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"Capitalismo de Plataforma" e seus Impactos no Mundo do Trabalho

por Sandra Sedini - publicado 09/04/2024 12:05 - última modificação 19/04/2024 15:19

Detalhes do evento

Quando

de 30/04/2024 - 14:00
a 30/04/2024 - 16:00

Onde

IEA, Sala Alfredo Bosi, Rua Praça do Relógio, 109, térreo, Cidade Universitária, São Paulo

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Prosseguindo a programação dos Seminários Interdisciplinares mensais, promovidos pelo recém-criado Observatório dos Impactos das Novas Morfologias do Trabalho sobre a Vida e Saúde da Classe Trabalhador no IEA, esse evento irá analisar e debater as principais características dos processos de ‘plataformização’ do trabalho, enquanto uma das expressões do ‘capitalismo de plataforma’.

As plataformas de trabalho incluem as que requerem o trabalhador em alguma localização específica (como iFood, Rappi, Uber e outras) – as mais conhecidas do cenário do trabalho digital; mas, também, a plataformas de ‘microtrabalho’ ou ‘crowdwork’ (como Amazon Mechanical Turk, Microworkers e outras), marcadas principalmente pelo trabalho de treinar dados para a chamada “inteligência artificial”, como debatido no Seminário anterior. Incluem-se, ainda, plataformas como freelance e cloudwork, entre outras. Cada um desses tipos revela diferentes relações com o trabalho digital, com possibilidades de distintas condições de trabalho, processos produtivos, apropriação de valor, gestão algorítmica do trabalho e formas de controle do trabalhador.

Porém, ‘capitalismo de plataforma’ é o termo que melhor explica as relações de trabalho digitais, explica o Procurador do Trabalho Renan Bernardi Kalil – um dos palestrantes deste 3º Seminário. “Sua força explicativa está em quatro aspectos. Primeiro, coloca as plataformas digitais no centro do debate. Segundo, trata esse fenômeno como uma das expressões do capitalismo – e não como algo isolado. Terceiro: coloca o capitalismo em evidência como forma organizadora dominante da sociedade e com grande capacidade de adaptação. E quarto: dá visibilidade aos efeitos concretos das novas tecnologias sobre o trabalho, como a fragmentação e a precarização.” Não há neutralidade na forma pela qual nomeamos algo, completa Renan. “Esse é um primeiro – e relevante – passo para compreender o trabalho via plataformas digitais e para garantir direitos aos trabalhadores”, salienta o Procurador do Trabalho, que também é Coordenador Nacional de Combate às Fraudes nas Relações de Trabalho (CONAFRET) do Ministério Público do Trabalho (MPT).

Dentro deste marco de referência, o 3º Seminário Interdisciplinar irá focar temas como a “caracterização dos diversos setores impactados com a plataformização do trabalho”, destacando o processo de proletarização envolvido, assim como os limites da plataformização como modelo negócio; “o trabalho na economia digital: o caso dos bancos” e “gestão flexível e algorítmica e suas incidências na saúde mental”. O Seminário conclui com reflexões sobre alternativas e estratégias de resistência, enfrentamento, regulação ou outras. Enfim: o que poderia (deveria) ser feito, frente às atuais desigualdades e assimetrias de força e poder?

Abertura e Moderação:

René Mendes (Observatório dos Impactos das Novas Morfologias do Trabalho sobre a Vida e Saúde da Classe Trabalhadora)

Convidados:

Marco Gonsales (Unicamp/MPT)

Luci Praun (UFAC/PPG-EPM-UFABC)

Arnaldo Mazzei Nogueira (FEA-USP/PUC-SP)

Renan Bernardi Kalil (CONAFRET-MPT)

Transmissão:

Acompanhe a transmissão do evento em www.iea.usp.br/aovivo

Inscrições

Evento público e gratuito | Sem inscrição

Não haverá certificação

Organização

Observatório dos Impactos das Novas Morfologias do Trabalho sobre a Vida e Saúde da Classe Trabalhadora do IEA