Luiz Eduardo Soares defende desmilitarização das polícias e uma agenda democrática na segurança
Luiz Eduardo Soares é professor da Uerj e também lecionou no Iuperj e na Unicamp. Foi secretário nacional de Segurança Pública e, no Estado do Rio de Janeiro, subsecretário e coordenador de Segurança, Justiça e Cidadania. Licenciado em literatura, mestre em antropologia social e doutor em ciência política, com pós-doutorado em filosofia política, foi pesquisador visitante em várias universidades americanas. É autor e coautor de diversos livros, entre os quais: "Meu Casaco de General: 500 Dias no Front da Segurança Pública do Estado do Rio de Janeiro" (2000); "Elite da Tropa", com André Batista e Rodrigo Pimentel (2006); e "Elite da Tropa 2", com André Batista, Cláudio Ferraz e Rodrigo Pimentel (2010). |
"A sociedade e o Estado transformaram-se, em escala significativa, desde a promulgação da Constituição, em 1988, mas não estenderam à segurança pública a transição democrática." A afirmação é do cientista político Luiz Eduardo Soares, professor da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) e ex-secretário nacional de Segurança Pública
No dia 13 de maio, às 15 horas, Soares fará a conferência Desmilitarizar as Polícias e Revolucionar a Arquitetura Institucional da Segurança Pública: Uma Agenda Democrática para o Brasil. Será o segundo encontro do ciclo Tardes Cariocas: A USP Ouve o Rio de Janeiro, coordenado pelo filósofo Renato Janine Ribeiro, professor da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) e conselheiro do IEA-USP.
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As questões que Soares discutirá na conferência são:
1) quais as razões do atavismo autoritário na segurança pública para o qual concorreram as mais diversas forças políticas, à direita e à esquerda?
2) por que nunca houve — pelo menos até junho de 2013 — um projeto de esquerda, vocalizado por partidos e entidades civis, para a mudança das polícias e a reestruturação institucional da segurança?
3) que ideologias e teorias se misturam e se neutralizam na babel dos debates públicos sobre violência, crime, castigo, repressão e prevenção?
4) o que as esquerdas pensam sobre punição, privação de liberdade e política criminal, especialmente aquela relativa a drogas?
Essas questões são relevantes, no seu entender, porque "não haverá efetiva democracia no Brasil enquanto persistirem a violência letal do Estado contra negros e pobres (amplamente consentida, politicamente autorizada, institucionalmente abençoada e ostensivamente praticada) e a desigualdade no acesso à Justiça".
Para ele, a existência desse quadro significa que "o coração da democracia esteve à margem da agenda política democrática". Indaga: "Por que esse paradoxo não foi percebido como um escândalo?"
Soares acredita que boas respostas a essas perguntas podem "nos ajudar a conhecer melhor o Brasil e a livrar-nos da inércia que faz vítimas todos os dias".
O evento é gratuito, aberto ao público e não requer inscrição. A Sala de Eventos do IEA-USP fica na Rua Praça do Relógio, 109, 5º andar, Cidade Universitária, São Paulo (localização). Haverá transmissão ao vivo pela web.
Foto: Arquivo de Luiz Eduardo Soares