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A Experiência de Educar para Além dos Conteúdos: as Contribuições de Claire Lange e Helena Antipoff

por Cláudia Regina - publicado 11/12/2023 10:55 - última modificação 02/05/2024 09:56

Detalhes do evento

Quando

de 15/05/2024 - 14:00
a 15/05/2024 - 17:00

Onde

ON-LINE

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11 3091-1686

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A live narra a experiência educativa de duas mulheres, Claire Lange e Helena Antipoff, imigrantes no Brasil em diferentes circunstancias. Ambas deram ao País uma contribuição inovadora, através de sua vida e de sua obra.

Claire Reuge Lange, nascida em Fleurier, Neuchâtel, em 1857 e faleceu em 1921 (Pomerode, Santa Catarina). Após sua formação catecúmena em Montmirail, Suiça, em uma instituição ligada aos irmãos Morávios de Herrnhut, Claire lecionou, por 7 anos, em Gnadenfrei na Alemanha, numa escola da irmandade voltada para a formação de meninas. Em 1887 chega ao porto de São Francisco em Santa Catarina onde a aguardava seu noivo, o Pastor Wilhelm Gottfried Lange que chegara um ano antes com sua comunidade de 150 membros migrados do leste europeu, perseguidos pelo regime czarista. Fundaram, nas proximidades de Joinville, o povoado por eles denominado Brüderthal (Vale dos Irmãos). Ao lado da casa pastoral foi construída uma capela que, no início, serviu como escola. Coube ao casal educar as crianças e jovens da comunidade ou de famílias da redondeza.  O casal recebia ainda pensionistas enviados por suas famílias ou ainda, jovens desamparados acolhidos pelo casal. A música instrumental e o canto eram ensinados na escola pois ocupavam lugar de destaque na vida da comunidade, tanto nos encontros religiosos como nas festividades.

Helena Antipoff (1892-1974) nasceu na Rússia, em São Petersburgo, filha de um oficial do exército czarista. Após receber educação de elite em seu país natal, foi levada pela mãe, aos 18 anos, para continuar seus estudos em Paris. Na França, especializou-se em Psicologia e estudou com Théodore Simon e Alfred Binet, autores de uma das primeiras escalas de medida da inteligência a serem elaboradas no mundo. Em seguida transferiu-se para o Instituto Jean Jacques Rousseau, em Genebra, onde estudou com Edouard Claparède e graduou-se em Ciências da Educação. Em 1916, a notícia de que seu pai havia sido ferido em uma das muitas rebeliões populares que então explodiam na Rússia levou-a a retornar a seu país natal. Assistiu, assim, à eclosão do movimento revolucionário de 1917, e participou ativamente do trabalho de reeducação de crianças abandonadas pelos pais, seja por causa da guerra, 1914-1918, seja da própria revolução.  Em 1924, Antipoff deixou mais uma vez seu país para se encontrar com o marido, o escritor Victor Iretski, então exilado em Berlim. Depois seguiu para Genebra, a convite de Claparède, e trabalhou como sua assistente no Instituto de Ciências da Educação da universidade local. A seguir veio a ser convidada a lecionar em Belo Horizonte, na recém-criada Escola de Aperfeiçoamento de Professores do Estado de Minas Gerais, onde dirigiu o Laboratório de Psicologia e lecionou Psicologia Educacional. Como principal atividade do Laboratório, propôs pesquisar, juntamente com suas alunas, o desenvolvimento mental e social das crianças locais. Em 1932, juntamente com um grupo de intelectuais e filantropos fundou a Sociedade Pestalozzi de Belo Horizonte, destinada à educação de crianças "excepcionais", definidas como aquelas que se afastavam acentuadamente da norma de seu grupo de idade em termos de desenvolvimento intelectual e/ou socio-afetivo. Por volta dos anos 1940, Antipoff voltou-se para a tarefa de criar uma espécie de demonstração de como poderia ser organizada a verdadeira escola popular no Brasil. Nesse sentido, criou a escola para excepcionais da Fazenda do Rosário, vinculada à Sociedade Pestalozzi de Minas Gerais. Na Fazenda, localizada em Ibirité, cidade próxima a Belo Horizonte, Antipoff pensava aplicar os métodos da Escola Ativa - que enfatizam que as atividades educativas devem ser planejadas a partir das tendências e interesses espontâneos da criança - em um ambiente adequado e com orientação em valores humanistas. A obra pedagógica da Fazenda do Rosário pode ser considerada a mais importante de Antipoff, que lá viveu até o final de sua vida. No Rosário, procurou criar o ambiente ideal para a educação de todos os tipos de crianças, sobretudo dos "excepcionais sociais" que tanto a preocupavam. Ainda hoje o Centro de Documentação e Pesquisa Helena Antipoff, organização não-governamental mantida por um grupo de estudiosos de sua obra, cuida da preservação de seu acervo, através de Acordo de Cooperação Acadêmica e Científica firmado com a Fundação Helena Antipoff, complexo educacional situado na antiga Fazenda do Rosário atualmente gerido pela Secretaria Estadual de Educação, e com a Universidade Federal de Minas Gerais, em Belo Horizonte, onde Antipoff se tornou Professora Emérita de Psicologia Educacional em 1972.

Inscrições

Evento público e gratuito | sem inscrição prévia

Não haverá certificação

Programação

Expositoras:

Anette Hoffmann (FMRP e IEA/USP) e Regina Helena Campos (UFMG, CDPHA e IEA/USP)

Debatedores:

William Barbosa Gomes (UFRGS) e Márcio Luiz Fernandes (PUC/PR e IEA/USP)

Moderadora:

Marina Massimi (IEA/USP)

Evento com transmissão em: http://www.iea.usp.br/aovivo