A Máquina, Inteligência e Desinteligência: Utopia e Entropia à Vista
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a 23/11/2018 - 12:00
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As máquinas ocupam cada vez mais o lugar dos seres humanos nos postos de trabalho que até agora exigiam apenas força física ou um pouco mais do que isso; fazem-no também, no entanto, em domínios caracterizados por operações mais abstratas e imateriais, como ensinar e tomar decisões. Máquinas, isto é, computadores, são capazes de fazer previsão do tempo, comprar e vender nos mercados financeiros, redigir análises econômicas, conduzir veículos sem qualquer intervenção humana, diagnosticar doenças com um índice de precisão superior a 90%, traduzir línguas em tempo real, sentenciar pessoas em casos criminais, jogar go e xadrez melhor do que um ser humano — em suma, substituem os humanos em um número cada vez maior de campos graças ao potencial dos algoritmos, cuja operação é intencionalmente mantida em segredo por aqueles que os projetaram e, no caso dos algoritmos genéticos, quase sempre por eles ignorada. Isso significa que a questão ética está de volta ao centro da atenção pública em um contexto totalmente novo, já que o ser humano pode estar ausente desse quadro. A ideia de realidade terá que ser redefinida e o mesmo acontecerá com tantas outras, a exemplo da noção de democracia e como mantê-la na era dos algoritmos. Por meio do autoaprendizado, máquinas capazes de reconhecer padrões em grandes volumes de dados poderão apontar soluções numa infinidade de situações (quem admitir, quem demitir, quem promover, quem dirigir) mas também terem dúvidas sobre as escolhas que devem fazer, qualidade que as aproxima do comportamento humano (Dubito ergo cogito).
Neste ponto de sua evolução, se for possível usar esse termo, as máquinas estão prestes a dotarem-se do que se denomina de consciência. Nesse contexto, não é apenas o desaparecimento de empregos que estarão em jogo, é a própria ideia de ser humano que passa por exame e eventual processo de redefinição. A morte pode em breve ser uma opção, não mais uma inevitabilidade (para aqueles que puderem pagar por isso) — e toda a estrutura que define os seres humanos, as relações entre eles e a natureza, será radicalmente alterada. A realidade virtual provavelmente irá redefinir a experiência humana subjetiva e as noções de corpo e fisicalidade. Mentiras simples e puras e uma insistência na relatividade da verdade, ou indiferença em relação a ela, podem alterar o conceito de História e as relações sociais. A inteligência aumentada está próxima, mas também, no mesmo processo, estão a desinteligência e a desintegração do que é conhecido como sociedade.
Este seminário irá abordar este quadro e as ações que podem ser realizadas neste momento a fim de continuar permitindo o controle da vida pelo ser humano ou, em todo caso, de tirar o melhor proveito da nova tecnologia.
Inscrições
Evento público e gratuito | Em português e inglês (com tradução) | Com inscrição prévia no site do Itaú Cultural
Programação
21 de novembro |
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14h |
Abertura Introdução |
14h30 – 16h |
Biologia |
16h30 – 18h |
Direito |
19h30 – 21h |
Conferência Anders Sandberg (Universidade de Oxford) |
22 de novembro |
|
14h30 – 16h |
Medicina |
16h30 – 18h |
Cultura |
19h30 – 21h |
Conferência Michael Resch (Universidade de Stuttgart) |
23 de novembro | |
09h – 12h |
O Futuro da Computação |