Curta-metragem baseado no projeto Amazônia 4.0 vence prêmio de melhor documentário em festival europeu
O filme Amazônia 4.0 - The Reset Begins, inspirado no projeto homônimo desenvolvido pelo climatologista e pesquisador sênior do IEA, Carlos Nobre, ganhou o prêmio de melhor documentário em competição mensal do Europe Film Festival UK. A obra tem 25 minutos de duração e pode ser assistido gratuitamente no link. O festival é composto por seletivas mensais em que o júri analisa curtas e longas-metragens. Na competição de abril, a produção venceu como Melhor Documentário na categoria Prêmio Especial do Júri e se qualificou para participar da principal cerimônia do festival, realizada anualmente. O projeto Amazônia 4.0 propõe um novo modelo de desenvolvimento econômico e social que tem a manutenção da floresta como base de produção, articulando o uso de novas tecnologias, potencial biológico e conhecimento tradicional. “Nosso papel é tornar a Amazônia a primeira potência socioambiental da biodiversidade. Os povos indígenas vivem há 12 mil anos na Amazônia com a floresta em pé e promovendo o bem-estar a partir dos recursos da floresta. Temos, então, que criar algo novo, como combinar os conhecimentos tradicionais com os modernos conhecimentos científicos e desenvolver essa nova bioeconomia”, afirma Nobre. Lançado no Dia da Terra, 22 de abril, o documentário foi dirigido por Alan Teixeira e produzido pelos executivos Ricardo Assumpção e Ione Anderson, respectivamente CEO e COO da Plataforma Grape ESG. A produção visa aumentar a conscientização do público nacional e internacional sobre as principais questões em torno da sustentabilidade da Amazônia, bem como discutir as dificuldades enfrentadas pelos povos tradicionais da floresta e as populações urbanas locais. No curta, o climatologista apresenta explicações sobre a origem das políticas de desmatamento, as ameaças que a floresta enfrenta e as possibilidades para reverter a situação. Didaticamente, Nobre também comenta sobre os perigos de savanização das florestas tropicais, afirma ser possível zerar o desmatamento e conclui: “Uma bioeconomia que mantenha as florestas, os rios e a biodiversidade, com justiça social e com sustentabilidade é totalmente possível de ser implementada na Amazônia.” O filme é permeado por imagens da Amazônia e junta as falas de Nobre com depoimentos de outros especialistas, como Nicole Schwab, codiretora da plataforma para acelerar soluções baseadas na natureza do Fórum Econômico Mundial; Mercedes Bustamante, professora da UNB eleita membro da Academia de Ciências dos EUA; Luiz Fernando Furlan, ex-ministro de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior; e o CEO da Grape ESG.