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Proust, 150 Anos

por Cláudia Regina - publicado 01/09/2021 13:50 - última modificação 08/10/2021 14:53

Detalhes do evento

Quando

de 20/09/2021 - 14:30
a 22/09/2021 - 16:30

Onde

ON-LINE

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O escritor Marcel Proust (1871-1922) é um dos grandes nomes da literatura universal, tendo marcado decisivamente a escrita do século XX. Em “Proust, 150 anos”, celebramos o nascimento do autor de Em Busca do Tempo Perdido lembrando aspectos de sua escrita, seus personagens e sua recepção no Brasil.

Para abrir a programação, em 20/09, às 14h30, Philippe Willemart discorre sobre as possibilidades de leitura de Proust a partir da crítica genética, em uma rara conversa com outro grande nome dos estudos literários, Gilberto Pinheiro Passos.

Em 21/09, sempre às 14h30, Gloria Carneiro do Amaral traz à luz o Proust de Contre Sainte-Beuve, particularmente em sua ligação com Honoré de Balzac. Gilberto Pinheiro Passos propõe, por seu turno, uma incursão pelas vestimentas e adereços das personagens femininas de Proust e Machado de Assis.

Para encerrar o programa de homenagens e de difusão cultural (22/09-14h30), dois jovens pesquisadores se voltam para a recepção de Proust no Brasil. Fillipe Augusto Mauro aborda o tema das apropriações de Proust no romance brasileiro. Étienne Sauthier explora a figura do autor e as múltiplas formas de recepção de seus escritos como elementos constitutivos de identidades brasileiras.

Inscrições

Evento público e gratuito | sem inscrição prévia

Não haverá certificação

Programação

20/09

Philippe Willemart: Percurso de um leitor de Proust em São Paulo - Gilberto Pinheiro Passos (FFLCH e IEA/USP) e Philippe Willemart (FFLCH/USP)

Mediadora: Márcia Valéria Martinez de Aguiar (FFLCH/USP)

21/09

Mesa redonda: Balzac, Proust e Machado de Assis

Balzac, Sainte-Beuve, Proust - Glória Carneiro do Amaral (FFLCH e IEA/USP)

Nem só de romance vivem os romancistas, mas também de textos críticos em que procuram expressar de forma direta suas concepções sobre a criação romanesca. Insere-se nesta perspectiva, Contre Sainte-Beuve de Marcel Proust, de publicação póstuma, texto que poderíamos dizer de crítica literária. Ao atacar o crítico, o autor de La Recherche expressa opiniões sobre autores de sua eleição, entre os quais Balzac. Procurarei dar uma visão de conjunto desta obra de Proust, concentrando-me no capítulo dedicado ao autor da Comédia Humana.

Vestimenta e adereços: mensagens femininas em Machado e Proust - Gilberto Pinheiro Passos (FFLCH e IEA/USP)

Em Quincas Borba, a figura de Sofia indica sua ascensão social, por meio de festas, roupas e acessórios. Se nela se dá a oferenda corporal, em Memorial de Aires, romance de meios tons, Fidélia simboliza, graças à vestimenta e adereços iniciais, sua viuvez e recato.

Em Proust, a personagem Odette privilegia o vegetal como elemento de desejo. Por último, a indumentária pode simbolizar a união entre corpos, moda e arte, operando a valorização peculiar de Albertine.

Mediadora: Marisa Midori Deaecto (ECA/USP)

22/09

Mesa redonda: Proust no Brasil

As apropriações de Proust no romance brasileiro

Fillipe Mauro (FFLCH/USP)

A chegada do romance de Proust no Brasil coincide com sua internacionalização após a vitória no prêmio Goncourt de 1919. Nos anos 30, os primeiros leitores de Em busca do tempo perdido, em sua maioria escritores e críticos ligados a grupos católicos, como Jorge de Lima e Tristão de Athaíde, interpretaram a trajetória do herói proustiano como a procura de uma redenção para o pecado da vida mundana. Nos anos 50 e 60, a infância perdida em Combray se viu associada a paisagens regionais brasileiras, como sugerem os escritos de Augusto Meyer e de José Lins do Rego. Nos anos 70, a apropriação de Proust pelo romance brasileiro parece atingir o ápice de sua maturidade. Autores como Jorge Andrade e, notadamente, Pedro Nava, souberam explorar os veios mais profundos de seus heróis, a complexidade de seus processos mentais.

Ler em si mesmo com Proust: Proust como elemento constitutivo de identidades brasileiras (1913-1960) - Etienne Sauthier (Université Paris 3-Sorbonne Nouvelle ; Lycée Angela Davis-Académie de Créteil)

Em 1933, no prefácio de Casa Grande e Senzala, Gilberto Freyre faz referência a Marcel Proust para definir esse sentimento de reencontro com um ser próprio inconsciente no momento em que os brasileiros redescobrem as velhas cidades de Minas Gerais. Cabe perguntar o que pode haver em comum entre o autor de La Recherche, talvez o mais referencialmente parisiense do século XX, e uma definição da identidade brasileira, tal como a pretende o escritor pernambucano? Talvez alguns elementos de resposta a essa pergunta possam ser buscados no percurso de difusão, recepção e apropriação da obra de Proust no Brasil, das décadas de 1910 a 1950.

Mediadora: Regina Campos (FFLCH e IEA/USP)

Evento com transmissão em: http://www.iea.usp.br/aovivo