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Geopolítica Mundial, Inserção Internacional do Brasil e Nova Rota da Seda - Entrevista com Janina Onuki

por Mauro Bellesa - publicado 15/07/2025 09:55 - última modificação 21/07/2025 15:18

A cientista política Janina Onuki comenta as diferenças entre o panorama geopolítico mundial da atualidade e aquele do século 19, a inserção do Brasil no sistema internacional polarizado e as relações do país com a China.


Gravação: 4 de julho de 2025
Local: sede do IEA, São Paulo
Duração: 3min e 58s

Produção, entrevista e edição: Mauro Bellesa
Finalização técnica e streaming: Sérgio Ricardo Villani Bernardo

Transcrição

3por1 – Professora Janina Onuki, há quem considere o panorama geopolítico atual similar àquele do século 19, com ênfases nacionalistas, emergência de uma nova potência e disputas por áreas de influência. A senhora concorda com essa visão?

JO – Eu concordo em parte, porque nós estamos num contexto de emergência de governos nacionalistas a extremistas, mas acho que é uma conjuntura diferente do século 19 por duas razões: primeiro, porque nós temos um impacto muito grande da internet, acho que essa disseminação das informações e do impacto que os conflitos geram é muito maior, e também o fato de a gente ter a emergência de governos extremistas com outros interesses, muito mais amplos do que os que tínhamos no século 19.

3por1 – É possível um país como o Brasil ter um relacionamento simultâneo e proveitoso com polos divergentes do sistema internacional?

JO – O Brasil sempre preservou sua política externa, o multilateralismo, ações pacíficas e a negociação, o diálogo com países com diferentes perfis internacionais. O fato é que é cada vez mais difícil num mundo tão polarizado nós conseguirmos manter as relações com países com divergências tão grandes com o Brasil.

3por1 – O que convém ao Brasil, ingressar ou não na Nova Rota da Seda chinesa?

JO – Acho que o Brasil tem tido cada vez mais uma relação comercial e econômica bastante importante com a China. Acredito que o Brasil vá dar continuidade a essa relação, que não é apenas comercial, mas é [também] muito importante politicamente. Resta saber como o Brasil vai conseguir equilibrar a relação com a China – um país que vem crescendo e ganhando um espaço político cada vez maior – com a relação com outros países, como os Estados Unidos. O Brasil vai ter um desafio pela frente e, a partir da diplomacia e das negociações, tentar estabelecer um equilíbrio com a China e com os demais países do Ocidente. Mas eu vejo como inevitável a relação do Brasil com a China e a participação na Nova Rota da Seda.




04/07/25 00:00

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