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Julio Groppa Aquino publica 2º volume sobre 'racionalidades educacionais' no contexto da pandemia

por Mauro Bellesa - publicado 06/06/2023 13:00 - última modificação 06/06/2023 13:05

IEA lançou em maio de 2023 o livro "Racionalidades Educacionais (Pós-)Pandêmicas - Atlas 2021", do psicólogo Julio Groppa Aquino, professor titular da Faculdade de Educação (FE) da USP e participante da edição de 2022 do Programa Ano Sabático do IEA.

Capa do livro 'Racionalidades Educacionais (Pós-)Pandêmicas - Atlas 2021' - 300px

O IEA lançou neste mês o livro "Racionalidades Educacionais (Pós-)Pandêmicas - Atlas 2021", do psicólogo Julio Groppa Aquino, professor titular da Faculdade de Educação (FE) da USP e participante da edição de 2022 do Programa Ano Sabático do IEA. A obra está disponível gratuitamente no Portal de Livros Abertos da USP.

É o segundo dos três volumes digitais dedicados aos resultados da pesquisa A Educação no Horizonte Pós-Pandêmico: Contributos para a Construção de Pautas Investigativas e Práticas, desenvolvida por Aquino no Instituto. O primeiro volume, com o "Atlas 2020", foi publicado em março.

Julio Roberto Groppa Aquino

Perfil

Julio Groppa Aquino é professor titular da Faculdade de Educação (FE) da USP desde 2015. Tornou-se mestre (1990) e doutor (1995) em psicologia escolar pelo Instituto de Psicologia da USP. Realizou pesquisa de pós-doutorado (2002) na Universidade de Barcelona, Espanha, e tornou-se livre-docente (2009) pela FE-USP.

Foi professor visitante na Universidade de Lisboa (2010), Portugal, e professor assistente da Unesp (1991-1995).

Seus trabalhos estão voltados à articulação do pensamento foucaultiano com a educação brasileira.

Foi um dos ganhadores do Prêmio Jabuiti em 2015, na categoria Educação e Pedagogia, com o livro  "Da Autoridade Pedagógica à Amizade Intelectual: Uma Plataforma para o Éthos Docente" (Editora Cortez, 2014).

De acordo com o autor, o estudo faz uma prospecção das racionalidades em circulação no campo educacional brasileiro durante o triênio 2020-2022, depois da eclosão da pandemia de Covid-19, ou seja, "desde a interrupção do atendimento escolar, passando pela implementação do ensino remoto emergencial, até a retomada das atividades presenciais".

A expectativa de Aquino, é que os resultados da pesquisa sirvam de matéria-prima para outros estudos.

Assim como o primeiro volume, o lançamento atual é constituído de 100 verbetes. Pode-se constar a abrangência de temas com uma amostra: Avaliação, Capitalismo, Cibercultura, Crenças, Currículo, Democracia, Desigualdade, Ensino Híbrido, Ideologia, Informação, Mídia, Neoliberalismo, Política Educacional, Privatização, Racismo, Redes Sociais, Violência.

A escolha dos verbetes pautou-se pela sua recorrência nos textos consultados. Cada verbete é composto de 20 excertos (no primeiro volume foram 15) de artigos publicados em 2021 por 150 periódicos, 133 deles vinculados a 117 programas de pós-graduação stricto sensu reconhecidos pela Capes e 17 editados por associações, fundações, institutos e outras instituições.

Todos os volumes e números publicados por esses periódicos em 2021 foram rastreados em busca de artigos de autores vinculados a instituições brasileiras e cujos títulos e/ou resumos contivessem termos-chave de interesse do estudo. O levantamento indicou 506 artigos, um incremento de 119% em relação aos 231 artigos identificados em 2020.

Todos os 2 mil excertos e suas referências (1.331) foram preservados da forma como constam dos textos originais. No caso das referências, “seu conjunto constitui uma mostra significativa das obras e dos autores em circulação entres os pesquisadores em educação".

Segundo Aquino, o percurso investigativo adotado no trabalho está inserido no seu diálogo contínuo com a teorização de Michel Foucault (1926-1984): “Desta vez, o foco recai sobre a noção de racionalidade, tal como disposta pelo pensador em determinada ocasião: ‘A racionalidade é o que programa e orienta o conjunto da conduta humana. Há uma lógica tanto nas instituições quanto na conduta dos indivíduos e nas relações políticas’”.

A noção de atlas, presente no subtítulo do livro, foi adotada na acepção de um "atlas discursivo voltado menos aos consensos em voga e mais às circunvoluções das ideias que vêm se disseminando no campo educacional na esteira da pandemia", afirma Aquino na Apresentação do livro.

Foto: Cecília Bastos/Jornal da USP