IEA e FFLCH realizarão evento para celebrar a memória de Alfredo Bosi

Escritores, ativistas, jornalistas, artistas e colegas de Alfredo Bosi participarão de um seminário online em homenagem ao crítico literário que faleceu em abril, aos 84 anos. Organizado pelo Instituto de Estudos Avançados da USP (IEA) e a Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP (FFLCH), o evento “Presença de Alfredo Bosi” acontece de 24 a 27 de agosto, às 14h, e será transmitido ao vivo pelo site do IEA: www.iea.usp.br/aovivo.

A homenagem, que tem o apoio da Reitoria da USP, é pública, gratuita e sem inscrição prévia. Durante os quatro dias, serão abordados diferentes aspectos da vida e carreira de Bosi: sua relação com a poesia e a crítica literária, o ativismo em causas sociais, as ações em prol da educação, a presença à frente da revista “Estudos Avançados”, a tradução na literatura e sua investigação sobre autores e temas específicos. Veja a programação completa abaixo.

Estão confirmadas as presenças de mais de quarenta conferencistas, dentre eles Francisco Whitaker Ferreira, Frei Betto e José Miguel Wisnik, além de membros da família Bosi. No encerramento haverá apresentação de Antônio Nóbrega.

Não será emitido certificado de participação.

Sobre o homenageado

Nascido em 26 de agosto de 1936, Alfredo Bosi ocupa posição de destaque na vida cultural brasileira. Escreveu 16 livros, entre os quais clássicos como "História concisa da literatura brasileira", "O ser e o tempo da poesia" ou ainda "Dialética da colonização", estudo que conquistou um lugar legítimo ao lado das grandes interpretações do Brasil. Sua paixão pela obra de Machado de Assis também rendeu análises profundas e emblemáticas, tornando-o um dos maiores especialistas do escritor. Sua importância na literatura nacional é simbolizada pela Cadeira nº 12 da Academia Brasileira de Letras, a qual ocupou a partir de 20 de março de 2003.

Indissociável da dimensão intelectual de Alfredo Bosi é sua figura humana e sua solidariedade com o “mundo dos excluídos”, como assinalou Frei Betto no texto de orelha para o volume "Reflexão como Resistência", e a generosidade que acompanhou todos os momentos de sua luta em prol de uma sociedade mais justa. A militância fez com que integrasse a Comissão de Defesa dos Direitos Humanos Dom Paulo Evaristo Arns e a Comissão Justiça e Paz de São Paulo, criada pelo cardeal.

O professor, historiador, crítico de literatura brasileira e ensaísta teve trajetória acadêmica singular e quase totalmente vinculada à USP. Sua carreira acadêmica desenvolveu-se integralmente dentro da universidade, onde tornou-se docente da então Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras em 1959 e, em 1985, professor titular em literatura brasileira. No Instituto de Estudos Avançados, foi diretor de 1998 a 2001, vice-diretor de 1987 a 1997, e editor da revista "Estudos Avançados" de 1989 a 2019.

Algumas das outras questões a que se dedicou foram a valorização do ensino básico e seus professores, o reconhecimento da importância das tradições culturais populares, a defesa dos princípios éticos e da liberdade de pensamento e pesquisa na universidade, a conservação dos ecossistemas do país e a resistência às usinas nucleares.

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