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Jornada Franco-Brasileira - Folha de Resumos

por Rafael Borsanelli - publicado 14/11/2017 17:30 - última modificação 21/11/2017 16:55

Mesa Ciência Médica e Pesquisa Biomédica

Moderação: Paulo Saldiva (IEA e FM - USP)

André Mota (Museu Histórico “Prof. Carlos da Silva Lacaz” - FM-USP)

Graduou-se em História pela FFLCH-USP em 1994 e desenvolveu seu projeto de doutorado entre 1995-2001 defendendo a tese: "Tropeços da medicina bandeirante, São Paulo, 1892-1920". Atualmente, é docente da FM-USP e coordenador do Museu Histórico da unidade.

Émile Brumpt: entre a medicina e a saúde pública paulista, 1913-1914

Jorge Kalil (FM-USP)

Professor Titular de Imunologia Clinica e Alergia da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, Diretor do Laboratório de Imunologia do Instituto do Coração. É ex-diretor do Instituto Butantan e ex-presidente da IUIS (International Union of Immunology Societies) mandato 2013-2016.

Jorge Kalil irá relatar a experiência durante sua passagem pelo Instituto de Doenças do Sangue do Hospital Saint Louis, em Paris. O instituto, onde realizou sua pesquisa de doutorado sob orientação de Jean Dausset, Prêmio Nobel de Medicina pela descoberta do sistema HLA, foi idealizado pelo grande hematologista francês Jean Bernard. Nesta época, por lá também passaram Luiza Guilherme, livre-docente e pesquisadora do Incor, e Maria Gerbase de Lima, diretora do laboratório de Histocompatibilidade da UNIFESP. Kalil também irá apresentar o contexto em que surgiu a Associação Brasileira de Transplante de Órgãos, fazendo do Brasil o segundo país em números de transplantes no mundo. Outra influência importante da ciência francesa no Brasil foi a criação do Instituto Pasteur em São Paulo, com o qual houve intenso intercâmbio durante seus quase 120 anos e que culminou com a instalação da representação do Instituto Pasteur na USP. Esse intercâmbio, também influenciou na criação do Instituto Butantan.

 

Mesa Ciências sociais e humanas

Moderação: Regina Maria Salgado Campos (FFLCH e IEA - USP)

Gloria Carneiro do Amaral

Graduada em Língua e Literatura Francesa pela USP (1970); mestre (1976) e doutora (1989) em Letras (Língua e Literatura Francesa) pela USP. Professora livre-docente aposentada da USP.

O professor Roger Bastide

O prof. Roger Bastide veio ao Brasil em 1938 no quadro de professores estrangeiros contratados para contribuir para a formação da Faculdade de Filosofia da USP. Distinguiu-se dos outros professores em geral pelo enorme interesse que teve pelo nosso país. Isto fez com que aqui permanecesse até 1954 e formasse toda uma geração de intelectuais que se destacaram no nosso cenário acadêmico. Nessa breve apresentação sobre esse professor francês de significativa presença, procuraremos traçar um perfil de sua atuação como mestre e como leitor da nossa cultura.

Heliana Angotti-Salgueiro

Doutora em História dela EHESS-Paris (1992), e ex-Titular da Chaire Brésilienne en Sciences Sociales Sérgio Buarque de Hollanda (Maison des Sciences de l’Homme); membro do grupo de pesquisa Brasil-França do IEA e atualmente pesquisadora no PPG em Arquitetura e Urbanismo da Universidade Presbiteriana Mackenzie, em São Paulo.

Ideários e combates humanistas de Pierre Monbeig durante a segunda guerra

A vinda do geógrafo francês Pierre Monbeig para São Paulo (1935-1946), na fundação da FFCL-USP, inscreve-se nos antecedentes da cooperação franco-brasileira, no cenário europeu antecedente à segunda guerra, e em seguida no contexto politico-cultural do Estado Novo. Apresentarei aspectos pouco conhecidos de seus ideários a partir de dois dentre seus inúmeros textos escritos no Brasil durante o conflito: o livro Ensaios de Geografia Humana (1940), e a conferência La Crise des Sciences de l’Homme (1943), além de comentar artigos que ele publicou em O Estado de São Paulo, finalizando sobre sua participação no Primeiro Congresso Brasileiro de Escritores, em 1945. Publicações e evento que explicitam a construção de uma nova geografia, da interdisciplinaridade, bem como seus “combates” humanistas e resistência aos regimes totalitários que marcaram o período.

Rodrigo Ramassote

Pós-Doutorado - Departamento de Antropologia Social - Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH-USP)

Esta apresentação discorrerá sobre as ressonâncias da presença francesa na formação acadêmica do cientista social Ruy Galvão de Andrada Coelho (1920-1990) a partir de dois momentos: em primeiro lugar, no conjunto de escritos publicado na revista Clima, com especial interesse em seu livro de estreia, Proust (1945); em segundo, nas leituras críticas da escola sociológica francesa que despontam em sua tese de livre-docência, Indivíduo e Sociedade na teoria de Auguste Comte (1961), e na tese de cátedra, Estrutura Social e Dinâmica de Personalidade (1964). Não obstante o profundo impacto da tradição francesa na constituição de seu perfil intelectual, sugere-se que a passagem de Ruy Coelho pela Northwestern University e o contato com a antropologia norte-americana contrabalançaram tal influência, ao fornecer um arcabouço teórico-metodológico e princípios conceituais que permitiram cristalizar seus interesses investigativos, bem como auxiliaram no delineamento de uma perspectiva analítica particular nos domínios da crítica literária e da reflexão antropológica.