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Metacuradorias

por admin - publicado 29/08/2012 08:55 - última modificação 27/07/2018 15:46

A curadoria pode ser entendida, de forma geral, como a concepção e a organização de uma amostra ou da constituição de um acervo artístico ou cultural a partir de um recorte temático, temporal, nacional, regional, por artista ou grupo de artistas, entre outras possibilidades.

Trata-se de alinhavar discursos diversos a partir de um fio condutor, dando origem a um discurso plural, mas preservando a singularidade de cada elemento que o integra. Mas a curadoria pode ir além. Ao promover o diálogo entre obras independentes, ela cria um ambiente de mediação entre arte e público e abre espaço para reflexões, releituras e recriações.

Se a esse papel de mediação são acrescidas outras características, como a articulação de vários curadores, a interdisciplinaridade e a reflexão metalinguística, chega-se à metacuradoria, um conceito essencial para o atual Projeto de Gestão do IEA.

No contexto acadêmico, a ideia de metacuradoria traduz-se numa postura de autocrítica e de comprometimento com a renovação científica, cultural e artística. Isso significa questionar modelos cristalizados, propor questões, pautar debates, levantar dúvidas, abrir-se às demandas da sociedade e dar subsídios à formulação de políticas públicas.

Segundo o diretor do IEA e autor do projeto, Martin Grossmann, "as metacuradorias constituem um marco de passagem geracional: de um referencial modernista, ligado à conjuntura de fundação do IEA e alicerçado em grandes nomes, para um referencial pós-modernista que está estruturado no compartilhamento de idéias e processos comuns (em redes),  sintonizado em tempo real com as atuais mutações no cenário global e comprometido com a sinergia entre as diversas áreas do conhecimento, grupos de pesquisa e setores que conformam uma universidade do porte da USP".

A partir dessa conceituação, o projeto institucional do IEA para o período 2012-2017 prevê a organização das atividades em quatro metacuradorias, compostas por especialistas de diversas áreas do conhecimento e voltados para questões proeminentes da contemporaneidade.

Esses eixos temáticos destinam-se a revitalizar o caráter inovador e interdisciplinar do IEA, minimizando a centralidade da autoria individual e operando criticamente na análise das questões da ciência, tecnologia, cultura, arte, instituições e sociedade.

As metacuradorias do IEA são:

O Comum, voltada a uma possível cultura de acessibilidade, bem-estar, democracia, direitos humanos, justiça social e de constituição de ambiências/interfaces socioculturais, entre outros aspectos.

Transformação, destinada a explorar o viés transformador da educação e simultaneamente refletir sobre a fragilidade de políticas de governo na área desde o início da redemocratização do Brasil na década de 80, a falta de um consenso nacional necessário para a instituição de políticas de Estado e a inadequação da atual estrutura educacional e de suas pedagogias perante a desigualdade social, as novas sensibilidades e os novos formatos de produção e acesso ao conhecimento gerado pelos avanços tecnológicos;

Glocal, cuja meta é explorar os paradoxos, as contradições, as desigualdades, a impropriedade, bem como a pertinência deste neologismo formado pela polarização/simultaneidade do global e do local; centrado nas transformações geopolíticas em curso, explorará também a passagem do internacional para a globalização e assim as transformações inerentes ao conceito de modernidade; deve também qualificar processos transnacionais e bilaterais que envolvam o Brasil e dessa maneira analisar criticamente também a internacionalização da USP;

Abstração, destinada ao pensamento teórico e crítico dos novos e renovados temas do pensamento de ponta (correntes, ideias e conceitos em fase de pré-aplicação), do criativo na filosofia, nas artes e na ciência.

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