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Nova edição da 'Estudos Avançados' discute as relações entre sociedade e ambiente, ciência e valores

por Flávia Dourado - publicado 12/12/2014 19:10 - última modificação 10/08/2015 17:10

A edição 82 da revista "Estudos Avançados" traz 14 artigos divididos em dois dossiês temáticos — "Sociedade e Ambiente" e "Ciências, Valores e Alternativas I" — além de sete resenhas e um comentário.

Capa Revista Estudos Avançados V 28 N 82A edição 82 da revista "Estudos Avançados", lançada neste mês e já disponível na Scielo, traz 14 artigos divididos em dois eixos temáticos — "Sociedade e Ambiente" e "Ciências, Valores e Alternativas I" — além de sete resenhas e um comentário.

Segundo Alfredo Bosi, editor da publicação, "o primeiro eixo enfrenta questões conceituais e históricas relativas ao papel da sustentabilidade na luta pela governança global de bens comuns, como a biodiversidade, o clima e os oceanos".

A seção reúne nove artigos de 14 autores, que tratam das relações entre sociedade e meio ambiente com foco tanto em questões conceituais amplas, centradas em discussões sobre sustentabilidade, energia e percepção pública das mudanças climáticas, quanto em questões mais específicas, voltadas para o cenário interno brasileiro e, sobretudo, paulistano.

O segundo eixo, por sua vez, traz cinco textos de cinco autores, que apresentam resultados de pesquisas desenvolvidas nos últimos anos no âmbito do Projeto Temático Fapesp “Gênese e Significado da Tecnociência: Das Relações entre Ciência, Tecnologia e Sociedade”, com foco em aportes teóricos.

Trata-se da primeira parte do dossiê "Ciências, Valores e Alternativas", proposto pelo Grupo de Pesquisa Filosofia, História e Sociologia da Ciência e da Tecnologia do IEA e organizado por Pablo Mariconda, coordenador do grupo, e Hugh Lacey, professor visitante Fapesp e membro do grupo.

De acordo com os pesquisadores, os artigos têm por objetivo "fornecer uma firme sustentação filosófica e metodológica para a pesquisa multiestratégica, e ilustrar o potencial da sua agenda positiva, contribuindo com os críticos da tecnociência comercialmente orientada".

A parte final do dossiê, que terá como tema "Agroecologia, Saúde e Biodiversidade",  será publicada na próxima edição da "Estudos Avançados", com previsão de lançamento para abril de 2015.

FACES DA SUSTENTABILIDADE

No artigo de abertura da revista, "O Âmago da Sustentabilidade", José Eli da Veiga faz uma discussão teórica sobre o conceito de sustentabilidade, procurando retomar seu significado original. Para ele, a banalização do termo "provocou uma grande amnésia sobre suas origens, o que obscureceu o sentido histórico de sua legitimação como um novo valor" e colocou em suspeição "a possibilidade e a esperança de que a humanidade pode sim se relacionar com a biosfera de modo a evitar os colapsos profetizados nos anos 1970."

Veiga analisa o pensamento de pesquisadores que desvirtuaram o termo ao apontarem para cenários catastrofistas e negarem a viabilidade de um desenvolvimento sustentável. Além disso, apresenta evidências empíricas que refutam os prognósticos pessimistas e reforçam a factibilidade de se conservar e recuperar o meio ambiente, tal como sugere o conceito de sustentabilidade.

"Sustentabilidade é uma noção incompatível com a ideia de que o desastre só estaria sendo adiado, ou com qualquer tipo de dúvida sobre a real possibilidade do progresso da humanidade. Em seu âmago está uma visão de mundo dinâmica, na qual transformação e adaptação são inevitáveis, mas dependem de elevada consciência, sóbria precaução e muita responsabilidade diante dos riscos e, principalmente, das incertezas. Daí a importância crucial de um sinérgico avanço do conhecimento sobre governança global e cooperação", conclui.

"Respostas às Mudanças Climáticas: Inovação Tecnológica ou Mudança de Comportamento Individual", artigo que fecha o eixo temático "Sociedade e Ambiente", também aborda o tema da sustentabilidade, mas a partir de uma perspectiva aplicada, voltada para a percepção pública internacional.

No texto, Fabián Echegaray e Michele Feyh Afonso tratam da opinião da população de diversos países sobre as duas principais alternativas de resposta às mudanças climáticas: apostar na inovação tecnológica ou promover uma mudança de comportamento individual rumo a um estilo de vida mais sustentável. Com base em dados do estudo anual de opinião Radar, da rede GloboScan, realizado em 15 países de todo o mundo, as autoras identificam, ainda, os fatores contextuais que explicam as diferenças de posicionamento entre pessoas de uma nação e outra.

De acordo com elas, "são os países menos desenvolvidos, com moderado desenvolvimento institucional e condições ambientais favoráveis que suportam a solução do problema sobre a tecnologia. Enquanto países mais desenvolvidos, com forte desenvolvimento institucional e condições ambientais desfavoráveis, se mostram mais céticos com relação à tecnologia, percebendo como necessárias mudanças nos hábitos e comportamentos individuais".

ENERGIA E DESENVOLVIMENTO

Três artigos tratam da temática da energia, questão que está no cerne dos debates sobre a relação do homem com o meio ambiente. Em "Energia e Sociedade", Joaquim Francisco de Carvalho examina as correlações entre demografia, o estágio de desenvolvimento econômico e o consumo energético. O autor explora a evolução das fontes de energia ao longo do tempo, mostrando que antigas fontes foram substituídas por outras, mais novas e eficientes, na medida em que as tecnologias avançaram e o sistema produtivo se tornou mais complexo.

"Assim, a força muscular foi complementada pela lenha e pela tração animal, que por sua vez foi complementada pela energia das águas e dos ventos etc. Depois veio o carvão, que foi complementado pelo petróleo – ou por esse substituído, na indústria, nos transportes e nos modernos sistemas agroindustriais."

De acordo com Carvalho, embora o gás e o petróleo, ambos não-renováveis, sejam as fontes mais eficientes e apropriadas para o uso em larga escala nesses três setores, a tendência é que sejam substituídos, tal como aconteceu no passado. Para ele, o investimento em fontes alternativas e limpas, como eólica, solar e hidrelétrica, associado ao caráter finito dos recursos naturais e aos impactos ambientais provocados pelos combustíveis fósseis, levará ao abandono gradativo das fontes poluentes e não-renováveis. Mas, para isso, "é indispensável investir seriamente no desenvolvimento de fontes de energia que sejam renováveis e limpas."

O autor conclui que, embora as sociedades subdesenvolvidas necessitem de um alto consumo de energia per capta, o crescimento, particularmente o consumo, deve ser limitado ao alcance de um nível de qualidade de vida razoável "até porque o desenvolvimento não depende necessariamente de crescimento, mas sim de outros fatores, como a melhoria da educação, um maior acesso à informação, melhor qualidade do produto, racionalidade e manutenção de sistemas de transporte de passageiros e de carga, e assim por diante."

Em  "Gás 'de Xisto' no Brasil: Uma Necessidade", Wagner Ribeiro avalia a relação custo X benefício da exploração das reservas brasileiras do gás de folhedo, conhecido como gás "de xisto", apontada por muitos como a melhor solução para baratear a geração de energia no país.

O autor aponta quatro pontos negativos da extração do gás para aplicação no setor energético: 1) consiste numa fonte de energia não renovável e emissora de gases causadores do efeito estufa; 2) trata-se de uma atividade intensiva e de curta duração, que leva um recurso natural à exaustão em aproximadamente uma década; 3) o fraturamento hidráulico, técnica aplicada na extração do gás, pode causar o rebaixamento da superfície terrestre e tremores locais; 4) além disso, o procedimento utiliza substâncias químicas que contaminam o solo e a água, tendo sido proibido em diversos países.

Mas, segundo Ribeiro, no caso específico do Brasil, o principal fator contrário à exploração desse recurso natural diz respeito ao destino que terá. De acordo com o autor, como o país não dispõe de uma rede de distribuição que possibilite o uso doméstico do gás para aquecimento de água, responsável pela maior parte do consumo energético nas residências, o gás de folhedo seria usado como fonte complementar em usinas termelétricas para a geração de energia designada a grandes consumidores do setor mineral, particularmente aos produtores de bauxita, ferro, aço, celulose e papel.

"Ou seja, ele será usado para manter o país em uma posição periférica no sistema internacional, como simples fornecedor de matéria-prima, quando o que precisamos é ousar e propor um novo modelo de produção energética e de materiais renováveis, baseado no uso da biotecnologia e seu conhecimento associado, abundantes em nosso país."

Já em "Olhares sobre a Hidreletricidade e o Processo de Licenciamento no Brasil, Priscilla Piagentini, Roseli Benasi e Cláudio Luis Penteado se voltam para a questão da energia com foco nos impasses em torno de uma fonte renovável. No artigo, as pesquisadoras exploram dados da pesquisa de opinião que realizaram com atores envolvidos no processo de licenciamento ambiental de usinas hidrelétricas no país, entre os quais promotores de justiça, acadêmicos, especialistas, advogados, ativistas e representantes de ONG's, movimentos sociais, empresas de consultoria e concessionárias de energia elétrica.

Segundo as autoras, os dados, coletados por meio de questionários, mostraram que "a divergência de opiniões, pautadas por interesses e objetivos distintos, é, de um lado, interessante no instante em que enriquecem o debate. Todavia, tal cenário revela a permanência de uma imaturidade social arraigada na existência de priorizações específicas, quando na verdade tais ações deveriam ser conduzidas sob uma visão sistêmica".

SÃO PAULO EM PERSPECTIVA

As especificidades da realidade socioambiental da cidade de São Paulo foram abordadas em três artigos. Em "Variabilidade Climática e Qualidade da Água no Reservatório Guarapiranga", Sofia Oliver e Helena Ribeiro relataram o estudo que conduziram sobre a correlação entre variáveis climáticas na Região Metropolitana de São Paulo (RMSP) — particularmente o regime de chuvas e a alteração da temperatura atmosférica — e a densidade de cianobactérias, tomada como indicador de qualidade da água no Sistema Guarapiranga.

As autoras concluíram que a crescente concentração de cianobactérias está relacionada à elevação da pluviosidade e das médias de temperatura durante os períodos de chuva na região, fenômeno que pode estar ligado ao aquecimento global. Inferiram, ainda, que a densidade desses micro-organismos continuará aumentado se a tendência observada nas últimas quatro décadas a um tempo cada vez mais quente e chuvoso se mantiver — cenário visto com preocupação pelas pesquisadoras, dado que as cianobactérias são produtores potenciais de toxinas prejudiciais à saúde humana.

O artigo "Contribuições das Ciências Humanas para o Debate sobre Mudanças Ambientais: Um Olhar sobre São Paulo" também se volta para os impactos ambientais ligados à questão climática em São Paulo, mas numa escala reduzida, concentrada na região da subprefeitura do Butantã, zona oeste da cidade.

No texto, Gabriela Di Giulio e Maria da Penha Vasconcellos apresentam resultados da pesquisa que desenvolveram com o objetivo de compreender a percepção dos paulistanos sobre os riscos associados às mudanças climáticas, bem como sobre o papel que podem desempenhar no enfrentamento da crise ambiental. Com base em reflexões críticas oriundas das Ciências Humanas, as autoras destacam, "neste movimento de resposta aos problemas urbanos e riscos climáticos, a importância de considerar a população como parte integrante, se não fundamental, para as mudanças socioambientais".

Já em "Requalificação Urbana em Áreas Contaminadas na Cidade de São Paulo", Mateus Habermann aborda o problema da contaminação do solo e da água subterrânea em imóveis de regiões centrais da capital. Ao avaliar a densidade urbana, disponibilidade de infraestrutura de saneamento e situação socioeconômica dos moradores, o pesquisador conclui que há potencial para recuperação, ocupação e requalificação urbana de áreas contaminadas, e ressalta a necessidade de o poder público atuar como indutor desse processo.

Embora não trate da cidade de São Paulo, "Secas e Políticas Públicas no Semiárido: Ideias, Pensadores e Períodos" também traz um ponto de vista local sobre as relações entre meio ambiente e sociedade. No artigo, José Nilson Campos periodiza as políticas públicas contra a seca implementadas no Nordeste desde o período colonial.

Embora reconheça que as políticas públicas em questão resultaram em avanços significativos, viabilizando o crescimento e a industrialização da região nordestina, o autor ressalta que "há ainda muitos desafios, como a erradicação da pobreza, a eliminação das desigualdades regionais, aumentos de conhecimentos na gestão das águas, principalmente no que diz respeito à qualidade das águas dos reservatórios. A redução, ou eliminação, das poluições dos corpos hídricos constitui-se no maior desafio para os futuros governos".

CIÊNCIA, VALORES E ALTERNATIVAS

No texto de apresentação da primeira parte do dossiê "Ciência, Valores e Alternativas", Mariconda e Lacey afirmam que os artigos abordam, a partir de diferentes perspectivas, o modelo de interação entre as atividades científicas e os valores (M-CV) que vem sendo desenvolvido pelo Grupo de Pesquisa Filosofia, História e Sociologia da Ciência e da Tecnologia no âmbito do já mencionado Projeto Fapesp.

"Esperamos que os artigos de ambos os dossiês sirvam para demonstrar que o M-CV fornece ferramentas tanto para criticar as atividades científicas contemporâneas quanto para identificar possibilidades alternativas e importantes da pesquisa que não estão recebendo o devido reconhecimento nas instituições científicas predominantes".

Para introduzir a temática, em "O Modelo de Interação entre as Atividades Científicas e os Valores na Interpretação das Práticas Científicas Contemporâneas", Mariconda e Lacey explicam os princípios que norteiam M-CV, mostrando que diferentes tipos de valores desempenham diferentes funções nas cinco etapas da atividade científica: adoção da estratégia da pesquisa, desenvolvimento da pesquisa, avaliação cognitiva das teorias e hipóteses, disseminação de resultados científicos; e aplicação do conhecimento científico.

Além disso, abordam as tensões entre as duas opções atuais para o desenvolvimento da ciência — a tecnociência comercialmente orientada, predominante nas instituições científicas, e a pesquisa multiestratégica; e ressaltam a necessidade de explorar as possibilidades trazidas por esta última como forma de garantir a integridade da ciência e de fortalecer os interesses democráticos.

"A predominância da tecnociência comercialmente orientada conduz ao fortalecimento dos valores do progresso tecnológico, bem como aos valores do capital e do mercado e, em grau importante, ao custo do enfraquecimento dos valores da justiça social, da democracia participativa e da sustentabilidade ambiental e local, enquanto a pesquisa multiestratégica pode servir para fortalecer esses valores."

HEGEMONIA DA TECNOCIÊNCIA

As consequências da hegemonia da tecnociência comercialmente orientada são discutidas em dois artigos. Em "A Dádiva como Princípio Organizador da Ciência", Marcos Barbosa de Oliveira fala sobre os processos de empresariamento promovido pelas políticas científicas neoliberais. Tais processos dizem respeito à aplicação de princípios e métodos típicos de empresas privadas na gestão da atividade científica, que se traduz em parâmetros quantitativos e produtivistas de avaliação das pesquisas.

Segundo Oliveira, "tais princípios e métodos caracterizam-se por operar com base nas relações de custo/benefício, ou insumo/produto (input/output), ou investimento/retorno, ou ainda, mais precisamente, com base em parâmetros quantitativos — em última análise monetários — tendo por objetivo a maximização de um deles, no caso paradigmático, o lucro".

O autor elenca uma série de problemas ocasionados pelo empresariamento da ciência, entre os quais "a deterioração da qualidade de vida dos pesquisadores; a incompatibilidade com o exercício da responsabilidade social na ciência; a proliferação de fraudes de vários tipos; o declínio na qualidade da produção". Propõe, assim, um esquema conceitual fundamentado na transição de critérios quantitativos para qualitativos na avaliação acadêmica.

Ivan Domingues também aborda o imperativo de aumentar a produtividade científica no artigo "O Sistema de Comunicação da Ciência e o Taylorismo Acadêmico: Questionamentos e Alternativas".

De acordo com Domingues, o termo "taylorismo" mostra-se mais adequado que "produtivismo" porque ressalta "o viés administrativo da produção acadêmica, associado ao sistema de incentivos e coerções, que vão junto com as recompensas e as punições, permeáveis às coerções dos governos, das agências de fomento, da administração central das universidades, levando à estandardização dos processos e à explosão das publicações".

O autor afirma que o taylorismo está intrinsecamente ligado à disseminação da produção e dos resultados da atividade científica entre os pares, bem como aos indexadores que determinam os índices de impacto de periódicos e artigos. "Se pudéssemos resumir tudo numa só frase, diríamos que a alma do sistema taylorista é o 'publicar ou perecer', sua ratio é o quantum, seu método, as métricas, e seu corpo ou matéria é o artigo científico".

Observa, ainda, que embora o taylorismo esteja naturalizado na cultura científica, "os contrafatos abundam, as incertezas aumentam, as fraturas crescem e ameaçam levar o sistema à ruína". Para exemplificar, menciona iniciativas voltadas para o questionamento da taylorização, como o movimento do slow science, que busca romper com a lógica do produtivismo acadêmico; a criação de filtros de qualidade; mudanças no sistema de revisão por pares; livre acesso a artigos e periódicos; entre outros.

Para o autor, trata-se de "religar o éthos da ciência fraturado pelo taylorismo acadêmico" e, assim, construir uma alternativa à ética utilitarista da ciência capaz de "contrapor ao agonismo da competição que leva ao tudo ou nada do 'publique ou pereça' o deleite da contemplação da obra que se pereniza e sobrevive ao indivíduos".

TECNOLOGIA SOCIAL

Em "A Tecnologia Social como Alternativa para a Reorientação da Economia", artigo que fecha a primeira parte do dossiê, Sylvia Gemignanin Garcia discute os potenciais e limites da Tecnologia Social (TS) ­— concepção alternativa à tecnociência, que busca expandir a racionalidade da ciência "às dimensões éticas e sociais da existência".

Garcia  afirma que, ao "orientar a produção e a difusão de conhecimentos a partir de necessidades e interesses identificados aos grupos situados nos estratos inferiores da hierarquia social", a TS oferece contribuições valiosas para a construção de uma "outra economia", seja por viabilizar a sustentabilidade econômica, ambiental, política, social e cultural de empreendimentos solidários; seja por estimular, via o fortalecimento da Economia Solidária (ES), formas de produção, organização social, trocas econômicas e relações políticas alternativas.

Como exemplo, a autora apresenta o "Programa Um Milhão de Cisternas no Semiárido", iniciativa de TS desenvolvida a partir de uma parceria entre o governo federal e ONGs, com o objetivo de fomentar a construção de cisternas pelas próprias famílias beneficiadas e, com isso, possibilitar a expansão de experiências de ação coletivas.

"O desenho dessa política contempla a participação direta dos membros da família na construção e manutenção da cisterna e na troca de experiências e informações técnicas com outras famílias, de modo a promover o associativismo e formas de cooperação voluntária, integrando o propósito material de acesso à água com o objetivo de fortalecimento cultural e político das populações envolvidas", conclui.


"Estudos Avançados" nº 82, 338 páginas, R$ 30,00 (assinatura anual com três edições por R$ 80,00). Informações sobre como adquirir exemplares ou assinar a publicação podem ser obtidas com Edilma Martins (edilma@usp.br).