Você está aqui: Página Inicial / NOTÍCIAS / Ciclo refletirá sobre a cultura eletrônica e seus efeitos em várias áreas

Ciclo refletirá sobre a cultura eletrônica e seus efeitos em várias áreas

por Mauro Bellesa - publicado 31/05/2021 15:45 - última modificação 03/06/2021 09:51

Ciclo de encontros "Reflexão eCultura: Cortes e Montagens" será realizado nos dias 1º, 8, 15, 22 e 29 de julho, via internet. A organização é do Grupo de Estudos Culturas e Humanidades Computacionais do IEA.

Final do Campeonato Mundial de 2014 de StarCraft II
Final do Campeonato Mundial de 2014 do jogo eletrônico StarCraft II, em Anaheim, Califórnia, EUA
A presença da computação na vida cotidiana, o avanço do conhecimento, a arte e a própria ideia do que define o ser humano serão debatidos no ciclo de encontros Reflexão eCultura: Cortes e Montagens, nos dias 1º, 8, 15, 22 e 29 de julho, via internet [veja a programação abaixo].

Organizado pelo Grupo de Estudos Culturas e Humanidades Computacionais do IEA, o ciclo terá exposições e sessões de interpretação nos cinco encontros, que tratarão do uso do computador na arte, na biologia, nos museus, na economia e na governança.

Poderão se inscrever para as 30 vagas disponíveis graduandos e graduados de qualquer área do conhecimento. As inscrições devem ser feitas por formulário online até as 15h do dia 18 de junho. Graduandos devem apresentar o histórico escolar e os graduados, certificado de conclusão do curso ou diploma. O resultado da seleção será divulgado no dia 25 de junho.

Um impacto a ser definido

O coordenador do Grupo de Estudos Culturas e Humanidades Computacionais, Teixeira Coelho, professor emérito da Escola de Comunicações e Artes (ECA) da USP e professor sênior do IEA, afirma que o ciclo não é um curso, mas sim um "ateliê do pensamento onde convidados desenham um quadro a seguir desdobrado pelo grupo". Trata-se, em suma, de "identificar - na fórmula de Michel Foucault - 'o que o hoje traz para dentro do ontem'", afirma.

Segundo Teixeira Coelho, a cultura eletrônica é realidade recente na ótica da duração dos ciclos culturais, mas não inesperada: "Entre 1982 e 2012, a França inovou o modo de obter-se informação por meio de seu Minitel [sistema de videotexto por linha telefônica], que antecedeu o computador como recurso de comunicação mais ágil do que a permitida pela imprensa escrita".

Nessa breve história, o passo seguinte foi o computador pessoal, mesmo se ainda não portátil, "com o wi-fi entrando em cena no final dos anos 90 e acelerando o processo". A Apple lança seu primeiro iPhone em 2007, "logo dotando-o de um poder de computação - no bolso ou na mão - maior do que a dos primeiros 'computadores de sala' profissionais", continua.

Em seguida surge a Netflix, no final do século 20, para substituir os ainda recentes formatos do videocassete e do DVD. "As pessoas não mais vão às coisas, as coisas começam a vir às pessoas, física ou virtualmente", afirma.

O empurrão decisivo - "outro mais, e grande" - na cultura eletrônica foi dado pela pandemia de Covid-19, de acordo com Teixeira Coelho. "O impacto do dispositivo eCultural é enorme e decisivo", mas ele ressalta que é preciso esclarecer no que consiste esse impacto.

Para receber declaração de participação, os inscritos deverão comparecer a pelo menos quatro dos encontros e enviar à organização, no prazo de até 30 minutos após o encerramento de cada encontro, um texto entre cinco e dez linhas em que sumarizem a ideia-chave discutida, apresentem uma pergunta pertinente ou levantem um ponto para discussão.

Programação

Quintas-feiras de julho, das 9 às 12h

  • Dia 1ºO Sentido da eCultura (O que diz a cultura eletrônica)
    Expositor: Teixeira Coelho - autor de "eCultura: A Utopia Final e de Sinais" (2019) e "Sinais e Maravilhas da Era Digital" (2021), ex-diretor do MAC-USP e ex-curador-coordenador do Masp.
  • Dia 8Arte e algoritmo (O Que é, como é, o que muda)
    Expositor: Marcos Cuzziol - desenvolvedor de games, curador das exposições "Consciência Cibernética?" (2018) e "Emoção Artificial" (2012); ex-gerente do Núcleo de Inovação do Itaú Cultural.
  • Dia 15Computação e biologia (O digital mudando um saber)
    Expositor: Marcos Buckeridge - diretor do Instituto de Biociências (IB) da USP, membro-relator do Painel Intergovernamental sobre as Mudanças Climáticas (IPCC) da ONU em 2014 e coordenador do Centro de Síntese USP Cidades Globais do IEA.
  • Dia 22Blockchain: economia e democracia (A sociedade no controle)
    Expositor: Luli Radfahrer - pesquisador da sociedade digital e colaborador do jornal "Folha de S.Paulo"; seu livro mais recente, "Enciclopédia da Nuvem", compila e analisa ferramentas e serviços de computação em nuvem.
  • Dia 29Antes de computar, pensar (A computação no ensino)
    Expositora: Clara Gonçalves - diretora do Parque Tecnológico da Universidade do Porto (Uptec) desde sua fundação em 2007 até 2019; integra o Comitê Diretor da Future of Computing Summer School da Uptec; recebeu em Portugal o Personalidade do Ano de 2019 em Inovação.

 


Ciclo de Encontros Reflexão eCultura: Cortes e Montagens
1º, 8, 15, 22 e 29 de julho, das 9 às 12h, via internet
Gratuito - Destinado a graduandos e graduados de todas as áreas
30 vagas - Inscrições por formulário online até 15h de 18 de junho
Mais informações: Edilma Martins, edilma@usp.br
Página do ciclo