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Ciclo sobre competitividade termina com debate sobre qualidade de vida e crescimento futuro

por Mauro Bellesa - publicado 15/05/2014 14:45 - última modificação 05/08/2014 10:34

Quarto encontro do ciclo Diálogos de Competitividade, realizado no dia 8 de maio, reuniu especialistas de vários setores para discutir o tema Qualidade de Vida e Crescimento Futuro.

Por Ivan Bicudo, da ABDI

Diálogos de Competitividade — 4º Encontro
Sustentabilidade foi um dos temas centrais do encontro

No quarto encontro do ciclo Diálogos de Competitividade, no dia 8 de maio, representantes da indústria, da academia e do governo federal debateram o tema Qualidade de Vida e Crescimento Futuro, a partir de indicadores sobre sustentabilidade, acesso a tecnologias e serviços criativos, entre outros aspectos..

O debate encerrou o ciclo Diálogos de Competitividade, promovido pela Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) e o Movimento Brasil Corporativo (MBC), em parceria com o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e o Grupo de Pesquisa Observatório da Inovação e Competitividade/NAP (OIC) do IEA-USP, com o objetivo de abrir um canal de diálogo sobre a competitividade brasileira, em comparação à de outros países, e refletir sobre quais são os elementos para uma agenda estratégica de desenvolvimento para o país.

Os participantes do  encontro foram o presidente-executivo do Grupo FarmaBrasil, Reginaldo Arcuri; o diretor da MSD, João Sanches; o vice-presidente de Tecnologia e Inovação da Braskem, Edmundo Aires; o CEO da S_Kull, Flag Holding, IPG, Bob Wollheim; o executivo chefe no Brasil do Global Green Growth Institute, Joe Capp; o diretor do Ministério do Meio Ambiente (MMA), José Domingos Gonzalez Miguez; e a diretora Jurídica da Aché Laboratórios, Luciana Gualda.

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Mario Salerno, professor da Escola Politécnica da USP e coordenador do OIC, e Roberto Alvarez, gerente de Análises e Planejamento Estratégico da ABDI, moderadores do debate, apresentaram dados sobre qualidade de vida nas cidades, saúde, acesso a saneamento básico, expectativa de vida, mortalidade infantil, uso de energia e emissões de gases na atmosfera. As informações integram o banco de dados DecoderTM, um decodificador de competitividade que funciona na web. Implementado em fase-piloto, o DecoderTM aborda 8 dimensões, reunindo 164 indicadores, de 65 países diferentes, referentes a uma série de 12 anos..

A apresentação inicial comparou indicadores do Brasil com os demais países, indicando quais são os aspectos-chave para a análise comparativa. No caso da qualidade de vida, quesitos associados ao bem-estar, como saúde, saneamento básico e perspectivas econômicas para a juventude pesam na classificação dos países. Para o crescimento futuro, indicadores como o uso de energia per capita e indicadores ligados à sustentabilidade são as bases de comparação. Utilizando-se desses dados, propôs-se a discussão de como será possível, no Brasil, atender às necessidades sociais e aplicar a sustentabilidade em paralelo ao crescimento econômico.

Políticas públicas

Arcuri elogiou a iniciativa da construção de um painel de métricas, como o do DecoderTM, acrescentando que “a análise dos dados da ferramenta gera o debate sobre como tornar o Brasil sistemicamente competitivo, não somente um país continental com ilhas de competitividade”. Ele fez uma retrospectiva da evolução nos últimos 50 anos, de um país predominantemente rural, com indústria de base, economia agrícola e índices sociais desfavoráveis, como a alta taxa de analfabetismo, para um país com boas instituições. “Fomos capazes de resolver problemas muito maiores que o da competitividade com políticas públicas bem planejadas.”

Sustentabilidade

Miguez lembrou que a sustentabilidade é uma questão internacional e que o Brasil já sente os impactos das mudança climáticas, como no caso das consequências da falta de chuvas para a geração de energia. “O Brasil contribui muito pouco em emissões de CO² em comparação a outros países como China e Estados Unidos. O problema é global porque os gases permanecem na atmosfera por muito tempo — cerca de 200 mil anos no caso do CO².” Segundo o diretor, o país reduziu o desmatamento em 700 milhões de tonelada por ano, com um trabalho focado no problema institucional.

O desenvolvimento de produtos sustentáveis é um dos desafios enfrentados pela Braskem. Segundo Aires, é preciso tecnologia para construir negócios com sustentabilidade, e essa tecnologia nem sempre está disponível. Por isso a empresa conta com um laboratório em Campinas que desenvolve soluções inovadoras, entre outras, para converter biomassa em plásticos: “O plástico é importante para a qualidade de vida, pois a embalagem influencia diretamente na qualidade do produto que será consumido”.

Conclusão dos Diálogos

Encerrada a série de debates, o próximo passo dos Diálogos de Competitividade será consolidar as ideias discutidas em um evento-síntese, ainda sem data prevista. Os elementos tratados nas discussões servirão de base para textos de análise que integrarão, oportunamente, uma agenda de competitividade para o Brasil.

Foto: Mauro Bellesa/IEA-USP