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Pesquisador analisa ações e percepção de saúde na história do Bom Retiro

por Mauro Bellesa - publicado 27/06/2019 13:35 - última modificação 05/07/2019 16:59

O historiador Jeffrey Lesse, da Universidade Emory em Atlanta, EUA, faz a conferência "Vida e Morte no 'Pior' Bairro de São Paulo" no dia 5 de agosto, às 14h.

Rua alagada no Bom Retiro
Rua alagada no Bom Retiro, bairro da cidade de São Paulo com grande presença de imigrantes desde o final do século 19 e sempre considerado de saúde precária

Se o Bom Retiro, bairro próximo ao centro de São Paulo, é considerado um espaço da cidade onde é possível morar e trabalhar para conquistar uma vida melhor, por outro lado, sempre foi visto como um lugar com saúde precária, ressalta o historiador Jeffrey Lesser, da Universidade Emory em Atlanta, EUA, que no dia 5 de agosto, às 14h, faz a conferência Vida e Morte no "Pior" Bairro de São Paulo.

Professor visitante do IEA e integrante do Grupo de Pesquisa Diálogos Interculturais, Lesser analisará a relação entre a saúde pública (bem como uma série de políticas formais reforçadas por atores treinados) e a "saúde do público" (como moradores do bairro entendem sua própria saúde). As informações de referência são as obtidas por projeto que analisa dados sobre um quarteirão do Bom Retiro de 1880 até hoje.

Esse estudo é desenvolvido pelo Coletivo de Pesquisa Lesser, que utiliza métodos arquivais e observacionais para analisar as práticas de residentes e profissionais de saúde e as histórias que eles contam sobre o que acontece, em termos de saúde, durante o desenrolar da vida dos moradores do Bom Retiro e na sua morte.

O evento é aberto ao público e gratuito, mas requer inscrição prévia online. Os interessados que não puderem comparecer no Auditório Alfredo Bosi, no IEA, terão a oportunidade de assistir à conferência ao vivo pela internet (nesse caso não é necessário se inscrever).

O Bairro

Região da cidade com fortes raízes operárias desde o século 19, o Bom Retiro tornou-se um polo têxtil nas últimas décadas. Sua história é marcada pela presença marcante de imigrantes (de outros países e regiões do Brasil) e descendentes de escravos.

Se, no final do século 19, o background cultural do bairro era influenciado por imigrantes católicos italianos, espanhóis e portugueses, no final do século 20, esse panorama mudou com a grande presença de judeus da Europa Oriental e de cristãos vindos da Coreia do Sul, Paraguai e Bolívia, ressalta Lesser.

"No entanto, apesar de ainda hoje o lugar ser considerado um 'bairro de imigrantes', demograficamente isso não é correto, uma vez que a maioria dos residentes sempre foi de brasileiros."


Vida e Morte no "Pior" Bairro de São Paulo
5 de agosto, 14h
Sala Alfredo Bosi, IEA, rua da Praça do Relógio, 109, térreo, Cidade Universitária, São Paulo
Evento público, gratuito e com inscrição prévia online - Para assistir ao vivo pela internet também não é preciso se inscrever
Mais informações: com Claudia Regina Pereira (clauregi@usp.br), telefone (11) 3091-1686
Página do evento