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Boletim IEA — 38

por Marilda Gifalli - publicado 24/06/2014 16:15 - última modificação 11/08/2014 11:41

16 a 31 de março de 2004

. Universidade é o assunto

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boletim-iea@usp.br

da primeira "Temática Semestral"

. Ferramentas para políticas públicas
relativas às mudanças globais do clima

. Agenda de eventos

nota
Anne Fagot-Largeault, do Collège de France, dará curso sobre antropologia médica

LEMBRETE
Guy Brasseur, presidente do Comitê Científico do IGBP, faz a conferência
"As Iniciativas para as Ciências do Sistema Terrestre: o Novo IGBP"
no dia 31 de março, às 17h, na sede do IEA (o evento será em inglês)

 


 

Universidade é o assunto da
primeira "Temática Semestral"

O IEA está iniciando um novo tipo de atividade, a "Temática Semestral", destinada à análise por diversos ângulos e meios de temas fundamentais para a ciência, cultura e desenvolvimento socioeconômico do País. O primeiro tema a ser analisado é "Universidade Ontem , Hoje, Amanhã". O objetivo é propiciar uma ampla reflexão que contemple simultaneamente os 70 anos da trajetória da USP, o debate sobre a Reforma Universitária Federal e estratégias para o desenvolvimento institucional do setor.

Em abril serão definidos os pesquisadores e aspectos do tema a serem abordados. Em seguida, os pesquisadores envolvidos planejarão as atividades temáticas, que acontecerão no segundo semestre de 2004 e poderão incluir conferências, seminários, mesas-redondas, publicações e outras iniciativa.

Todas as sugestões e colaborações são bem-vindas, sejam elas de integrantes da USP ou de outras instituições, universitárias ou não. As contribuições devem ser encaminhadas ao IEA até a primeira semana de abril, a tempo de serem consideradas no detalhamento inicial dos trabalhos da "Temática Semestral", a ser feito pelo Conselho Deliberativo do IEA em sua próxima reunião, em meados de abril.

Mais: informações sobre a temática "Universidade Ontem, Hoje, Amanhã" podem ser obtidas com Fausta Katuni, nos telefones (11) 3091-3919 e 3091-4442. As contribuições devem ser enviadas para ieaconsulta@usp.br.

 


 

Ferramentas para políticas públicas
relativas às mudanças globais do clima

Decorrente do aumento da concentração atmosférica de gases de efeito estufa - em razão das ações humanas -, a mudança global do clima é objeto de atenção da comunidade científica, dos meios interessados na sustentabilidade do desenvolvimento e, de forma crescente, dos agentes econômicos, governamentais e privados. Entretanto, segundo o astrofísico Luiz Gylvan Meira Filho, novo professor visitante do IEA, o tratamento dado ao tema é cada vez mais caracterizado pela radicalização de posições, com afirmativas abrangentes exemplificadas pelo noticiário da imprensa internacional.

Luiz Gylvan Meira Filho
Luiz Gylvan Meira Filho,
novo professor visitante

"Tais afirmativas englobam desde a idéia de que a falta de ação resultará em grande número de mortes (de seres humanos e de outras espécies), passam por declarações no sentido de que a mitigação da mudança do clima acarretaria custos excessivos, incompatíveis com o imperativo do desenvolvimento econômico sustentado, e chegam à negação completa das evidências científicas disponíveis."

Diante desse quadro, Meira Filho considera oportuna uma análise sistemática do problema, "o que vem sendo feito por grupos em distintos países, com o objetivo de contribuir para que os tomadores de decisões disponham da informação apropriada de forma concisa". Seu projeto de pesquisa no IEA tem o título "Atribuição de Causa e Decisão Ótima na Mudança Global do Clima". Nele, propõe-se a desenvolver algumas ferramentas que possam ser úteis para a formulação de políticas públicas no setor. Esses recursos serão elaboradas a partir de seminários, intercâmbio com pesquisadores da USP ligados ao problema (sobretudo aqueles das áreas de geociências, energia e políticas públicas) e publicações.

Uma das ferramentas está relacionada com a solução do problema do efeito de políticas ou ações sobre a mudança do clima. Meira Filho lembra que o Painel Intergovernamental sobre Mudança do Clima considera as emissões globais nos seus relatórios de avaliação do conhecimento científico sobre as emissões de gases de efeito estufa observadas no passado e presumidas no futuro. Sob o ponto de vista de políticas públicas, no entanto , "o que importa é a relação entre pequenas modificações nas emissões e o clima mundial". Para ele , esse outro enfoque é essencial para que se possa estimar a responsabilidade objetiva dos países pela mudança do clima, avaliar a eficácia de medidas de redução de emissões e quantificar a casualidade para efeitos de atribuição de responsabilidade pelos danos decorrentes da mudança do clima.

Outra ferramenta a ser desenvolvida está ligada às três ações possíveis diante da mudança do clima: inação (acentuação dos danos decorrentes), a mitigação (redução das emissões de gases de efeito estufa) e adaptação (adoção de medidas visando reduzir os danos da mudança do clima). Na tomada de decisão é preciso considerar as incertezas existentes, o fator de aversão ao risco e o horizonte temporal adotado: "A solução clássica que proponho é a definição de uma função utilidade levando em conta esses fatores, cuja maximização é buscada seja pelo conjunto dos decisores, seja pelos jogadores individuais - países , empresas, ou setores econômicos". Na sua opinião, esse tipo de ferramenta poderá ser útil para a análise do problema como um todo, bem como para a tomada de decisões de negociação ou estratégias de setores econômicos.

A terceira ferramenta leva em conta as peculiaridades do Brasil e é baseada na análise da relação entre os processos de mudança de uso da terra e a mudança do clima, no que diz respeito ao aumento da concentração de gases de efeito estufa na atmosfera.

Doutor em astrofísica pela Universidade do Colorado, EUA, Meira Filho graduou-se em engenharia eletrônica pelo Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA). De 1965 a 1992, foi pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisa Espaciais (Inpe), onde se aposentou como pesquisador titular, tendo atuado em vários cargos de chefia e direção. De 1994 a 2001, foi presidente da Agência Espacial Brasileira, tendo em seguida assumido o cargo de secretário de Políticas e Programas de Ciência e Tecnologia do Ministério de Ciência e Tecnologia, onde permaneceu até o final de 2002. Em 2003, foi conselheiro científico sênior da Secretaria da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima. É presidente dos Grupos de Negociação dos Artigos 3 (sobre metas de redução de emissões dos países industrializados) e 12 (sobre o Mecanismo de Desenvolvimento Limpo) do Protocolo de Kyoto. Foi presidente do Painel sobre Metodologias de Linhas de Base da Junta Executiva do Mecanismo de Desenvolvimento Limpo do Protocolo de Kyoto. Entre outras posições ocupadas, foi também vice-presidente do Painel Intergovernamental sobre Mudança do Clima.

 


 

Agenda de eventos

. 31 de março, 17h
The Initiatives for Earth System Sciences: The New IGBP - "Conferência do Mês" com o biogeoquímico Guy Brasseur, presidente do Comitê Científico do Programa Internacional Geosfera-Biosfera (IGBP) e diretor executivo do Instituto Max Planck de Meteorologia, Alemanha.
Local: Auditório Alberto Carvalho da Silva, sede do IEA.

. 27 de abril, 10h
Geopolítica da Amazônia Hoje - "Conferência do Mês" com a geógrafa Bertha Koiffmann Becker, professora emérita da UFRJ, onde coordena o Laboratório de Gestão de Território (Laget).
Local: Auditório Alberto Carvalho da Silva, sede do IEA.

. 28 de abril, 17h
Conflict and Cooperation in Development and in Host-Pathogen Interactions - Conferência com o bioquímico Adam Kuspa, do Baylor College of Medicine, EUA.
Local: Auditório Alberto Carvalho da Silva, sede do IEA.

. 28 de abril, 15h
O papel da Finep na Inovação do Brasil - Conferência com o físico Sérgio Rezende, presidente da Finep.
Local: Sala do Conselho Universitário da USP.

Mais: informações podem ser obtidas por meio dos telefones (11) 3091-3919 e 3091-4442 e e-mail iea@usp.br.


 

Nota

Anne Fagot-Largeault, do Collège de France, Anne Fagot-Largeault
dará curso sobre antropologia médica

Na segunda quinzena de abril, Anne Fagot-Largeault (foto), titular da cátedra de Filosofia das Ciências Biológicas e Médicas do Collège de France, dará um curso sobre antropologia médica no Departamento de Filosofia da USP. A vinda da pesquisadora faz parte da programação da Cátedra Claude Lévi-Strauss, sediada no IEA e fruto de convênio entre a USP e o Collège de France. Durante sua estada no Brasil, Fagot-Largeault também fará duas conferências na Universidade Federal de Santa Catarina. Ela foi professora da Universidade de Paris (I, XII e X), integrou o Instituto Universitário da França e esteve como professora visitante na Universidade Livre de Bruxelas, Bélgica. No período 1967-71, participou do Programa de Lógica e Filosofia da Ciência da Universidade de Stanford, EUA. Mais detalhes sobre as atividades acadêmicas de Fagot-Largeault no Brasil serão divulgados oportunamente.


 

UNIVERSIDADE DE SO PAULO
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INSTITUTO DE ESTUDOS AVANÇADOS
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