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Mariko Murata fala sobre a complexidade do processo de decolonização de museus

por Mauro Bellesa - publicado 17/05/2023 11:05 - última modificação 23/05/2023 06:59

A socióloga japonesa Mariko Murata, da Universidade Kasai, profere a conferência Decolonizando Museus e Exposições sobre os Indígenas Ainus no Japão no dia 29 de maio, às 10h.

Exposição permanente do Museu e Parque Ainu Nacional Upopoy
Exposição permanente do Museu Nacional Ainu Upopoy

A prática de decolonização de museus será examinada pela socióloga japonesa Mariko Murata, da Universidade Kansai, Japão, no dia 29 de maio, às 10h, quando fará a conferência Decolonizando Museus e Exposições sobre os Indígenas Ainus no Japão.

Debaterão com ela Michiko Okano (Unifesp), Susilene Elias de Melo (Museu Worikg), Sandra Mara Salles (Museu Afro Brasil) e Suzenalson da Silva Santos (Museu Kanindé). A mediação estará a cargo de Ilana Goldstein (Unifesp).

O evento é organizado pelo Grupo de Pesquisa Fórum Permanente: Sistema Cultural entre o Público e o Privado em parceria com a Cátedra Olavo Setubal de Arte, Cultura e Ciência. A conferência e o debate serão em inglês, com tradução simultânea, e acontecerão na Sala Alfredo Bosi do IEA, com transmissão ao vivo pela internet.

Primeiros ocupantes do norte do Japão, os ainus foram colonizados e marginalizados pelos japoneses durante séculos, chegando a ser exibidos e submetidos à alteridade em exposições e mostras de museus, segundo Murata. Em paralelo a isso, diz, o movimento étnico ainu criou algumas coleções e instituiu guias/anfitriões para organizarem turismo étnico em seus povoados.

Mariko Murata
A socióloga Mariko Murata

O Museu e Parque Nacional Ainu Upopoy, inaugurado em 2020, é o primeiro dedicado à cultura ainu. “Embora o movimento para estabelecer um museu nacional tenha começado antes, somente após a oficialização da candidatura do Japão aos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos de Tóquio 2020 se tornou parte da campanha do governo para mostrar a diversidade da cultura japonesa ao público internacional”, comenta.

De acordo com a pesquisadora, o museu adotou vários métodos para decolonizar a representação anterior da cultura ainu. No entanto, desde sua inauguração, “o museu recebeu muitas críticas, especialmente devido à sua abordagem de contar histórias a partir de uma perspectiva em primeira pessoa dos ainus”.

Ela destaca que as exposições dos museus não são apenas mídias que transmitem mensagens diretamente ao público, mas também “locais de tensão, negociação e contestação entre as partes interessadas”.



Decolonizando Museus e Exposições sobre os Indígenas Ainus no Japão
29 de maio, 10h
Evento em inglês, com tradução simultânea
Local:Sala Alfredo Bosi (IEA, rua da Praça do Relógio, 109, térreo, Cidade Universitária, São Paulo, SP)
Transmissão ao vivo pela internet
Informações: com Sandra Sedini (sedini@usp.br), telefone (11) 3091-1678
Página do evento: www.iea.usp.br/eventos/representacao-ainus-japao

Foto (a partir do alto): Museu e Parque Ainu Nacional Upopoy e Universidade Kansai, ambos do Japão.