ambientais.

Helena Ribeiro fechou a mesa-redonda com uma exposição sobre o capítulo "Economia Verde, Inclusão Social e Saúde", escrito com Flávio Tayra. Ela chamou atenção para os impactos dos problemas ambientais sobre a saúde e expôs alguns indícios da valorização desse tema no mundo, como a inclusão, em 2008, das mudanças climáticas na agenda da Organização Mundial da Saúde e a formação de uma comissão da revista britânica "Lancet", uma das mais importantes da área médica, para analisar os efeitos das mudanças climáticas na saúde, bem como possíveis benefícios de medidas de mitigação.

Segundo Wagner Ribeiro, organizador do livro e coordenador do grupo de trabalho que fez o levantamento das teses e dissertações para o site, a elaboração dos dois produtos contou com a iniciativa do Grupo de Pesquisa de Ciências Ambientais do IEA, do qual é coordenador.

O Pró-Reitor de Pós Graduação Vahan Agopian destacou a liderança do IEA e afirmou que o lançamento conjunto do livro e do site mostra que a USP está atenta à questão ambiental e produzindo material sobre o assunto: "Essa é a nossa função. A universidade tem que estar junto à sociedade, discutindo problemas e sugerindo soluções".

Na apresentação do site, Edmilson Freitas, do IAG, explicou que as teses e dissertações foram separadas em quatro subtemas: Agenda 21 e governança; economia verde; mudanças climáticas; e biodiversidade. Clicando em cada trabalho, é possível acessar o resumo e obter informações sobre tema, autor, orientador, palavras-chave, ano de conclusão, grau (mestrado ou doutorado) e unidade da USP em que foi defendido.

Além dessas informações, o site disponibiliza análises do material levantado, preparadas por especialistas da USP, sobre os avanços e os desafios nas áreas de Agenda 21 e governança; economia verde; e mudanças climáticas. São as análises publicadas no minidossiê "A USP e a Rio+20" da revista "Estudos Avançados" 74.

Segundo o Pró-Reitor Adjunto de Pós-Graduação Arlindo Philippi, "o site permitirá uma troca bastante intensa, não só na Rio+20, mas para agregar tudo que é vinculado ao tema. Esse site será destinatário de tudo que tem sido e que será produzido na pós-graduação sobre o assunto".

Informações sobre o livro: "Governança da Ordem Ambiental Internacional e Inclusão Social", Wagner Ribeiro (org.), Editora Annablume, 247 págs., R$ 49,00 (livrarias) / R$ 36,75 no ).

Foto: Mauro Bellesa/IEA-USP