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Água

por Rafael Borsanelli - publicado 09/02/2015 14:10 - última modificação 18/08/2017 11:15

SAIBA MAIS

Reservatório Jaguari - Sistema Cantareira - 1O IEA discute as questões relacionadas com a preservação, o uso e a gestão dos recursos hídricos do Brasil desde meados dos anos 90. Num momento em que a escassez de água começa a adquirir contornos dramáticos, o Instituto reúne parte de sua produção nesta seção (veja links abaixo) como forma de contribuir para os debates que possam mitigar os efeitos da crise e definir medidas que assegurem o abastecimento adequado no futuro.

O início da preocupação da então Área de Ciências Ambientais (atual Grupo de Pesquisa Meio Ambiente e Sociedade) com a água integrava a pauta relacionada com desenvolvimento sustentável e com as primeiras preocupações sobre um possível aquecimento global e as mudanças climáticas dele decorrentes.

FLORESTAS

As discussões sobre essa pauta tiveram como primeiro resultado o Projeto Floram (iniciado em 1988 e lançado em 1990), que previa o florestamento de 2,3% do território do país num prazo de 20 a 30 anos, como contribuição brasileira para o retardo do efeito estufa por período suficiente para o desenvolvimento de fontes energéticas sustentáveis. A lembrança desse projeto se torna ainda mais significativa quando se discute a mudança do regime de chuvas na Região Sudeste do Brasil, a qual é atribuída por vários especialistas às mudanças climáticas ocasionadas pelo aquecimento global e à devastação de florestas do país.

A agenda de trabalho da área também incluía discussões sobre a matriz energética brasileira e as potencialidades em termos de produção de biocombustíveis e crescimento do parque hidrelétrico, bem como de exploração da capacidade de produção da energia eólica e solar.

LIVRO

Os estudos e análises feitos no IEA sobre a preservação, uso e gerenciamento dos recursos hídricos brasileiros tiveram sua primeira consolidação no livro "Águas Doces do Brasil — Capital Ecológico, Uso e Conservação", cuja 1ª edição foi publicada em 1999, pela Escrituras Editora.

O livro foi organizado por três pesquisadores da USP atuantes na Área de Ciências Ambientais: o geólogo Aldo Rebouças (1937-2011), perito em águas subterrâneas e professor do Instituto de Geociências; o ecólogo e limnologista (especialista em lagos e em reservatórios) José Galizia Tundisi, professor do Instituto de Física de São Carlos (IFSC); e o engenheiro Benedito Braga, especialista em recursos hídricos e professor da Escola Politécnica (Poli).

A 1ª edição continha 20 artigos de 31 autores, entre os quais os três organizadores. A 2ª e a 3ª edições (revistas e ampliadas) foram publicadas em 2003 e 2006, respectivamente. Todas estão esgotadas. A Escrituras Editora está preparando a 4º edição, a ser lançada em meados de 2015.

Neste momento, em que São Paulo atravessa sua pior crise hídrica, é motivo de orgulho para o IEA saber que um dos organizadores e um autor de artigo do livro assumiram recentemente posições de destaque na coordenação do enfrentamento dessa situação: Benedito Braga, presidente do Conselho Mundial da Água e ex-diretor da Agência Nacional de Águas (ANA), foi nomeado em janeiro secretário de Saneamento e Recursos Hídricos do Estado de São Paulo; Jerson Kelman, professor da UFRJ, ex-diretor-presidente da ANA e ex-diretor-geral da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), assumiu, também em janeiro, a presidência da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp).

NEGOCIAÇÃO

Outro trabalho de destaque relacionado com a disponibilidade de água foi a pesquisa de pós-doutorado que a agrônoma francesa Raphaèle Ducrot realizou no IEA na década passada. O trabalho era vinculado ao projeto internacional Negowat,  coordenado por Raphaèle. No IEA, o trabalho dela constitui no desenvolvimento de uma abordagem baseada em modelagem participativa e simulação para suporte a negociações relativas a terra e água em áreas periurbanas.

PARCERIAS

Muitas das atividades do IEA relacionadas com a água são fruto de parcerias com outras unidades, programas e grupos da USP, entre os quais o Instituto de Geociências (IGc), o Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas (IAG), o Programa de Pós-Graduação em Ciências Ambientais (Procam), o Instituto de Energia e Ambiente, o Instituto de Física, a Faculdade de Educação (FE), a Poli e a Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH).

A articulação com outras instituições e projetos externos à USP, nacionais e internacionais, também é usual. Entre esses parceiros e colaboradores estão o Instituto Nacional de Pesquisa Espaciais (Inpe), a Academia Brasileira de Ciências (ABC), a Sociedade Brasileira de Meteorologia e o Experimento de Grande Escala da Biosfera e Atmosfera da Amazônia (Programa LBA), bem como a rede internacional Waterlat-Gobacit, iniciativa inter e transdisciplinar de ensino, pesquisa e intervenção prática no campo da política e da gestão da água e dos serviços baseados no uso da água. Entre os integrantes do IEA que participam dessa rede estão o sociólogo Pedro Jacobi (atual coordenador do grupo de pesquisa), da FE, e o geógrafo Wagner Costa Ribeiro (ex-coordenador do grupo de pesquisa), da FFLCH.

 


 

Revista "Estudos Avançados"

Na edição 88, jan-abril de 2017, o dossiê sobre Dilemas Ambientais e Fronteiras do Conhecimento I traz dois artigos sobre água: "O Nexo Água, Energia e Alimentos no Contexto da Metrópole Paulista" e "Transparência e a Governança das Águas"

Coletânea com 25 artigos publicados no dossiê "Água" (edição nº 63 da revista, maio-agosto/2008) e outras edições.

Outros artigos


 

Livro

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Águas Doces no Brasil — Capital Ecológico, Uso e Conservação, organizado por Aldo Rebouças, Benedito Braga e José Galizia Tundisi. Produzido pela Área de Ciências Ambientais (atual Grupo de Pesquisa Meio Ambiente e Sociedade), o livro teve a primeira edição lançada pela Escrituras Editora em 1999.


 

Reportagem especial

Nova York, a metrópole com a água mais pura do planeta

Brasil ainda precisa de mais obras hidráulicas, diz Braga

 


 

Eventos

Pedro Jacobi, Michele Dalla Fontana, Leandro Giatti, Joshua Daniel Shake, Patricia Constante Jaime e Célio Bermann

23/11/2016
A Governabilidade do Nexo Urbano
Este encontro tratou de uma nova perspectiva em termos operacionais e de governança da sustentabilidade de sistemas urbanos que se configura com o nexo entre água, alimentos e energia. Tais recursos são essenciais ao desenvolvimento humano e à redução da vulnerabilidade. Os pesquisadores discutiram a interação entre os três recursos nas condições de urbanização de países em desenvolvimento, especialmente no caso do Brasil.

Maria Eugênia Gimenez Boscov e Leonardo Augusto de Vasconcelos Gomes

14/10/2016
Água, Solo, Poluição e a Política Nacional de Resíduos Sólidos
O seminário abordou a situação atual de poluição do subsolo e das águas subterrâneas brasileiras pela disposição de resíduos sólidos, o diagnóstico e remediação de áreas contaminadas por disposições inadequadas pregressas, as tecnologias atuais para disposição adequada a fim de proteger o meio ambiente e a saúde humana, e as tecnologias para reúso de resíduos em obras civis. Também foram apresentados os desafios e as oportunidades de desenvolvimento tecnológico e empresarial nessas atividades, relacionando-os à Política Nacional de Resíduos Sólidos.

3/8/2016
Roda de Conversa sobre Serviços Ecossistêmicos e Comunidades
O seminário tratou do crescente número de iniciativas para conservação e restauração de bens e serviços ecossistêmicos mediante esforços antrópicos, seja em projetos de caráter múltiplo em desenvolvimento sustentável seja naqueles com focos delineados por temas ou abordagens em determinados aspectos (carbono, água, biodiversidade). Essas iniciativas são vetores de implementação de políticas públicas ou regulamentos e obrigações administrativas, legais ou judiciais decorrentes. São também medidas voluntárias que diferentes atores buscam exercer no seu direito e dever com o ambiente equilibrado.

10/11/2015
Escassez Hídrica, Governança e Justiça Ambiental
Este seminário apresentou a experiência internacional da Espanha no combate à escassez hídrica. Também estiveram na pauta a emergência de conflitos resultantes da seca e as reações e respostas numa perspectiva de justiça ambiental.

Richard A. Williams

12/5/2014
Lavagem Sem Água e Outras Histórias de Inovação: Acelerando a Pesquisa em Inovação Social
Essa conferência apresentou duas histórias de inovação que se inserem no contexto global de maximizar a sustentabilidade social de alimentos, energia e água. Ambas apresentaram inovações radicais que rompem com as práticas sociais atuais. Foi também destaque da apresentação o papel das universidades, governos e parceiros industriais no trabalho conjunto com a finalidade de fazer inovações de ruptura comercial ganharem força na sociedade.

Nabil Georges Bonduki, Ivan Carlos Maglio e Cleide Rodrigues5/5/2014
Impactos Ambientais do Novo Plano Diretor do Município de São Paulo
As consequências da política de desenvolvimento urbano para a rede hidrográfica, as oportunidades e limitações à recuperação da qualidade dos córregos e revitalização dos fundos de vale são os principais temas discutidos no evento. Também foram analisados proposta de adensamento demográfico e construtivo ao longo da rede estrutural de transporte coletivo e seus efeitos ambientais potenciais, e a efetividade das ações propostas para a proteção dos mananciais.

Márcio Automare, Daniela Campos Libório Di Sarno, Wagner Costa Ribeiro, Pedro Jacobi, Susana Prizendt e Maurício de Carvalho Ramos19/3/2014
Verão 2013/14 e Cenários de Estresse Hídrico
O debate visou a discutir a situação atual de baixos níveis nos reservatórios das represas que abastecem a Região Metropolitana de São Paulo e as perspectivas de futuro a partir dos aspectos que relacionam esta situação de estresse hídrico com as dimensões institucional, de governança da água e seus desdobramentos no plano socioambiental e da segurança alimentar.

Tim Jackson30/10/2013
Prosperidade sem Crescimento – Vida Boa em um Planeta Finito
A maneira como os recursos naturais vêm sendo utilizados pela sociedade contemporânea em função do consumismo e do imperativo de crescimento econômico foi o tema da conferência do economista Tim Jackson. O evento também serviu para o lançamento em português do livro “Prosperidade sem Crescimento – Vida Boa em um Planeta Finito”, escrito pelo economista.

Maria Carmen Lemos, Vanessa Empinnotti, Pedro Jacobi, Lucia de Stefano e Jeroen Warner27/9/2013
Governança Ambiental e a Questão da Água
Evento discutiu os principais fatores que colocam a questão da governança sustentável da água como questão global: a mudança climática, a liberalização do comércio e a privatização do setor água. O encontro contou com a participação de especialistas do Brasil, da Holanda e da Espanha.

7-9/11/2011
III Encontro Internacional da Governança da Água: Desafios Interdisciplinares
Seminário teve por objetivo debater temas transversais e interdisciplinares sobre governança da água com ênfase às questões associadas com segurança hídrica e vulnerabilidade; água e pagamento de serviços ecossistêmicos; inovação na governança da água e mudança climática; e desastres naturais e comunicação de risco.
Parte 1 | Parte 2 | Parte 3 | Parte 4 | Parte 5 | Parte 6

03/10/11
Transição de Paradigmas no Direito Internacional da Água
Os rumos da evolução do Direito Internacional da Água foram descritos na conferência do pesquisador Paulo Canelas de Castro, da Universidade de Macau. No início da década de 90, segundo ele, a ideia dominante sobre o direito à água era a partilha equitativa dos recursos hídricos, evoluindo para o reconhecimento de uma crise global da água e, sobretudo, de que o velho modelo não se adaptava mais às novas exigências.

06/05/09
Ciclo de Seminários sobre Políticas Públicas Ambientais
Nesta conferência, as exposições enfocaram o tema da Gestão do Patrimônio Aquático e das Águas Costeiras cujas análises recaíram sobre a participação popular na gestão dos recursos hídricos, no patrimônio aquático e na gestão das águas costeiras no Brasil.

José Esteban Castro6-8/8/2007
Ciclo "Mudanças Globais e Gestão da Água"
Organizado pelo IEA e pelo Programa de Pós-Graduação em Ciência Ambiental (Procam) da USP
1ª Conferência - Lutas Sociais pela Água na América Latina
2ª Conferência - Os Impactos das Mudanças Climáticas sobre os Pequenos Países Insulares
3ª Conferência - Infrastructure Regulatory Systems in Europe