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Eugênio Bucci e Marina Massimi estão entre os vencedores do Jabuti Acadêmico 2024
Dois pesquisadores do IEA ganharam o Jabuti Acadêmico 2024: Eugênio Bucci, integrante do Grupo de Pesquisa Jornalismo, Direito e Liberdade, e Marina Massimi, coordenadora do Grupo de Pesquisa Tempo, Memória e Pertencimento. A premiação ocorreu nesta terça-feira, 6 de agosto, em cerimônia no Teatro Sérgio Cardoso, em São Paulo.
Bucci foi premiado na categoria Comunicação e Informação com o livro "Incerteza, Um Ensaio - Como Pensamos a Ideia que nos Orienta (e Orienta o Mundo Digital)". Massimi ganhou na categoria Psicologia e Psicanálise com a obra "Memória dos Saberes Psicológicos na Cultura Brasileira".
Outros quatro pesquisadores ligados ao Instituto estiveram entre os cinco finalistas de quatro categorias, entre as quais as que tiveram Bucci e Massimi como vencedores [veja notícia sobre os indicados].
Incertezas e o mundo digital
No livro “Incerteza, um Ensaio: Como Pensamos a Ideia que nos Desorienta (e Orienta o Mundo Digital)”, publicado pela Autêntica Editora, Bucci reflete sobre o princípio da incerteza e a forma como os indivíduos convivem com ela. Ele analisa as dúvidas e questionamentos sobre o mundo digital, o impacto no cotidiano e as mudanças com o surgimento da inteligência artificial.
“No século 21, o negócio da incerteza orienta os destinos do mundo digital. As máquinas participam da gestão do dinheiro e das coisas públicas. Os algoritmos mapeiam intimidades e decifram o circuito secreto do desejo de cada indivíduo. O tempo e o espaço ficaram muito mais incertos para os seres humanos do que para as máquinas”, comenta a editora sobre a preocupações da obra.
Em entrevista à TV Cultura, Bucci explica que a ideia do livro surgiu após uma palestra, onde ele analisou o conceito de incerteza como uma “experiência existencial, como isso que aflige a gente”. A partir de outros estudos sobre o tema, o pesquisador relacionou essa incerteza com o atual cenário tecnológico. “Nós temos muitas incertezas, nós pessoas comuns, sobre como estão sendo tratados os dados da nossa vida por esses gigantes da tecnologia. E esses gigantes têm muitas poucas incertezas sobre como a gente se comporta”, acrescenta.
Bucci é professor titular da Escola de Comunicações e Artes (ECA) da USP e superintendente de Comunicação Social da Universidade. Foi conselheiro do Instituto, coordenador acadêmico da Cátedra Oscar Sala e membro do Grupo de Estudos de Políticas Públicas para a Metrópole Contemporânea. Ética e imprensa, comunicação pública, superindústria do imaginário, informação e cultura democrática são alguns dos temas de suas pesquisas.
Análise dos saberes psicológicos na cultura nacional
Publicado pela Edusp, o livro “História dos Saberes Psicológicos na Cultura Brasileira”, de Marina Massimi, analisa o processo da constituição de saberes psicológicos na cultura nacional a partir de diversas fontes de acervos nacionais e internacionais. De acordo com a editora, as fontes estudadas por Marina abrangem estudos da metade do século 16 até o final do século 18.
A obra inclui tratados filosóficos, correspondência epistolar, oratória sagrada, tratados sobre a arte de educar, novelas alegóricas, literatura de teor autobiográfico e moral e narrativas de festas religiosas e cívicas. “O livro lança luz sobre os conhecimentos e práticas inerentes à vida psíquica existentes antes do surgimento da psicologia científica no século 19 e quem eram seus autores”, afirmam os editores.
Com especialização em psicologia experimental, Marina é professora titular aposentada da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto (FFCLRP) da USP é professora sênior do IEA.
6 pesquisadores do IEA são finalistas do Prêmio Jabuti Acadêmico 2024
Por Lívia Uchoa*
A 66° edição do Prêmio Jabuti, promovido pela Câmara Brasileira do Livro (CBL), selecionou seis pesquisadores do IEA como finalistas do Jabuti Acadêmico. Criada este ano, a premiação busca valorizar produções acadêmicas que impactam no progresso cultural e científico do país.
Os indicados entre os cinco finalistas de quatro categorias são: Eugênio Bucci e Francisco Leite (Comunicação e Informação); Marina Massimi (Psicologia e Psicanálise); David Sperling (Arquitetura, Urbanismo, Design e Planejamento Urbano e Regional); e Ana Paula Fracalanza e Silvia Helena Zanirato (Ciências Agrárias e Ciências Ambientais). As quatro categorias pertencem ao Eixo Ciência e Cultura do prêmio.
Considerada a premiação mais tradicional do mercado editorial brasileiro, o Jabuti acontece anualmente para celebrar a produção literária nacional. Os vencedores da versões literária e acadêmica da edição de 2024 serão conhecidos nesta terça-feira, 6 de agosto, em cerimônia no Teatro Sérgio Cardoso, em São Paulo.
Incertezas e o mundo digital
No livro “Incerteza, um Ensaio: Como Pensamos a Ideia que nos Desorienta (e Orienta o Mundo Digital)”, publicado pela Autêntica Editora, Eugênio Bucci reflete sobre o princípio da incerteza e a forma como os indivíduos convivem com ela. Ele analisa as dúvidas e questionamentos sobre o mundo digital, o impacto no cotidiano e as mudanças com o surgimento da inteligência artificial.
“No século 21, o negócio da incerteza orienta os destinos do mundo digital. As máquinas participam da gestão do dinheiro e das coisas públicas. Os algoritmos mapeiam intimidades e decifram o circuito secreto do desejo de cada indivíduo. O tempo e o espaço ficaram muito mais incertos para os seres humanos do que para as máquinas”, comenta a editora sobre a preocupações da obra.
Em entrevista à TV Cultura, Bucci explica que a ideia do livro surgiu após uma palestra, onde ele analisou o conceito de incerteza como uma “experiência existencial, como isso que aflige a gente”. A partir de outros estudos sobre o tema, o pesquisador relacionou essa incerteza com o atual cenário tecnológico. “Nós temos muitas incertezas, nós pessoas comuns, sobre como estão sendo tratados os dados da nossa vida por esses gigantes da tecnologia. E esses gigantes têm muitas poucas incertezas sobre como a gente se comporta”, acrescenta.
Bucci é professor titular da Escola de Comunicações e Artes (ECA) da USP e superintendente de Comunicação Social da Universidade. No IEA, atualmente é integrante do Grupo de Pesquisa Jornalismo, Direito e Liberdade. Foi conselheiro do Instituto, coordenador acadêmico da Cátedra Oscar Sala e membro do Grupo de Estudos de Políticas Públicas para a Metrópole Contemporânea. Ética e imprensa, comunicação pública, superindústria do imaginário, informação e cultura democrática são alguns dos temas de suas pesquisas.
Afetividades LGBTQIA+ na publicidade
“Afetividades LGBTQIA+ Anunciadas: Olhares de Famílias Brasileiras”, de Francisco Leite, aborda as perspectivas e práticas adotadas pelas famílias homoafetivas e heteroafetivas do país quando entram em contato com anúncios publicitários que retratam relações românticas e amorosas entre casais e famílias homoafetivas.
O livro é resultado de pesquisa de pós-doutorado conduzida por Leite na USP, com apoio da Fapesp. Segundo ele, “o livro articula-se a partir da compreensão que a publicidade, para além da sua essência mercadológica, ao implicar linguagem e percepções sociais, deve também ser compreendida como texto e narrativa cultural”.
Publicado pela editora Annablume, o livro apresenta um panorama interpretativo atual sobre essas publicidades e seus impactos nos lares brasileiros. “A obra estabelece um convite inadiável para alargarmos as nossas perspectivas e chaves explicativas de mundo. O reconhecimento do Prêmio Jabuti Acadêmico ao nosso trabalho valoriza e amplia o alcance desse convite que se entende a toda sociedade”, declara o autor.
Leite é pesquisador do Grupo de Pesquisa Inteligência Artificial Responsável da Cátedra Oscar Sala do IEA e do Grupo de Pesquisa Estudos Antirracistas em Comunicação e Consumos (ArC2), vinculado à ECA-USP e ao CNPq. Ele também leciona em dois cursos de pós-graduação da PUC Minas: comunicação, diversidade e inclusão nas organizações; e gestão de diversidade e inclusão nas organizações.
Análise dos saberes psicológicos na cultura nacional
Publicado pela Edusp, o livro “História dos Saberes Psicológicos na Cultura Brasileira”, de Marina Massimi, analisa o processo da constituição de saberes psicológicos na cultura nacional a partir de diversas fontes de acervos nacionais e internacionais. De acordo com a editora, as fontes estudadas por Marina abrangem estudos da metade do século 16 até o final do século 18.
A obra inclui tratados filosóficos, correspondência epistolar, oratória sagrada, tratados sobre a arte de educar, novelas alegóricas, literatura de teor autobiográfico e moral e narrativas de festas religiosas e cívicas. “O livro lança luz sobre os conhecimentos e práticas inerentes à vida psíquica existentes antes do surgimento da psicologia científica no século 19 e quem eram seus autores”, afirmam os editores.
Com especialização em psicologia experimental, Marina é professora titular aposentada da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto (FFCLRP) da USP é professora sênior do IEA, onde coordenadora o Grupo de Pesquisa Tempo, Memória e Pertencimento.
Cartografia e independência
Resultado de um estudo feito entre 2020 e 2022, “Atlas do Chão: Constelação Independente” tem David Sperling e Ana Luiza Nobre (PUC-RJ), como organizadores. Eles definem a obra como um experimento contracartográfico e historiográfico, criado como um conjunto de mapas. O livro problematiza o processo de independência e seus desdobramentos. Segundo a editora Rio Books, são discutidos “200 pontos fincados no mapa que configuram múltiplos nexos de sentido, não por alinhamentos cronológicos, mas por associações e montagens no tempo e no espaço; 200 pontos escavados na matéria das (im)permanências e (ind)dependências que as histórias escrevem e as geografias desenham”.
Sperling é professor do Instituto de Arquitetura e Urbanismo (IAU) da USP em São Carlos. Nomeado vice-coordenador do Polo São Carlos do IEA em 2023, ele coordena o Grupo de Trabalho Arte, Ciência e Tecnologia do polo e participa do Grupo de Pesquisa Fórum Permanente: Sistema Cultural entre o Público e o Privado na sede do IEA, em São Paulo.
Produção em ciência ambiental
“Ciências Ambientais: Interdisciplinaridade e Pluralidade Investigativa”, organizado por Silvia Helena Zanirato e Ana Paula Fracalanza, reúne os estudos elaborados no Programa de Pós-Graduação em Ciência Ambiental (Procam) da USP no período de 2020 a 2022. Publicada pela editora Blucher Open Access, trata-se da 15° edição da coletânea.
De acordo com a editora, os setes capítulos do livro trazem “sínteses das dissertações e teses desenvolvidas no âmbito do Procam e expressam características de um programa interdisciplinar e qual métodos, técnicas e propostas de investigação seguem diferentes e diversas perspectivas teórico-metodológicas de, entre outras, ciências da vida, ciências da terra, ciências humanas e ciências exatas”.
Fracalanza e Zanirato integram o Grupo de Pesquisa Meio Ambiente e Sociedade do IEA. Ambas são professoras do Procam e da Escola de Artes, Ciências e Humanidades (Each) da USP, ondem também lecionam no Programa de Pós-Graduação em Mudança Social e Participação Política.
* Estagiária
Carlos Nobre passa a ser um dos Guardiões Planetários
O climatologista Carlos Nobre, pesquisador colaborador do IEA, agora é um dos Guardiões Planetários, iniciativa do empresário britânico Richard Branson (fundador do conglomerado Virgin) para congregar pesquisadores e ativistas que atuam em estudos e análises sobre ação climática e proteção de comunidades vulneráveis.
Nobre é o primeiro brasileiro indicado para os Guardiões Planetários. O anúncio de sua escolha foi feito no final de maio em evento em São Paulo com a participação de Branson.
Ele fez parte da equipe internacional de cientistas integrantes do IPCC (painel da ONU sobre mudanças climáticas), que receberam com o ex-vice-presidente americano Al Gore o Prêmio Nobel da Paz em 2007 pelo papel que tiveram em alertar sobre os riscos do aquecimento global e por lutarem pela preservação ambiental.
Referência internacional por seu trabalho acadêmico sobre clima e aquecimento global, Nobre construiu sua carreira científica no Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), onde se aposentou em 2012, passando a atuar como pesquisador do IEA.
Carlos Nobre recebe medalha “Mérito Ambiental Chico Mendes”
Pesquisador colaborador do IEA, com contribuições destacadas para o estudo das mudanças climáticas, Carlos Nobre recebe da Câmara Municipal de São José dos Campos a medalha “Mérito Ambiental Chico Mendes”.
Convidados políticos, acadêmicos e autoridades de relevância, a sessão de entrega da honraria será nesta quarta-feira (6) às 19h no Plenário “Mário Scholz”, em São José dos Campos.
Proposto pela vereadora Dulce Rita (PSDB), pelos relevantes serviços prestados por Nobre ao município, a honraria é concedida a personalidade, instituição pública ou privada que tenha se destacado na promoção e defesa do meio ambiente. A medalha leva o nome do ativista político assassinado por grileiros de terras em 1988.
Morre Claudio Tognolli, um dos idealizadores da Cátedra Otavio Frias Filho
Morreu neste domingo, 3 de março, o jornalista Claudio Júlio Tognolli, um dos idealizadores da Cátedra Otavio Frias Filho de Estudos em Comunicação, Democracia e Diversidade, parceria do IEA com a Folha de S.Paulo.
Formado pela Escola de Comunicação e Artes da USP, da qual se tornou professor em 2014, foi um dos fundadores da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji), em 2002.
Ele publicou mais de 20 livros. Alguns deles renderam-lhe prêmios, como o Grande Prêmio Folha, Jabuti, Esso e Fernando Pacheco Jordão.
Vice-coordenador do polo São Carlos do IEA recebe Prêmio Arturo Montagu 2023
O professor David Sperling, vice-coordenador do polo São Carlos do IEA, é o ganhador do Prêmio Arturo Montagu 2023, premiação que celebra a trajetória acadêmica e as contribuições à sociedade de pesquisadores.
O prêmio é concedido anualmente, desde 2005, pela Sociedade Iberoamericana de Gráfica Digital (SIGraDi) e homenageia o professor Arturo Montagu, fundador da organização e um dos pesquisadores pioneiros das tecnologias computacionais na arquitetura na América Latina. Este ano, a cerimônia de premiação aconteceu durante o encerramento do XXVII Congresso da SIGraDi, organizado pela Universidad de la República, realizado entre 29 de novembro e 1 de dezembro em Punta del Este, no Uruguai.
Sperling é professor livre-docente do Instituto de Arquitetura e Urbanismo da USP (IAU-USP) e coordenador do Núcleo de Estudos das Espacialidades Contemporâneas do IAU-USP (NEC-IAU/USP). Atualmente desenvolve a pesquisa "Cartografias: tecnopolíticas e geopoéticas". Ele tem como principais temas de pesquisa: cartografias e mapeamentos; espaço, tecnologia e cultura; e interfaces entre arquitetura e arte contemporâneas.
Fundada em 1997, a SIGraDi é uma organização que tem como objetivo promover a divulgação e o intercâmbio de ideias em computação gráfica e tecnologias emergentes na prática profissional, no ensino e na pesquisa em Arquitetura, Design, Arte e disciplinas associadas.
Livros de 4 pesquisadores do IEA estão entre os finalistas do Prêmio Jabuti 2023
A 65ª edição do Prêmio Jabuti, concedido pela Câmara Brasileira do Livro, conta com livros de quatro pesquisadores do IEA entre os dez finalistas de quatro categorias em 2023. Dois concorrem nas categorias Conto e Crônica, do Eixo Literatura; um na categoria Ciência, do Eixo Não Ficção; e um na categoria Livro Brasileiro Publicado no Exterior, do Eixo Inovação.
Considerado a mais prestigiosa distinção do mercado editorial brasileiro, o Jabuti é outorgado anualmente de forma ininterrupta desde sua criação em 1958.
No dia 21 de novembro serão divulgados os cinco finalistas de cada categoria e os escolhidos pelos jurados em primeiro lugar receberão o prêmio em cerimônia (para convidados) no dia 5 de dezembro, às 20h, no Theatro Municipal de São Paulo.
Tradução
Originalmente publicado em 2006 pela Editora Pallas, "Becos da Memória", da escritora e educadora Conceição Evaristo, titular da Cátedra Olavo Setubal de Arte, Cultura e Ciência, concorre na categoria Livro Brasileiro Publicado no Exterior com sua tradução para o eslovaco lançada pelo Instituto Português [Portugalský Inštitút], na Eslováquia, em 2022. Lá ele recebeu o título "Caminhos da Memória" ["Uličky Pamäti"].
Baseado no cotidiano da favela Pindura Saia, onde Evaristo vivou na infância e parte da juventude, o romance "Becos da Memória" foi escrito nos anos 80, mas só foi publicado, em 2006, depois de seu livro de estreia "Ponciá Vicêncio" ser lançado em 2003.
A obra é considerada é um dos mais importantes romances memorialistas da literatura contemporânea brasileira. Evaristo traduz, a partir de seus muitos personagens, a complexidade humana e os sentimentos profundos dos que enfrentam cotidianamente o desamparo, o preconceito, a fome e a miséria, dos que a cada dia têm a vida por um fio. "Sem perder o lirismo e a delicadeza, a autora discute, como poucos, questões profundas da sociedade brasileira", afirmam os editores.
Titular da Cátedra Olavo Setubal de agosto de 2022 a dezembro de 2023, Evaristo é autora de romances, poesia, contos e ensaios. Graduou-se em letras na UFRJ e obteve os títulos de mestre em literatura brasileira pela PUC-RJ e doutora em literatura comparada pela UFF. Ela define seu trabalho como "escrevivência”, isto é, produção literária derivada de sua vida e das memórias e cotidiano dos afrodescendentes no Brasil. Sua obra é considerada uma referência na luta contra o racismo e o machismo no país.
Contos
Também vinculada à Cátedra Olavo Setubal, como pós-doutoranda, Calila das Mercês é a autora do livro "Planta Oração", publicado no ano passado pela editora Nós. A obra é finalista do Jabuti na categoria Conto.
De acordo com os editores, "Planta Oração" é um livro-poema-conto que faz a junção da oralidade com a ancestralidade. "São as aberturas dos contos, criadas a partir de um som ritmado, que nos lembram de mantras ou ladainhas e vão se apresentando em repetições, que acolhem o ouvido e nos preparam para um novo conto-oração. Cada texto forma um galho desse tronco-texto carregado de memórias-palavras da autora."
Das Mercês é doutora em literatura pela Universidade de Brasília, mestre em estudos literários pela Universidade de Feira de Santana e graduada em jornalismo pela Universidade Federal do Recôncavo da Bahia, com estudos na Escola Superior de Educação do Instituto Politécnico de Bragança em Portugal (2009/2010) e certificação em Estudos Afro-Latino-Americanos pela Universidade Harvard. Além de "Planta oração", publicou "Notas de um Interior Circundante e outros Afetos" (2019). Na Cátedra Olavo Setubal, ela atua como supervisora do Círculo-Escrevivência e do Grupo de Estudos em Escrevivência, sob a coordenação de Evaristo.
Ciência ambientais
Com depoimentos de Drauzio Varella, Fernando Gabeira, Sonia Braga e Fabio Feldmann, "Uma História das Floresta Brasileiras", de Zé Pedro de Oliveira Costa, disputa o Jabuti na categoria Ciência. A obra é ilustrada com fotos de Sebastião Salgado, entre as quais a que ilustra a capa, traz um panorama detalhado sobre as diferentes etapas da ocupação do território brasileiro a partir da derrubada de sua vegetação original.
No livro, Zé Pedro, como é mais conhecido, alerta sobre as consequências da devastação ao mesmo tempo que aponta caminhos para um futuro ecologicamente promissor, no qual intervenções na natureza seja realizadas com respeito aos indígenas, à fauna, à flora e às comunidades tradicionais que habitam, trabalham e vivem das matas.
Ele foi o primeiro secretário do Meio Ambiente do estado de São Paulo. É professor da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU) da USP e vice-coordenador do Grupo de Pesquisa Amazônia em Transformação do IEA. Além de ser um dos organizadores do Sistema Nacional do Meio Ambiente, Zé Pedro é um dos grandes responsáveis pela criação de parques e outras áreas protegidas de grande dimensão do país, tendo alcançado que muitas hoje integrem a lista do Patrimônio Mundial Natural da Unesco.
Crônicas
"Diário dos Abraços", de Mayara Floss, é um dos finalistas na categoria Crônica. Trata-se de um diário no qual uma estudante de medicina no extremo sul do Brasil conta histórias reais vividas durante uma década, "narrando momentos de aprendizado, curiosidade, contatos humanos e cuidado", dizem os editores.
Floss é médica de família e comunidade, escritora, produtora e ativista. Atualmente trabalha em atenção primária à saúde na Secretaria da Saúde de Florianópolis, SC, e é doutoranda em patologia na Faculdade de Medicina da USP, No IEA, participa do Grupo de Estudos Saúde Planetária: Uma Abordagem Transdisciplinar para a Sustentabilidade do Planeta Integrada à Saúde Humana. É coautora das recomendações políticas sobre o impacto das mudanças climáticas na saúde dos brasileiros do Lancet Countdown 2018, 2019 e 2021.
Conceição Evaristo é eleita a Intelectual do Ano
A escritora Conceição Evaristo, titular da Cátedra Olavo Setúbal durante os anos de 2022 e 2023, recebeu o Troféu Juca Pato de Intelectual do Ano com a publicação “Canção para ninar menino grande”. A linguista foi a primeira mulher negra a levar a premiação.
Conceição Evaristo introduziu o conceito de “escrevivência”, uma aglutinação das palavras “escrever e vivência”. Nele, a escrita se dá a partir das experiências de quem escreve, sempre refletindo as vivências coletivas com enfoque étnico e de gênero. A autora ganhou em 2017 o prêmio Jabuti, um dos mais tradicionais prêmios literários do Brasil.
A premiação ocorre a partir de votação de todos os associados da União Brasileira de Escritores (UBE). Entre os finalistas estavam Martinho da Vila, com a publicação “Contos sensuais e algo mais”; Maria Vilani, filósofa e poeta, com a obra “Memórias de Maria e um pouquinho de mim”; Marilene Felinto, escritora e jornalista, autora de “Mulher feita e outros contos”; e Pedro Bandeira, escritor de obras infantojuvenis, que concorreu com o livro “Tutifruti”.
O Troféu Juca Pato foi criado em 1962 pelo escritor Marcos Rey. Segundo o regulamento, a láurea é entregue a quem tenha publicado um livro no ano, se destacado em qualquer área do conhecimento e contribuído para o “desenvolvimento e prestígio do País, na defesa dos valores democráticos e republicanos”. Os últimos ganhadores foram o padre Júlio Lancellotti, em 2022; a cartunista Laerte, em 2021; e o ambientalista Ailton Krenak, em 2020.
Pesquisador do IEA ganha bolsa da Unesco
Danilo Pereira Sato, pesquisador do IEA, é um dos premiados pelo Programa Homem e Biosfera (MAB, na sigla em inglês) para jovens cientistas da Unesco. Ele estudará a Reserva da Biosfera do Cinturão Verde (peri)urbano da cidade de São Paulo e a Reserva da Biosfera de Wienerwald, na Áustria, como regiões modelo de desenvolvimento sustentável.
O projeto elaborado por Sato visa compreender o papel das reservas no desenvolvimento sustentável do ponto de vista regional, na formação de políticas públicas e no uso do solo. A questão central é a aplicação de desenvolvimento sustentável em áreas que parecem distantes do ideal de sustentabilidade.
Sato faz doutorado na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH-USP), é egresso de gestão ambiental da Escola de Artes e Ciências Humanas (EACH) e integra o grupo de pesquisa “Políticas Públicas, Territorialidades e Sociedade” da Cátedra Otavio Frias Filho de Estudos em Comunicação, Democracia e Diversidade. Também foi pesquisador do projeto “Democracia, Artes e Saberes Plurais” na Cátedra Olavo Setubal de Arte, Cultura e Ciência.
O MAB é um programa científico intergovernamental com o objetivo de estabelecer bases científicas para o aprimoramento da relação entre pessoas e seus ambientes. Os treze jovens cientistas premiados, incluindo dois brasileiros, receberam US$ 5 mil para continuarem a condução de seus projetos.
Morre José Gregori, defensor dos direitos humanos
José Gregori, que foi Secretário Nacional dos Direitos Humanos e Ministro da Justiça, morreu ontem, dia 3 de setembro, aos 92 anos. O jurista se notabilizou pela defesa dos direitos humanos e pela luta contra a ditadura militar. No IEA, foi integrante da Cátedra Unesco de Educação para Paz, Direitos Humanos, Democracia e Tolerância, que esteve ativa de 1996 a 2014.
Guilherme Ary Plonski, diretor do IEA, relembrou sua última presença no Instituto, em setembro de 2022, quando o jurista esteve no seminário “Construção e Desmonte das Políticas de Combate à Tortura”. Plonski manifestou pesar e desejou “que a sua memória ilumine os nossos caminhos”.
Além deste, Gregori também participou, em 2015, de painel do seminário “Saídas para a Crise”, na mesa Direito, Justiça e Cidadania ao lado do jurista Modesto Carvalhosa e de Márcio Fernando Elias Rosa, então procurador-geral do Ministério Público do Estado de São Paulo.
Em 2021, palestrou no “Ciclo de Memórias da Política Institucional Brasileira de Direitos Humanos”, proposto e organizado pelo Grupo de Pesquisa Direitos Humanos, Democracia e Memória. O evento reuniu todos ex-ministros e ex-secretários da Secretaria de Direitos Humanos — nas suas diferentes formações institucionais — de 1997 a 2016.
O jurista também foi um dos entrevistados no documentário “Cartografia de Direitos Humanos”, realizado pela Cátedra Unesco. O projeto ouviu diversas personalidades a respeito de lugares que sediaram lutas pelos direitos humanos na Grande São Paulo.