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Reitor da Universidade Zumbi dos Palmares, José Vicente, é o novo conselheiro do IEA

por Mauro Bellesa - publicado 26/02/2024 11:50 - última modificação 08/03/2024 14:14

José Vicente, reitor da Unipalmares
José Vicente, reitor da Unipalmares
O advogado e sociólogo José Vicente, reitor da Universidade Zumbi dos Palmares (Unipalmares), é o novo representante da sociedade civil no Conselho Deliberativo (CD) do IEA, por indicação do reitor da USP, Carlos Gilberto Carlotti Jr. Ele tomará posse oficialmente em reunião do CD no dia 20 de março, para um mandato de um ano, renovável por mais um ano. Vicente assume vaga ocupada até setembro pelo físico Carlos Henrique de Brito Cruz, vice-presidente sênior de Redes de Pesquisa da Elsevier e ex-presidente da Fapesp.

O diretor do IEA, Guilherme Ary Plonski, saudou a participação de José Vicente como representante da sociedade civil no CD e afirmou que “ele aporta uma trajetória notável de superação pessoal, de empreendedorismo social e de inserção institucional”.  Acrescentou que Vicente “encontrará no Instituto um ambiente acolhedor e poderá, de imediato, interagir com as quatro cátedras que já vêm atuando em campos afins aos temas transformadores aos quais ele tem se dedicado”.

Perfil

Vicente é doutor em educação e mestre em administração pela Universidade Metodista de Piracicaba e mestre em ciências jurídicas pela Escola Paulista de Direito. Além de dirigir a Universidade Zumbi dos Palmares, integra o Conselho de Desenvolvimento Econômico Social e Sustentável (CDES) da Presidência da República e o Conselho Editorial do jornal Folha de S.Paulo, participando ainda de outras instituições governamentais e privadas.

Integrou o Conselho de Autorregulação Bancária da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), o Conselho da Cidade da Prefeitura de São Paulo, o Conselho Superior de Responsabilidade Social da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), o Movimento Todos pela Educação e o Conselho Memorial da América Latina.

Nascido numa família de trabalhadores rurais boias-frias na periferia de Marília, SP, Vicente começou a trabalhar aos sete anos de idade, tendo desempenhado várias atividades até se tornar advogado criminalista na cidade de São Paulo nos anos 90. Foi engraxate, vendedor ambulante, pintor de paredes, funcionário de empresas de vários setores e policial militar. Mudou-se para a capital paulista aos 21 anos.

Depois de formar-se em direito e advogar por alguns anos, tornou-se delegado de polícia e foi estudar na Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo. Durante o curso de sociologia, passou a articular com outros militantes projetos para a inclusão educacional dos negros, em paralelo à sua atuação como advogado na defesa de negros acusados injustamente e na requisição de bolsas de estudos para jovens negros.

Inclusão educacional

Em 1997, criou a organização não governamental Sociedade Afro-Brasileira de Desenvolvimento Sociocultural (Afrobrás) - da qual é o presidente do Conselho de Fundadores -, instituição responsável pela produção de vários indicadores e estatísticas sobre a exclusão dos negros no sistema educacional.

Vicente fundou o Instituto Afro-Brasileiro de Ensino Superior em 2003, entidade sem fins lucrativos mantenedora da Unipalmares, inaugurada em 2004. A universidade foi a primeira da América Latina voltada à inclusão de negros no ensino superior. Até o momento, possui cursos de administração, direito, publicidade, pedagogia e tecnologia de transportes terrestres, com 50% das vagas destinadas a afrodescendentes.

A Unipalmares define como sua missão “atuar no ensino superior em São Paulo, desenvolvendo os aspectos educacionais, culturais, sociais, econômicos e políticos da sociedade afrodescendente em níveis local, regional e nacional, contribuindo para melhorar a qualidade de vida da população negra e de baixa renda, frequentemente marginalizada pela sociedade”.