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Três novos grupos se integram à estrutura de pesquisa do IEA

por Flávia Dourado - publicado 20/05/2013 11:10 - última modificação 03/02/2016 14:55

O IEA conta agora com dois novos grupos de pesquisa e um novo grupo de estudo. Nas duas últimas reuniões do Conselho Deliberativo (CD), foram aprovadas as propostas de criação do Grupo de Pesquisa sobre a Qualidade da Democracia, do Grupo de Pesquisa Fórum Permanente: Sistema Cultural entre o Público e o Privado  e do Grupo de Estudo A Evolução das Universidades: Desafios Contemporâneos.

Qualidade da Democracia

No momento em que o Brasil completa 25 anos de ciclos eleitorais seguindo as regras constitucionais de alternância do poder, o Grupo de Pesquisa sobre a Qualidade da Democracia se propõe a pensar o regime democrático brasileiro a partir de uma perspectiva qualitativa, atentando para problemas que ainda se fazem presentes, como práticas de abuso de poder, corrupção e deficiências na fiscalização dos governos.

Segundo a proposta apresentada ao CD, o objetivo do Grupo é "examinar as condições em que as instituições de representação, a participação política dos cidadãos e a cultura política que prevalece na sociedade interagem no processo de funcionamento do regime democrático e, em especial, no que se refere as suas promessas relativas aos princípios de liberdade e igualdade política".

Coordenado por José Álvaro Moisés, professor da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH)  e diretor científico do Núcleo de Pesquisas de Políticas Públicas (NUPPs) da USP, o grupo conduzirá suas atividades com base no projeto "Brasil, 25 anos de Democracia – Avaliação Crítica: Instituições de Representação, Sociedade Civil/Cultura Política e Políticas Pública", tendo como uma de suas principais ferramentas o blog Qualidade da Democracia, lançado em 2012.

De acordo com os proponentes, é importante problematizar o tema porque "a perspectiva da qualidade da democracia, impondo exigências de mensuração dos mecanismos de responsabilização vertical, societal e horizontal, da participação política dos cidadãos e da responsividade de governos pressupõe o rigor analítico próprio do debate público e dos métodos de conhecimento científico".

Os integrantes do grupo (e também do blog) são Cícero Araújo, Elizabeth Balbachevsky, Cláudio Couto, Maria Celina D’Araujo, Eunice Durham, Fernando Figueiras, Eduardo Graeff, Marcus André Melo, Carlos Melo, Nuno Coimbra Mesquita, José Álvaro Moisés, Rachel Meneguello, Marco Aurélio Nogueira, Edison Nunes, Eduardo Portella, Nina Ranieri, Lucio Rennó, Leôncio Rodrigues, Brasilio Salum, Helena Sampaio, Lourdes Sola, Francisco Weffort,

Fórum Permanente

Coordenador por Martin Grossmann, diretor do IEA, o Grupo de Pesquisa Fórum Permanente: Sistema Cultural entre o Público e o Privado dará continuidade ao trabalho que vem sendo desenvolvido pelo Fórum Permanente na organização de eventos, textos críticos, publicações e outras formas de produção e circulação de conhecimentos relacionados ao universo da arte contemporânea.

Desde que foi lançado, em 2003, o Fórum vem atuando como uma plataforma de intercâmbio de saberes e de discussão de temas ligados ao sistema artístico-cultural. Nos seus dez anos de existência, já promoveu mais de 150 eventos presenciais envolvendo articuladores nacionais e internacionais do eixo da arte e da cultura.

A ideia é que, inserido no ambiente acadêmico do IEA, o Fórum amplie seu potencial mediador e interdisciplinar, possibilitando a "criação e a consolidação de um observatório crítico das produções artísticas e criativas na cultura bem como das políticas publicas nesta esfera", contribuindo assim para o "amadurecimento do contexto político-cultural das artes visuais em nosso país", conforme destaca a proposta apresentada ao CD.

Ao se caracterizar como grupo de pesquisa do IEA, o Fórum pretende também expandir seu campo de investigação — até agora focado principalmente na crise das instituições de arte brasileiras —, para abranger de forma mais aprofundada as reflexões transdisciplinares sobre produção artística, curadoria e circuitos mercadológicos das produções culturais.

Entre as atividades previstas pelo grupo, estão seminários, workshops e debates sobre curadoria e outras formas de mediação, museus e o sistema da arte, além de eventos relacionados aos lançamentos trimestrais da revista digital "Periódico Permanente".

Os integrantes do grupo são Ricardo Basbaum, María Inigo Clavo, Isis Baldini Elias, Marcia Ferran, Raquel Garbelotti, Martin Grossmann, Graziela Kunsch, Afonso Luz, Gilberto Mariotti, Lucia Maciel Barbosa de Oliveira, Teresa Cristina Toledo de Paula, Felipe Prando, Liliana Sousa e Silva, David Sperling e Ana Maria Tavares.

Evolução das universidade

O Grupo de Estudo A Evolução das Universidades: Desafios Contemporâneos inaugura um novo formato de organização de pesquisadores no IEA, que permite acolher projetos embrionários ou exploratórios de novas temáticas interdisciplinares.

Sob coordenação de Carlos Alberto Barbosa Dantas, professor do Instituto de Matemática e Estatística (IME) da USP, o novo grupo de estudo se concentrará no impacto das novas tecnologias de informação e comunicação (TICs) no sistema de ensino superior, com foco nas transformações recentes pelas quais as universidades vêm passando no campo da pesquisa, do ensino e da extensão.

O grupo abordará o caráter paradoxal das TICs nas universidades: se, por um lado, abriram novas possibilidades de acesso à informação, por outro, levaram à mercantilização do ensino superior ao favorecerem o surgimento de universidades privadas de baixa qualidade.

Além disso, fará um paralelo entre o sistema universitário brasileiro e o sistema dos EUA e de países da Europa Ocidental, América Latina e da Ásia, levando em consideração aspectos como a relação universidade-sociedade e as condições sócio-históricas de criação das instituições de ensino superior.